Consumo excessivo de álcool no início da vida adulta pode ter impacto duradouro no envelhecimento do cérebro; entenda
Estudo com camundongos encontrou desregulações neuronais relacionadas às bebidas que persistiram mesmo após um período de abstinência Um novo estudo conduzido por pesquisadores do Instituto de Neurociência da universidade Penn State, nos Estados Unidos, sugere que o consumo excessivo de álcool entre jovens adultos pode causar uma desregulação duradoura e potencialmente permanente no cérebro ao longo da vida. Veja imagens: Homem recebe transplante de rosto inovador: ‘segunda chance’ Com que frequência as toalhas de banho devem ser lavadas? Especialista revela dados muito importantes para a saúde O trabalho, publicado na revista científica Neurobiology of Aging, analisou seis camundongos e observou que os neurônios apresentavam alterações após os episódios de ingestão excessiva de bebidas alcoólicas – conhecidos como binge drinking – que, em alguns aspectos, eram associadas ao declínio cognitivo. "Sabemos, a partir de estudos anteriores, que existem efeitos imediatos do consumo excessivo de álcool no cérebro, mas não tínhamos ideia se essas mudanças eram duradouras ou reversíveis com o tempo", explica Nikki Crowley, diretora do instituto e líder da pesquisa, em comunicado. "Nos interessamos em entender se o consumo excessivo de álcool durante o início da idade adulta pode ter consequências duradouras que só se revelam mais tarde na vida—mesmo que o consumo tenha parado por um longo período de tempo. Isso nos permite considerar os efeitos do álcool na saúde holística de um indivíduo, em termos de sua história de vida inteira", continua. O paradoxo dos feriados: Por que em vez de aproveitar, me estresso? Especialista explica como evitar Para responder a essa pergunta, os cientistas submeteram os camundongos a uma exposição ao álcool que imitou a ingestão típica de um consumidor humano durante um dos episódios de “bebedeira”. Essa exposição foi repetida a cada quatro dias para reproduzir o padrão de pessoas que exageram na bebida durante os finais de semana. Essa primeira fase do experimento durou quatro semanas. Nela, os camundongos tinham idades de 8 a 12 semanas de vida, o equivalente a um ser humano no início dos seus 20 anos. Em seguida, os pesquisadores deram início a uma segunda etapa, em que os animais ficaram privados de álcool até atingirem o equivalente ao final dos 30 e início dos 40 anos humanos. "Como os camundongos têm uma expectativa de vida mais curta que os humanos, mas compartilham grande parte de sua fisiologia, podemos usá-los como modelo para responder a importantes questões de saúde pública mais rapidamente do que podemos em humanos”, explica Nikki. Você sabe identificá-los? Os 8 sinais que podem indicar que seu gato está nos últimos dias de vida Além disso, ela destaca que o experimento com animais permite que a exposição ao álcool seja controlada em laboratório a nível celular e molecular, garantindo que outros fatores, como estresse social e ambiental, não interfiram nos resultados. Ao fim da segunda etapa do estudo, os cientistas analisaram a atividade elétrica dos neurônios dos camundongos, principalmente de dois tipos, os piramidais e os GABAérgicos. "Os neurônios piramidais são excitatórios e encontrados em todo o cérebro, principalmente no córtex pré-frontal. Eles atuam como o pedal do acelerador do cérebro, incentivando a atividade. Enquanto isso, os neurônios GABAérgicos são inibitórios, funcionando como os freios", explica a líder da pesquisa. Ela conta ser importante que “o acelerador e os freios estejam equilibrados e sejam flexíveis para executar tarefas cognitivas complexas”, por isso a importância do mecanismo que engloba ambas as células nervosas. No entanto, sabe-se que muitos fatores desregulam essas vias, como doenças neurodegenerativas. Treino funcional, ioga e garrafinha d´água por perto: Flavia Alessandra revela os segredos do corpo aos 50 anos Após a análise, os pesquisadores constataram que o consumo excessivo de álcool no início da fase adulta, ainda que tenha sido seguido por um longo tempo de abstinência, também causou alterações duradouras nos neurônios piramidais e GABAérgicos. "A excitabilidade intrínseca, um indicador de quão facilmente um neurônio pode se comunicar com outros, dos neurônios piramidais foi alterada, tornando mais difícil para eles se comunicarem. Podemos pensar nisso como a força necessária para pressionar o pedal do acelerador de um carro; o consumo de álcool altera esse limiar, exigindo mais pressão. Não era tão fácil para os neurônios piramidais se engajarem”, diz Nikki. Já os neurônios GABAérgicos passaram um aumento em seu impulso excitatório, com alterações em um neurotransmissor chamado glutamato semelhantes àquelas observadas em pacientes com demência. "Em nosso estudo com camundongos, descobrimos que, mesmo após um intervalo de seis meses sem consumo de álcool, equivalente a aproximadamente algumas décadas em anos humanos, ainda podíamos detectar os impactos negativos do consumo excessivo de álcool na regulação dos neurôni
Estudo com camundongos encontrou desregulações neuronais relacionadas às bebidas que persistiram mesmo após um período de abstinência Um novo estudo conduzido por pesquisadores do Instituto de Neurociência da universidade Penn State, nos Estados Unidos, sugere que o consumo excessivo de álcool entre jovens adultos pode causar uma desregulação duradoura e potencialmente permanente no cérebro ao longo da vida. Veja imagens: Homem recebe transplante de rosto inovador: ‘segunda chance’ Com que frequência as toalhas de banho devem ser lavadas? Especialista revela dados muito importantes para a saúde O trabalho, publicado na revista científica Neurobiology of Aging, analisou seis camundongos e observou que os neurônios apresentavam alterações após os episódios de ingestão excessiva de bebidas alcoólicas – conhecidos como binge drinking – que, em alguns aspectos, eram associadas ao declínio cognitivo. "Sabemos, a partir de estudos anteriores, que existem efeitos imediatos do consumo excessivo de álcool no cérebro, mas não tínhamos ideia se essas mudanças eram duradouras ou reversíveis com o tempo", explica Nikki Crowley, diretora do instituto e líder da pesquisa, em comunicado. "Nos interessamos em entender se o consumo excessivo de álcool durante o início da idade adulta pode ter consequências duradouras que só se revelam mais tarde na vida—mesmo que o consumo tenha parado por um longo período de tempo. Isso nos permite considerar os efeitos do álcool na saúde holística de um indivíduo, em termos de sua história de vida inteira", continua. O paradoxo dos feriados: Por que em vez de aproveitar, me estresso? Especialista explica como evitar Para responder a essa pergunta, os cientistas submeteram os camundongos a uma exposição ao álcool que imitou a ingestão típica de um consumidor humano durante um dos episódios de “bebedeira”. Essa exposição foi repetida a cada quatro dias para reproduzir o padrão de pessoas que exageram na bebida durante os finais de semana. Essa primeira fase do experimento durou quatro semanas. Nela, os camundongos tinham idades de 8 a 12 semanas de vida, o equivalente a um ser humano no início dos seus 20 anos. Em seguida, os pesquisadores deram início a uma segunda etapa, em que os animais ficaram privados de álcool até atingirem o equivalente ao final dos 30 e início dos 40 anos humanos. "Como os camundongos têm uma expectativa de vida mais curta que os humanos, mas compartilham grande parte de sua fisiologia, podemos usá-los como modelo para responder a importantes questões de saúde pública mais rapidamente do que podemos em humanos”, explica Nikki. Você sabe identificá-los? Os 8 sinais que podem indicar que seu gato está nos últimos dias de vida Além disso, ela destaca que o experimento com animais permite que a exposição ao álcool seja controlada em laboratório a nível celular e molecular, garantindo que outros fatores, como estresse social e ambiental, não interfiram nos resultados. Ao fim da segunda etapa do estudo, os cientistas analisaram a atividade elétrica dos neurônios dos camundongos, principalmente de dois tipos, os piramidais e os GABAérgicos. "Os neurônios piramidais são excitatórios e encontrados em todo o cérebro, principalmente no córtex pré-frontal. Eles atuam como o pedal do acelerador do cérebro, incentivando a atividade. Enquanto isso, os neurônios GABAérgicos são inibitórios, funcionando como os freios", explica a líder da pesquisa. Ela conta ser importante que “o acelerador e os freios estejam equilibrados e sejam flexíveis para executar tarefas cognitivas complexas”, por isso a importância do mecanismo que engloba ambas as células nervosas. No entanto, sabe-se que muitos fatores desregulam essas vias, como doenças neurodegenerativas. Treino funcional, ioga e garrafinha d´água por perto: Flavia Alessandra revela os segredos do corpo aos 50 anos Após a análise, os pesquisadores constataram que o consumo excessivo de álcool no início da fase adulta, ainda que tenha sido seguido por um longo tempo de abstinência, também causou alterações duradouras nos neurônios piramidais e GABAérgicos. "A excitabilidade intrínseca, um indicador de quão facilmente um neurônio pode se comunicar com outros, dos neurônios piramidais foi alterada, tornando mais difícil para eles se comunicarem. Podemos pensar nisso como a força necessária para pressionar o pedal do acelerador de um carro; o consumo de álcool altera esse limiar, exigindo mais pressão. Não era tão fácil para os neurônios piramidais se engajarem”, diz Nikki. Já os neurônios GABAérgicos passaram um aumento em seu impulso excitatório, com alterações em um neurotransmissor chamado glutamato semelhantes àquelas observadas em pacientes com demência. "Em nosso estudo com camundongos, descobrimos que, mesmo após um intervalo de seis meses sem consumo de álcool, equivalente a aproximadamente algumas décadas em anos humanos, ainda podíamos detectar os impactos negativos do consumo excessivo de álcool na regulação dos neurônios. Embora algumas mudanças nos neurônios voltem ao normal após o consumo de álcool parar, existem vários efeitos duradouros do consumo excessivo de álcool na juventude”, resume Nikki.
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