'Cidades precisam ser reconhecidas como atores políticos centrais', diz prefeito do Rio na abertura do U20

O Urban 20 Summit recebe prefeitos de cidades de diversos países em evento no Armazém da Utopia, em Santo Cristo Ao ritmo de clássicos do samba, como "Alguém Me Avisou" e "Sonho Meu", e do funk "Rap da Felicidade" — dos clássicos versos "Eu só quero é ser feliz / Andar tranquilamente na favela onde eu nasci" —, o Urban 20 Summit (U20) teve início, por volta das 9h desta quinta-feira, no Armazém da Utopia, em Santo Cristo, na região central do Rio. A expectativa é que pelo menos 136 cidades estejam representadas. Na abertura, o prefeito Eduardo Paes destacou a importância das cidades de enfrentar as mudanças climáticas e as desigualdades sociais. Feriado do G20: o que abre e o que fecha durante cúpula no RJ Feriadão: veja o que muda nos transportes e como se deslocar pela cidade durante o evento Pela primeira vez, o U20 ocorrerá às vésperas do G20, que será realizado no Museu de Arte Moderna (MAM) no Parque do Flamengo, nos dias 18 e 19 (segunda e terça-feira). No G20, chefes de estado das 19 maiores economias do Mundo, mais União Europeia e União Africana, vão discutir o impacto das mudanças no clima. — As maiores cidades do mundo representam 80% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial e 70% das emissões. Será nas cidades que vamos vencer ou perder as mudanças climáticas. Essa discussão ocorre em um cenário em que 2024 já é considerado pelos cientistas como o mais quente da história — disse Paes. — Temos pouco mais de cinco anos e meio para recuperarmos o atraso e nos realinharmos às metas do Acordo de Paris. O 1% mais rico concentra quase metade da riqueza mundial e a falta de garantias de acesso inclusivo a novas tecnologias como a inteligência artificial pode agravar ainda mais esse quadro. Além disso, conflitos ao redor do mundo ameaçam a paz e colocam em maior risco as populações mais vulneráveis. Início do encontro U20 teve música no Armazém da Utopia Gabriel de Paiva / Agência O Globo Paes também destacou o papel das cidades no combate a essas mudanças e as oportunidades de ações para melhorar e possibilitar o acesso a serviços públicos essenciais, como saúde, educação, transporte e moradia digna: — Estando mais perto dos cidadãos, elas precisam ser reconhecidas como atores políticos centrais e devem ter um papel robusto na governança global, na definição de políticas prioritárias e na alocação de recursos financeiros nacionais e internacionais. Se quisermos atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU e as metas do acordo de Paris, é urgente elevarmos o patamar atual de recursos disponíveis para financiar o desenvolvimento sustentável e a ação climática nas cidades. Hoje, apenas 7% dos recursos necessários chegam até elas. Esse quadro não vai se alterar sem que os países conduzam uma necessária reforma da arquitetura financeira global. O Ministro de Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, destacou a importância das reuniões paralelas ao G20 que vão aprofundar os temas do encontro dos chefes de estado, no início da próxima semana, no Museu de Arte Moderna, nos dias 18 e 19. — O G20 no Brasil inovou com o G20 Social, que esperamos que venha para ficar, e com o U20. As comunidades são atingidas pelas políticas públicas definidas pelos líderes mundiais. Os temas escolhidos - fome, combate a pobreza e mudanças climáticas - afetam as cidades — destacou Macedo. 'Janjapalooza': festival tem Diogo Nogueira, Zeca Pagodinho e Ney Matogrosso, na Praça Mauá; confira programação completa Atrações de peso: Como chegar ao festival 'Janjapalooza', na Praça Mauá? O Grupo C40 de Grandes Cidades para Liderança do Clima, criado e integrado por grandes cidades mundiais, empenhado em debater e combater a mudança climática, é representado no U20 pelo diretor-executivo, Mark Watts. Ele destacou o papel da cidade no enfrentamento às mudanças climáticas, uma vez que sofrem diretamente os impactos: — Nós vimos o efeito das chuvas do Rio Grande do Sul. Queremos que não seja só um exercício técnico, mas atividades para preservar vidas. Os líderes das maiores nações e prefeitos estão colaborando. As cidades são pioneiras no enfrentamento das desigualdades sociais e das mudanças climáticas. Nós estaremos cada vez mais críticos para construir acordos juntos e juntas para a mensagem que apresentaremos em todo mundo. Reforço no policiamento: Pela primeira vez, agentes da Polícia Rodoviária Federal vão usar câmeras corporais; entenda Sem citar Donald Trump, e em mensagem enviada por vídeo, o empresário e ex-prefeito de Nova York Michael Blomberg prevê que haverá avanço na busca de soluções para o clima independerem-te de quem estiver na Casa Branca. O ministro das Cidades, Jader Filho, disse que o papel de combater as mudanças climáticas é de todos. Ele lembrou que o Brasil se comprometeu esta semana em Baku, no Azerbaijão, durante a Cop 29, até 2035 em reduzir de 59% a 67% as emissões líquidas de gases de efeito estufa: — Essa responsabilidade tem que ser feita de maneira coordenada de

Nov 14, 2024 - 12:32
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'Cidades precisam ser reconhecidas como atores políticos centrais', diz prefeito do Rio na abertura do U20

O Urban 20 Summit recebe prefeitos de cidades de diversos países em evento no Armazém da Utopia, em Santo Cristo Ao ritmo de clássicos do samba, como "Alguém Me Avisou" e "Sonho Meu", e do funk "Rap da Felicidade" — dos clássicos versos "Eu só quero é ser feliz / Andar tranquilamente na favela onde eu nasci" —, o Urban 20 Summit (U20) teve início, por volta das 9h desta quinta-feira, no Armazém da Utopia, em Santo Cristo, na região central do Rio. A expectativa é que pelo menos 136 cidades estejam representadas. Na abertura, o prefeito Eduardo Paes destacou a importância das cidades de enfrentar as mudanças climáticas e as desigualdades sociais. Feriado do G20: o que abre e o que fecha durante cúpula no RJ Feriadão: veja o que muda nos transportes e como se deslocar pela cidade durante o evento Pela primeira vez, o U20 ocorrerá às vésperas do G20, que será realizado no Museu de Arte Moderna (MAM) no Parque do Flamengo, nos dias 18 e 19 (segunda e terça-feira). No G20, chefes de estado das 19 maiores economias do Mundo, mais União Europeia e União Africana, vão discutir o impacto das mudanças no clima. — As maiores cidades do mundo representam 80% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial e 70% das emissões. Será nas cidades que vamos vencer ou perder as mudanças climáticas. Essa discussão ocorre em um cenário em que 2024 já é considerado pelos cientistas como o mais quente da história — disse Paes. — Temos pouco mais de cinco anos e meio para recuperarmos o atraso e nos realinharmos às metas do Acordo de Paris. O 1% mais rico concentra quase metade da riqueza mundial e a falta de garantias de acesso inclusivo a novas tecnologias como a inteligência artificial pode agravar ainda mais esse quadro. Além disso, conflitos ao redor do mundo ameaçam a paz e colocam em maior risco as populações mais vulneráveis. Início do encontro U20 teve música no Armazém da Utopia Gabriel de Paiva / Agência O Globo Paes também destacou o papel das cidades no combate a essas mudanças e as oportunidades de ações para melhorar e possibilitar o acesso a serviços públicos essenciais, como saúde, educação, transporte e moradia digna: — Estando mais perto dos cidadãos, elas precisam ser reconhecidas como atores políticos centrais e devem ter um papel robusto na governança global, na definição de políticas prioritárias e na alocação de recursos financeiros nacionais e internacionais. Se quisermos atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU e as metas do acordo de Paris, é urgente elevarmos o patamar atual de recursos disponíveis para financiar o desenvolvimento sustentável e a ação climática nas cidades. Hoje, apenas 7% dos recursos necessários chegam até elas. Esse quadro não vai se alterar sem que os países conduzam uma necessária reforma da arquitetura financeira global. O Ministro de Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, destacou a importância das reuniões paralelas ao G20 que vão aprofundar os temas do encontro dos chefes de estado, no início da próxima semana, no Museu de Arte Moderna, nos dias 18 e 19. — O G20 no Brasil inovou com o G20 Social, que esperamos que venha para ficar, e com o U20. As comunidades são atingidas pelas políticas públicas definidas pelos líderes mundiais. Os temas escolhidos - fome, combate a pobreza e mudanças climáticas - afetam as cidades — destacou Macedo. 'Janjapalooza': festival tem Diogo Nogueira, Zeca Pagodinho e Ney Matogrosso, na Praça Mauá; confira programação completa Atrações de peso: Como chegar ao festival 'Janjapalooza', na Praça Mauá? O Grupo C40 de Grandes Cidades para Liderança do Clima, criado e integrado por grandes cidades mundiais, empenhado em debater e combater a mudança climática, é representado no U20 pelo diretor-executivo, Mark Watts. Ele destacou o papel da cidade no enfrentamento às mudanças climáticas, uma vez que sofrem diretamente os impactos: — Nós vimos o efeito das chuvas do Rio Grande do Sul. Queremos que não seja só um exercício técnico, mas atividades para preservar vidas. Os líderes das maiores nações e prefeitos estão colaborando. As cidades são pioneiras no enfrentamento das desigualdades sociais e das mudanças climáticas. Nós estaremos cada vez mais críticos para construir acordos juntos e juntas para a mensagem que apresentaremos em todo mundo. Reforço no policiamento: Pela primeira vez, agentes da Polícia Rodoviária Federal vão usar câmeras corporais; entenda Sem citar Donald Trump, e em mensagem enviada por vídeo, o empresário e ex-prefeito de Nova York Michael Blomberg prevê que haverá avanço na busca de soluções para o clima independerem-te de quem estiver na Casa Branca. O ministro das Cidades, Jader Filho, disse que o papel de combater as mudanças climáticas é de todos. Ele lembrou que o Brasil se comprometeu esta semana em Baku, no Azerbaijão, durante a Cop 29, até 2035 em reduzir de 59% a 67% as emissões líquidas de gases de efeito estufa: — Essa responsabilidade tem que ser feita de maneira coordenada de todos os entes federativos. As cidades são as primeiras a enfrentar os problemas. São desafios e oportunidades para termos cidades mais resilientes. Nossa missão é transformar em atividades concretas apoiando as cidades em seus programas — disse. Muitas chegadas: Às vésperas do G20 no Rio, movimento no Galeão é maior que no réveillon e no carnaval Jader Filho destacou que, apenas neste ano, mais de US$ 10 bilhões foram selecionados para investimentos em prevenção de riscos, com obras de contenção de encostas e drenagem urbana, esgotamento sanitário e abastecimento de água, renovação da frota urbana, incluindo ônibus elétrico, apoio ao transporte público coletivo das médias e grandes cidades, urbanização de favelas. Há ainda o financiamento e a coordenação da elaboração de 150 planos municipais de redução de riscos de desastres, com meta de apoiar até 200 planos até 2026. — Em 3 de julho deste ano, foi formalizada a Resolução nº 3, que estabeleceu o Compromisso para o Federalismo Climático no Brasil. Esse compromisso marca uma nova era, onde o tema climático torna-se pauta prioritária e transversal para todos os entes federativos. Com ele, incrementamos a absorção da política climática nos planejamentos de curto, médio e longo prazo, articulando esforços coordenados entre União, estados e municípios, sempre em diálogo com a sociedade e setores interessados — disse Jader Filho. Delegações: Visitas de chefes de estado a favelas e deslocamentos pela Linha Vermelha preocupam segurança do Rio no G20

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