Duas feiras de livro oferecem descontos de até 50% neste final de semana em São Paulo
Eventos acontecem na Cidade Universitária e em pontos diferentes da cidade na Festa das Livrarias de Rua Duas feiras de livros com bons descontos ocorrem ao mesmo tempo em São Paulo: a tradicional Festa do Livro da USP e a estreante Festa do Livro das Livrarias de Rua. Em meio a crises que afetam grandes e pequenos negócios do ramo – como livrarias, pontos de venda e editoras –, as feiras se tornaram facilitadoras do acesso às obras e atraem bom público na cidade. Criada em 1999, a Festa do Livro da USP reúne editoras e leitores na Cidade Universitária, na zona oeste da capital paulista. A 26ª edição teve início na última quarta (6) e irá até domingo (10), com descontos de no mínimo 50% sobre o preço de capa – ou seja, sobre os valores originais das obras. Festa do Livro da USP, neste ano, recebe mais de 220 editoras. Marcos Santos/USP Imagens Com entrada gratuita e organização da Editora da Universidade de São Paulo (Edusp), tem 226 editoras espalhadas entre os três espaços do galpão, com mais de 150 mil obras disponíveis. A novidade está na presença inédita de 18 editoras argentinas, além da criação de um sistema de busca pelos títulos, integrando o catálogo das editoras ao site oficial do evento. – A festa tomou a dimensão de hoje porque os editores foram se interessando – diz Sergio Miceli, diretor-presidente da Edusp e docente da FFLCH-USP. – A ideia é fazer com que a produção acadêmica de docentes tenha exposição regular. No último ano, foram vendidos 400 mil livros — ele diz. Para o professor, não há competição entre as feiras da cidade, ou com as livrarias. Afinal, desde a última sexta (1), São Paulo também recebe a primeira edição da Festa do Livro das Livrarias de Rua, que reúne 18 endereços da capital. A iniciativa surgiu de uma ação de 2023, a “Ame Livros o Ano Todo”, elaborada entre livrarias de rua. – Era uma espécie de lembrete, para dizer para o pessoal que os livro ficam disponíveis o ano inteiro nas livrarias – diz João Varella, responsável pela editora Lote 42 e pela Banca Tatuí, na Barão de Tatuí. – Neste ano, ampliou-se o grupo de livrarias e começamos a chamar alguns editores, para que déssemos descontos até iguais aos da USP — ele conta. Livraria Sentimento de Mundo, na Santa Cecília Tamires Lima Durante o evento, as livrarias participantes oferecem uma programação cultural, com rodas de conversa com autores, lançamentos e pocket shows. A lista dos endereços participantes está no perfil de Instagram do evento, que é o @festadolivro_livrariasderua. Silvia Naschenveng, fundadora da editora Mundaréu, conta que o selo está participando de ambos os eventos paulistanos com o mesmo catálogo. Enquanto na Festa da USP todos os exemplares seguem com 50% de desconto, na Festa das Livrarias de Rua acabam variando entre 20% e 50%, além de disponibilizarem ali toda a lista de lançamentos. – A gente participa da Festa da USP desde o segundo ano da editora, quando a gente tinha poucos livros no catálogo. É sempre muito interessante encontrar os leitores e conversar – diz ela. – Por outro lado, por ser uma editora de curadoria, a gente depende muito das livrarias de rua, onde os nossos livros são mais bem trabalhados. (A Festa das Livrarias de Rua) é uma forma de prestigiar a livraria. Ajuda no caixa A Festa do Livro das Livrarias de Rua, segundo livreiros, também surgiu como uma alternativa para aumentar as vendas de final de ano. O período que antecede as compras de Natal costuma ser difícil para as livrarias de rua por conta de ações concorrentes como a Black Friday. A edição de 2024 da Amazon, por exemplo, teve início na última segunda (4), com o chamado “esquenta”, e seguirá até dia 2 de dezembro. Nos livros, os descontos variam, mas podem ultrapassar os 50%. – A maioria das livrarias que estão nesse movimento dependem da venda de final de ano – diz Adalberto Ribeiro, dono da Livraria Simples, na Bela Vista. – Eu tenho para mim que o problema da leitura do Brasil não está atrelado ao preço do livro. Ele está atrelado, inclusive, à falta de livrarias, bibliotecas e lugares que tenham o livro como atração — afirma. Segundo Ribeiro, mesmo que o último sábado (2) tenha sido chuvoso, cerca de 30% das vendas foram de livros que estavam com o desconto da feira. * Sob orientação de Pedro Carvalho
Eventos acontecem na Cidade Universitária e em pontos diferentes da cidade na Festa das Livrarias de Rua Duas feiras de livros com bons descontos ocorrem ao mesmo tempo em São Paulo: a tradicional Festa do Livro da USP e a estreante Festa do Livro das Livrarias de Rua. Em meio a crises que afetam grandes e pequenos negócios do ramo – como livrarias, pontos de venda e editoras –, as feiras se tornaram facilitadoras do acesso às obras e atraem bom público na cidade. Criada em 1999, a Festa do Livro da USP reúne editoras e leitores na Cidade Universitária, na zona oeste da capital paulista. A 26ª edição teve início na última quarta (6) e irá até domingo (10), com descontos de no mínimo 50% sobre o preço de capa – ou seja, sobre os valores originais das obras. Festa do Livro da USP, neste ano, recebe mais de 220 editoras. Marcos Santos/USP Imagens Com entrada gratuita e organização da Editora da Universidade de São Paulo (Edusp), tem 226 editoras espalhadas entre os três espaços do galpão, com mais de 150 mil obras disponíveis. A novidade está na presença inédita de 18 editoras argentinas, além da criação de um sistema de busca pelos títulos, integrando o catálogo das editoras ao site oficial do evento. – A festa tomou a dimensão de hoje porque os editores foram se interessando – diz Sergio Miceli, diretor-presidente da Edusp e docente da FFLCH-USP. – A ideia é fazer com que a produção acadêmica de docentes tenha exposição regular. No último ano, foram vendidos 400 mil livros — ele diz. Para o professor, não há competição entre as feiras da cidade, ou com as livrarias. Afinal, desde a última sexta (1), São Paulo também recebe a primeira edição da Festa do Livro das Livrarias de Rua, que reúne 18 endereços da capital. A iniciativa surgiu de uma ação de 2023, a “Ame Livros o Ano Todo”, elaborada entre livrarias de rua. – Era uma espécie de lembrete, para dizer para o pessoal que os livro ficam disponíveis o ano inteiro nas livrarias – diz João Varella, responsável pela editora Lote 42 e pela Banca Tatuí, na Barão de Tatuí. – Neste ano, ampliou-se o grupo de livrarias e começamos a chamar alguns editores, para que déssemos descontos até iguais aos da USP — ele conta. Livraria Sentimento de Mundo, na Santa Cecília Tamires Lima Durante o evento, as livrarias participantes oferecem uma programação cultural, com rodas de conversa com autores, lançamentos e pocket shows. A lista dos endereços participantes está no perfil de Instagram do evento, que é o @festadolivro_livrariasderua. Silvia Naschenveng, fundadora da editora Mundaréu, conta que o selo está participando de ambos os eventos paulistanos com o mesmo catálogo. Enquanto na Festa da USP todos os exemplares seguem com 50% de desconto, na Festa das Livrarias de Rua acabam variando entre 20% e 50%, além de disponibilizarem ali toda a lista de lançamentos. – A gente participa da Festa da USP desde o segundo ano da editora, quando a gente tinha poucos livros no catálogo. É sempre muito interessante encontrar os leitores e conversar – diz ela. – Por outro lado, por ser uma editora de curadoria, a gente depende muito das livrarias de rua, onde os nossos livros são mais bem trabalhados. (A Festa das Livrarias de Rua) é uma forma de prestigiar a livraria. Ajuda no caixa A Festa do Livro das Livrarias de Rua, segundo livreiros, também surgiu como uma alternativa para aumentar as vendas de final de ano. O período que antecede as compras de Natal costuma ser difícil para as livrarias de rua por conta de ações concorrentes como a Black Friday. A edição de 2024 da Amazon, por exemplo, teve início na última segunda (4), com o chamado “esquenta”, e seguirá até dia 2 de dezembro. Nos livros, os descontos variam, mas podem ultrapassar os 50%. – A maioria das livrarias que estão nesse movimento dependem da venda de final de ano – diz Adalberto Ribeiro, dono da Livraria Simples, na Bela Vista. – Eu tenho para mim que o problema da leitura do Brasil não está atrelado ao preço do livro. Ele está atrelado, inclusive, à falta de livrarias, bibliotecas e lugares que tenham o livro como atração — afirma. Segundo Ribeiro, mesmo que o último sábado (2) tenha sido chuvoso, cerca de 30% das vendas foram de livros que estavam com o desconto da feira. * Sob orientação de Pedro Carvalho
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