Dois integrantes do ‘gabinete do ódio’ de Bolsonaro são indiciados pela PF por participação na tentativa de golpe

Relatório entregue ao STF aponta a participação de 37 pessoas na trama golpista Dois integrantes do do chamado ‘Gabinete do Ódio’ da gestão de Jair Bolsonaro estão entre os indiciados pela Polícia Federal, nesta quinta-feira, pela tentativa de golpe de Estado após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro de 2022. São eles Tércio Arnaud e Filipe Garcia Martins, que atuaram, na gestão passada, como assessores de Bolsonaro. Lista: De general a almirante, PF inclui 24 militares entre indiciados por tentativa de golpe Abolição do Estado e tentativa de golpe: entenda os crimes atribuídos a Bolsonaro após investigação sobre trama golpista Assim como os demais 35 nomes da lista encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), os dois foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. Quem são Nascido em Sorocaba (SP), Filipe Martins assumiu o cargo de assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República em janeiro de 2019, logo no início do governo Bolsonaro. Conforme a investigação da Polícia Federal, Filipe Martins foi apontado pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid como o responsável por entregar a Bolsonaro a minuta de um documento que previa a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e a realização de novas eleições no país – medidas que não tinham amparo constitucional e, na prática, representariam um golpe de Estado. Martins teria recebido assessoria jurídica de um professor de direito administrativo e constitucional na elaboração do documento. De acordo com a apuração, Bolsonaro recebeu o documento das mãos de Filipe Martins, leu e pediu alterações na ordem do texto, decidindo manter apenas a prisão de Moraes e a convocação de um novo pleito eleitoral. Tércio, por sua vez, era assessor especial da Presidência da República, com salário bruto de R$ 13.623,39, e chegou a ser apontado como o líder do chamado "gabinete do ódio", termo para designar um grupo dentro do Palácio do Planalto que supostamente dissemina mensagens difamatórias contra adversários do ex-presidente. Antes de trabalhar com as redes da família Bolsonaro, Tercio atuava como recepcionista em um hotel. Ele é formado em biomedicina por uma faculdade de Campina Grande. Em 2017, entre abril e dezembro, trabalhou oficialmente com Jair Bolsonaro em seu gabinete na Câmara dos Deputados, recebendo R$ 2,1 mil mensais. Depois, em dezembro de 2017, foi nomeado para o gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara dos Vereadores do Rio, com salário de R$ 3,6 mil. Apesar de ser empregado no legislativo carioca, Tercio continuou próximo a Bolsonaro.

Nov 21, 2024 - 18:00
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Dois integrantes do ‘gabinete do ódio’ de Bolsonaro são indiciados pela PF por participação na tentativa de golpe

Relatório entregue ao STF aponta a participação de 37 pessoas na trama golpista Dois integrantes do do chamado ‘Gabinete do Ódio’ da gestão de Jair Bolsonaro estão entre os indiciados pela Polícia Federal, nesta quinta-feira, pela tentativa de golpe de Estado após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro de 2022. São eles Tércio Arnaud e Filipe Garcia Martins, que atuaram, na gestão passada, como assessores de Bolsonaro. Lista: De general a almirante, PF inclui 24 militares entre indiciados por tentativa de golpe Abolição do Estado e tentativa de golpe: entenda os crimes atribuídos a Bolsonaro após investigação sobre trama golpista Assim como os demais 35 nomes da lista encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), os dois foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. Quem são Nascido em Sorocaba (SP), Filipe Martins assumiu o cargo de assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República em janeiro de 2019, logo no início do governo Bolsonaro. Conforme a investigação da Polícia Federal, Filipe Martins foi apontado pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid como o responsável por entregar a Bolsonaro a minuta de um documento que previa a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e a realização de novas eleições no país – medidas que não tinham amparo constitucional e, na prática, representariam um golpe de Estado. Martins teria recebido assessoria jurídica de um professor de direito administrativo e constitucional na elaboração do documento. De acordo com a apuração, Bolsonaro recebeu o documento das mãos de Filipe Martins, leu e pediu alterações na ordem do texto, decidindo manter apenas a prisão de Moraes e a convocação de um novo pleito eleitoral. Tércio, por sua vez, era assessor especial da Presidência da República, com salário bruto de R$ 13.623,39, e chegou a ser apontado como o líder do chamado "gabinete do ódio", termo para designar um grupo dentro do Palácio do Planalto que supostamente dissemina mensagens difamatórias contra adversários do ex-presidente. Antes de trabalhar com as redes da família Bolsonaro, Tercio atuava como recepcionista em um hotel. Ele é formado em biomedicina por uma faculdade de Campina Grande. Em 2017, entre abril e dezembro, trabalhou oficialmente com Jair Bolsonaro em seu gabinete na Câmara dos Deputados, recebendo R$ 2,1 mil mensais. Depois, em dezembro de 2017, foi nomeado para o gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara dos Vereadores do Rio, com salário de R$ 3,6 mil. Apesar de ser empregado no legislativo carioca, Tercio continuou próximo a Bolsonaro.

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