'O dia do Chacal' é ótimo suspense na Disney+. Só peca pelo excesso de drama
Quem estava procurando uma boa aventura de suspense vai gostar de “O dia do Chacal”, que acaba de ser lançada na Disney+. A história original foi escrita por Frederick Forsyth em 1971. É uma daquelas obras que os americanos logo classificaram como “livro de aeroporto” — em outras palavras, fácil e irresistível. Ela narra as peripécias de um assassino de aluguel contratado por uma organização paramilitar francesa para matar o presidente da França, então Charles de Gaulle. Fez sucesso instantaneamente, ganhou prêmios e virou filme em 1973. A adaptação para o streaming tem dez episódios. Seis estão na plataforma e os inéditos chegam semanalmente às sextas-feiras. O que no passado levou milhares de leitores a devorar páginas e páginas agora se repete em uma versão atualizada: é um convite à maratona. Criada e escrita por Ronan Bennett, a série é ambientada nos dias atuais. Acompanhamos as sucessivas façanhas do atirador mais hábil do mundo, um homem de múltiplas identidades, usuário de disfarces perfeitos e conhecido por quem o contrata como O Chacal (Eddie Redmayne). É um antiherói clássico, um daqueles assassinos que engajam o espectador numa torcida crescente para que continue matando e escapando. Em oposição a ele está Bianca (Lashana Lynch), agente do do MI6, sediada em Londres e especialista em armamentos. Em alguma medida é uma disputa de equivalentes: ambos são sagazes, obstinados e lutam para conciliar a vida privada com os perigos de suas atividades profissionais. O Chacal é o melhor no que faz. Bianca também. Lashana Lynch/Bianca Disney O gato-e-rato é bom. Clique aqui para me seguir no Instagram “O dia do Chacal” é um parente muito próxima dos filmes de “007”. E usa ingredientes de outras séries marcantes. Seu protagonista tem um quê de Jack Bauer (“24 horas”): é um mestre em despistar, em improvisar soluções para impasses aparentemente insuperáveis e usa a tecnologia mais moderna a seu favor. A trama também lembra “The night manager”, adaptada da obra de John Le Carré. Como o enredo estrelado por Hugh Laurie, esse é ambientado em vários países da Europa, da Espanha à Estônia, e com muitas sequências em Londres, preferencialmente em locações glamourosas. Nem tudo na série, entretanto, é pura ação. Parte é digressão. Para chegar a ter dez episódios, a narrativa abre tramas paralelas e envereda pelo melodrama. O suspense cede lugar aos conflitos familiares tanto de Chacal quanto de Bianca. Quando isso acontece — e é frequente —, a eletricidade se dilui e o ritmo cai. É um pedágio e tanto para quem está interessado em grudar na tela e seguir um sujeito capaz de acertar seu alvo a mais de três quilômetros de distância. Úrsula Corberó/ Nuria, mulher de Chacal Disney Entre altos e baixos, as qualidades prevalecem e a série merece a sua atenção.
Quem estava procurando uma boa aventura de suspense vai gostar de “O dia do Chacal”, que acaba de ser lançada na Disney+. A história original foi escrita por Frederick Forsyth em 1971. É uma daquelas obras que os americanos logo classificaram como “livro de aeroporto” — em outras palavras, fácil e irresistível. Ela narra as peripécias de um assassino de aluguel contratado por uma organização paramilitar francesa para matar o presidente da França, então Charles de Gaulle. Fez sucesso instantaneamente, ganhou prêmios e virou filme em 1973. A adaptação para o streaming tem dez episódios. Seis estão na plataforma e os inéditos chegam semanalmente às sextas-feiras. O que no passado levou milhares de leitores a devorar páginas e páginas agora se repete em uma versão atualizada: é um convite à maratona. Criada e escrita por Ronan Bennett, a série é ambientada nos dias atuais. Acompanhamos as sucessivas façanhas do atirador mais hábil do mundo, um homem de múltiplas identidades, usuário de disfarces perfeitos e conhecido por quem o contrata como O Chacal (Eddie Redmayne). É um antiherói clássico, um daqueles assassinos que engajam o espectador numa torcida crescente para que continue matando e escapando. Em oposição a ele está Bianca (Lashana Lynch), agente do do MI6, sediada em Londres e especialista em armamentos. Em alguma medida é uma disputa de equivalentes: ambos são sagazes, obstinados e lutam para conciliar a vida privada com os perigos de suas atividades profissionais. O Chacal é o melhor no que faz. Bianca também. Lashana Lynch/Bianca Disney O gato-e-rato é bom. Clique aqui para me seguir no Instagram “O dia do Chacal” é um parente muito próxima dos filmes de “007”. E usa ingredientes de outras séries marcantes. Seu protagonista tem um quê de Jack Bauer (“24 horas”): é um mestre em despistar, em improvisar soluções para impasses aparentemente insuperáveis e usa a tecnologia mais moderna a seu favor. A trama também lembra “The night manager”, adaptada da obra de John Le Carré. Como o enredo estrelado por Hugh Laurie, esse é ambientado em vários países da Europa, da Espanha à Estônia, e com muitas sequências em Londres, preferencialmente em locações glamourosas. Nem tudo na série, entretanto, é pura ação. Parte é digressão. Para chegar a ter dez episódios, a narrativa abre tramas paralelas e envereda pelo melodrama. O suspense cede lugar aos conflitos familiares tanto de Chacal quanto de Bianca. Quando isso acontece — e é frequente —, a eletricidade se dilui e o ritmo cai. É um pedágio e tanto para quem está interessado em grudar na tela e seguir um sujeito capaz de acertar seu alvo a mais de três quilômetros de distância. Úrsula Corberó/ Nuria, mulher de Chacal Disney Entre altos e baixos, as qualidades prevalecem e a série merece a sua atenção.
Qual é a sua reação?