Corpo de líder do Hezbollah é recuperado intacto após bombardeio israelense
Grupo xiita ainda não deu detalhes da morte de Hassan Nasrallah nem anunciou quando será seu funeral; restos mortais do comandante não teria ferimentos diretos O corpo do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi recuperado do local de um ataque aéreo israelense nos subúrbios do sul de Beirute e está intacto, disseram duas fontes médicas e de segurança à Reuters neste domingo. Apesar de o grupo xiita ter confirmado a morte do comandante no sábado, o grupo armado ainda não tinha anunciado exatamente como ele foi morto ou quando seria seu funeral. Segundo as fontes ouvidas pela agência britânica, o corpo do líder não apresentava ferimentos diretos e a causa da morte parecia ser um traumatismo provocado pela força da explosão, ocorrida na sexta-feira. Após Nasrallah: Exército de Israel diz ter matado outro comandante do Hezbollah no Líbano Análise: Morte de Nasrallah é golpe contra Hezbollah e 'Eixo da Resistência', mas impactos no Oriente Médio são incertos O costume islâmico geralmente exige que os mortos sejam enterrados rapidamente, mas o Hezbollah provavelmente deseja dar a Nasrallah, um ícone para o grupo e seus aliados em todo o Oriente Médio, um funeral condizente com sua estatura. Os contínuos ataques israelenses na região, porém, complicaram os esforços para planejar o que, em tempos normais, seria um grande evento. Sua morte representa um duro golpe para o grupo que liderava desde 1992, podendo também potencialmente desestabilizar o Líbano como um todo: raramente visto em público, Nasrallah era considerado o único no país com o poder de fazer a guerra ou a paz. Com a morte de vários líderes políticos e militares da organização, um sucessor não foi anunciado até o momento, embora dois nomes tenham começado a circular como potenciais candidatos. Um deles é Hashem Safieddine, primo de Nasrallah, ator-chave no trabalho político e social do movimento xiita libanês e um dos poucos líderes seniores do Hezbollah que não estava presente no local do bombardeio israelense. O outro é o vice-líder do grupo, Naim Qassem, apontado pela imprensa saudita como o favorito. Safieddine é chefe do conselho executivo e, no cargo, tem a missão de supervisionar os assuntos políticos do Hezbollah, informou a Reuters. Ele também integra o Conselho da Jihad, o principal órgão militar da organização libanesa. Assim como Nasrallah, Safieddine usa turbante preto, o que denota a descendência do profeta Maomé no islamismo. Ele é considerado terrorista desde 2017 pelos EUA e Arábia Saudita — a primeira designação conjunta entre os dois. Na época, uma agência saudita afirmou que o combatente aconselhou o grupo sobre a realização de atos terroristas e sobre o apoio ao presidente sírio Bashar al-Assad. Já Naim Qassem é um dos principais ideólogos do Hezbollah e um dos fundadores do movimento xiita libanês. Segundo o “Eyes on Hezbollah”, um projeto da ONG United Against Nuclear Iran, Qassem fazia parte da rede de acadêmicos radicais, incluindo Nasrallah, que fundou o movimento. Foi eleito secretário-geral adjunto do grupo em 1991. Também é membro do Conselho Shura do Hezbollah e está encarregado de supervisionar suas atividades parlamentares e governamentais. Os recentes ataques das forças israelenses mataram muitos quadros proeminentes do Hezbollah, mas a organização prometeu continuar lutando. No entanto, a ausência de uma retaliação em larga escala do grupo contra Israel até agora levou alguns especialistas a acreditar que os ataques deixaram o movimento desorganizado, com muitos de seus integrantes incapacitados, além da comunicação comprometida após as explosões dos milhares de pagers e walkie-talkies. Ainda assim, oficiais americanos alertaram ser prematuro considerar que o Hezbollah foi derrotado, dado o tamanho de seu arsenal e sua história de adaptação aos golpes do Estado judeu. Dirigente é morto Neste domingo, o Exército de Israel anunciou ter matado outro dirigente do grupo xiita em um ataque aéreo realizado no sábado no sul de Beirute. Nabil Qaouk foi apontado pelas forças do Estado judeu como comandante da unidade de segurança interna e membro do conselho executivo da organização político-militar, que confirmou a morte, sem oferecer mais detalhes. As forças israelenses disseram, em comunicado, que Qaouk se juntou ao Hezbollah na década de 1980 e estava “diretamente implicado na promoção de planos terroristas contra o Estado de Israel e seus cidadãos, inclusive nos últimos dias”. Assim como ocorreu nas últimas mortes de lideranças do grupo, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, alertou que “o assassinato não ficará sem resposta”. O presidente do parlamento iraniano, Mohammad Baqer Qalibaf, declarou que os grupos armados alinhados ao Irã continuarão a confrontar Israel após os assassinatos de Nasrallah e Qaouk, indicando ainda que os Estados Unidos são “cúmplices” e “terão de aceitar as consequências”: “Não hesitaremos em ir a qualquer nível para ajudar a resistência”, disse Qalibaf. (Com New
Grupo xiita ainda não deu detalhes da morte de Hassan Nasrallah nem anunciou quando será seu funeral; restos mortais do comandante não teria ferimentos diretos O corpo do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi recuperado do local de um ataque aéreo israelense nos subúrbios do sul de Beirute e está intacto, disseram duas fontes médicas e de segurança à Reuters neste domingo. Apesar de o grupo xiita ter confirmado a morte do comandante no sábado, o grupo armado ainda não tinha anunciado exatamente como ele foi morto ou quando seria seu funeral. Segundo as fontes ouvidas pela agência britânica, o corpo do líder não apresentava ferimentos diretos e a causa da morte parecia ser um traumatismo provocado pela força da explosão, ocorrida na sexta-feira. Após Nasrallah: Exército de Israel diz ter matado outro comandante do Hezbollah no Líbano Análise: Morte de Nasrallah é golpe contra Hezbollah e 'Eixo da Resistência', mas impactos no Oriente Médio são incertos O costume islâmico geralmente exige que os mortos sejam enterrados rapidamente, mas o Hezbollah provavelmente deseja dar a Nasrallah, um ícone para o grupo e seus aliados em todo o Oriente Médio, um funeral condizente com sua estatura. Os contínuos ataques israelenses na região, porém, complicaram os esforços para planejar o que, em tempos normais, seria um grande evento. Sua morte representa um duro golpe para o grupo que liderava desde 1992, podendo também potencialmente desestabilizar o Líbano como um todo: raramente visto em público, Nasrallah era considerado o único no país com o poder de fazer a guerra ou a paz. Com a morte de vários líderes políticos e militares da organização, um sucessor não foi anunciado até o momento, embora dois nomes tenham começado a circular como potenciais candidatos. Um deles é Hashem Safieddine, primo de Nasrallah, ator-chave no trabalho político e social do movimento xiita libanês e um dos poucos líderes seniores do Hezbollah que não estava presente no local do bombardeio israelense. O outro é o vice-líder do grupo, Naim Qassem, apontado pela imprensa saudita como o favorito. Safieddine é chefe do conselho executivo e, no cargo, tem a missão de supervisionar os assuntos políticos do Hezbollah, informou a Reuters. Ele também integra o Conselho da Jihad, o principal órgão militar da organização libanesa. Assim como Nasrallah, Safieddine usa turbante preto, o que denota a descendência do profeta Maomé no islamismo. Ele é considerado terrorista desde 2017 pelos EUA e Arábia Saudita — a primeira designação conjunta entre os dois. Na época, uma agência saudita afirmou que o combatente aconselhou o grupo sobre a realização de atos terroristas e sobre o apoio ao presidente sírio Bashar al-Assad. Já Naim Qassem é um dos principais ideólogos do Hezbollah e um dos fundadores do movimento xiita libanês. Segundo o “Eyes on Hezbollah”, um projeto da ONG United Against Nuclear Iran, Qassem fazia parte da rede de acadêmicos radicais, incluindo Nasrallah, que fundou o movimento. Foi eleito secretário-geral adjunto do grupo em 1991. Também é membro do Conselho Shura do Hezbollah e está encarregado de supervisionar suas atividades parlamentares e governamentais. Os recentes ataques das forças israelenses mataram muitos quadros proeminentes do Hezbollah, mas a organização prometeu continuar lutando. No entanto, a ausência de uma retaliação em larga escala do grupo contra Israel até agora levou alguns especialistas a acreditar que os ataques deixaram o movimento desorganizado, com muitos de seus integrantes incapacitados, além da comunicação comprometida após as explosões dos milhares de pagers e walkie-talkies. Ainda assim, oficiais americanos alertaram ser prematuro considerar que o Hezbollah foi derrotado, dado o tamanho de seu arsenal e sua história de adaptação aos golpes do Estado judeu. Dirigente é morto Neste domingo, o Exército de Israel anunciou ter matado outro dirigente do grupo xiita em um ataque aéreo realizado no sábado no sul de Beirute. Nabil Qaouk foi apontado pelas forças do Estado judeu como comandante da unidade de segurança interna e membro do conselho executivo da organização político-militar, que confirmou a morte, sem oferecer mais detalhes. As forças israelenses disseram, em comunicado, que Qaouk se juntou ao Hezbollah na década de 1980 e estava “diretamente implicado na promoção de planos terroristas contra o Estado de Israel e seus cidadãos, inclusive nos últimos dias”. Assim como ocorreu nas últimas mortes de lideranças do grupo, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, alertou que “o assassinato não ficará sem resposta”. O presidente do parlamento iraniano, Mohammad Baqer Qalibaf, declarou que os grupos armados alinhados ao Irã continuarão a confrontar Israel após os assassinatos de Nasrallah e Qaouk, indicando ainda que os Estados Unidos são “cúmplices” e “terão de aceitar as consequências”: “Não hesitaremos em ir a qualquer nível para ajudar a resistência”, disse Qalibaf. (Com New York Times)
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