Depois do Grammy, Alok participa de evento no G20 sobre questões indígenas: 'Aos poucos, a gente vai reflorestando as mentes'

Presença confirmada no Global Citizen NOW, DJ pretende lançar 'registro de músicas originárias nunca gravadas' Neste domingo, Alok vai descer do palco e sentar à mesa discutir assuntos sérios. Ele é um dos convidados do Global Citizen NOW, evento que acontece no Rio de Janeiro, paralelamente ao encontro de líderes dos países do G20, para falar dos desafios do mundo e ações concretas para combatê-los. Ele vai discutir o papel dos artistas na defesa de causas globais e explicar a conexão música, ativismo e meio ambiente. 'É como chamar Shakira de Xitara': Erro em nome de Ivan Lins durante Grammy Latino gera críticas nas redes sociais Alok na posse de Ailton Krenak na ABL: qual é a ligação do DJ com o pensador indígena? — O que pretendo levar ao Global Citizen Now é uma lembrança sobre o papel da indústria do entretenimento como agente transformador das visões de mundo. Por isso, a importância de abraçarmos as questões indígenas, de somarmos a essas vozes para que suas culturas e sabedorias nos guiem no entendimento sobre como tecnologia e sustentabilidade caminham juntas para a construção de um futuro possível — diz o artista. Desde 2015, o DJ mostra um trabalho musical influenciado pela causa indígena e ambiental. Na época, Alok passava por um momento depressivo e viu um vídeo do povo Yawanawá, que vive na região do Acre. Foi para Amazônia, passou dez dias com eles e, a partir de então, abraçou a missão de reverberar artística e socialmente a mensagem dos povos da floresta. Grammy Latino 2024: confira a lista de brasileiros vencedores na première, que tem Ana Castela, Jota.Pê e Os Garotin Hoje com 23,8 milhões de ouvintes mensais no Spotify, ele acredita conseguir fazer um trabalho de "reflorestamento" da mentalidade, principalmente, dos mais jovens. — Tenho encontrado pessoas de diferentes classes sociais, sobretudo jovens, que não tinham atenção à questão indígena. Eles começaram a vir até mim nas redes sociais e nos shows, me relatando que 'O futuro é ancestral' os fez refletir — diz o goiano, de 33 anos, lembrando como conseguiu ajudar muitos estudantes em 2022 no Enem, cujo da tema da redação foi "Os desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil. — Recebi um monte de mensagem do tipo: “nunca pensei que eu fosse citar o Alok numa redação do Enem”, “se não fosse o trabalho do Alok com os povos indígenas, eu não saberia desenvolver o tema”. Isso mostra que, aos poucos, a gente vai “reflorestando” as mentes dessa geração que nasceu desconectada da floresta. Outros artistas e eu que trabalhamos com os povos indígenas vamos amplificando e, de certo modo, contribuindo para que os brasileiros conheçam a beleza e importância da comunidade. No entanto, Alok percebe que a mobilização em torno das causas ainda são aquém do que o planeta pede. Para ele, também não adianta só falar, é preciso colocar o discurso — "que devem transcender as linhas partidárias", diz — em prática. — Várias pessoas se aproximaram desta pauta, mas ainda percebo uma timidez no engajamento, na mobilização em fazer acontecer. Não basta apenas propagar a informação na esfera da comunicação, é preciso ser acompanhada de atitudes para mostrar mudanças de comportamentos. Alok Irvin Rivera Alok vem ao Rio dias depois de tocar no Grammy Latino, em Miami, na última quinta-feira. Ele concorreu ao prêmio de melhor performance de música eletrônica com a canção "Pedju Kunumigwe", presente no álbum "Futuro ancestral", cujo nome foi inspirado no livro de Ailton Krenak, primeiro indígena a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Não levou a estatueta, mas subiu ao palco para mostrar seu som com o músico e líder indígena Mapu Huni Kuin, que participou das gravações do álbum. Na esteira do álbum, ele promete mais novidades para a manutenção e a propagação da culturas amazônicas. —Vamos lançar, através do Instituto Alok, a coleção "Sons Nativos", que é o registro de músicas originárias indígenas nunca gravadas, para que isso pudesse ser eternizado. Por isso, o projeto “O futuro é ncestral” é uma contribuição à Década Internacional das Línguas Indígenas em cooperação com a UNESCO, uma forma de preservar a cultura dos povos que cuidam dos nossos biomas.

Nov 17, 2024 - 01:44
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Depois do Grammy, Alok participa de evento no G20 sobre questões indígenas: 'Aos poucos, a gente vai reflorestando as mentes'

Presença confirmada no Global Citizen NOW, DJ pretende lançar 'registro de músicas originárias nunca gravadas' Neste domingo, Alok vai descer do palco e sentar à mesa discutir assuntos sérios. Ele é um dos convidados do Global Citizen NOW, evento que acontece no Rio de Janeiro, paralelamente ao encontro de líderes dos países do G20, para falar dos desafios do mundo e ações concretas para combatê-los. Ele vai discutir o papel dos artistas na defesa de causas globais e explicar a conexão música, ativismo e meio ambiente. 'É como chamar Shakira de Xitara': Erro em nome de Ivan Lins durante Grammy Latino gera críticas nas redes sociais Alok na posse de Ailton Krenak na ABL: qual é a ligação do DJ com o pensador indígena? — O que pretendo levar ao Global Citizen Now é uma lembrança sobre o papel da indústria do entretenimento como agente transformador das visões de mundo. Por isso, a importância de abraçarmos as questões indígenas, de somarmos a essas vozes para que suas culturas e sabedorias nos guiem no entendimento sobre como tecnologia e sustentabilidade caminham juntas para a construção de um futuro possível — diz o artista. Desde 2015, o DJ mostra um trabalho musical influenciado pela causa indígena e ambiental. Na época, Alok passava por um momento depressivo e viu um vídeo do povo Yawanawá, que vive na região do Acre. Foi para Amazônia, passou dez dias com eles e, a partir de então, abraçou a missão de reverberar artística e socialmente a mensagem dos povos da floresta. Grammy Latino 2024: confira a lista de brasileiros vencedores na première, que tem Ana Castela, Jota.Pê e Os Garotin Hoje com 23,8 milhões de ouvintes mensais no Spotify, ele acredita conseguir fazer um trabalho de "reflorestamento" da mentalidade, principalmente, dos mais jovens. — Tenho encontrado pessoas de diferentes classes sociais, sobretudo jovens, que não tinham atenção à questão indígena. Eles começaram a vir até mim nas redes sociais e nos shows, me relatando que 'O futuro é ancestral' os fez refletir — diz o goiano, de 33 anos, lembrando como conseguiu ajudar muitos estudantes em 2022 no Enem, cujo da tema da redação foi "Os desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil. — Recebi um monte de mensagem do tipo: “nunca pensei que eu fosse citar o Alok numa redação do Enem”, “se não fosse o trabalho do Alok com os povos indígenas, eu não saberia desenvolver o tema”. Isso mostra que, aos poucos, a gente vai “reflorestando” as mentes dessa geração que nasceu desconectada da floresta. Outros artistas e eu que trabalhamos com os povos indígenas vamos amplificando e, de certo modo, contribuindo para que os brasileiros conheçam a beleza e importância da comunidade. No entanto, Alok percebe que a mobilização em torno das causas ainda são aquém do que o planeta pede. Para ele, também não adianta só falar, é preciso colocar o discurso — "que devem transcender as linhas partidárias", diz — em prática. — Várias pessoas se aproximaram desta pauta, mas ainda percebo uma timidez no engajamento, na mobilização em fazer acontecer. Não basta apenas propagar a informação na esfera da comunicação, é preciso ser acompanhada de atitudes para mostrar mudanças de comportamentos. Alok Irvin Rivera Alok vem ao Rio dias depois de tocar no Grammy Latino, em Miami, na última quinta-feira. Ele concorreu ao prêmio de melhor performance de música eletrônica com a canção "Pedju Kunumigwe", presente no álbum "Futuro ancestral", cujo nome foi inspirado no livro de Ailton Krenak, primeiro indígena a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Não levou a estatueta, mas subiu ao palco para mostrar seu som com o músico e líder indígena Mapu Huni Kuin, que participou das gravações do álbum. Na esteira do álbum, ele promete mais novidades para a manutenção e a propagação da culturas amazônicas. —Vamos lançar, através do Instituto Alok, a coleção "Sons Nativos", que é o registro de músicas originárias indígenas nunca gravadas, para que isso pudesse ser eternizado. Por isso, o projeto “O futuro é ncestral” é uma contribuição à Década Internacional das Línguas Indígenas em cooperação com a UNESCO, uma forma de preservar a cultura dos povos que cuidam dos nossos biomas.

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