Caso Anic: relatório de investigação diz que acusado lavou dinheiro de resgate comprando cigarros eletrônicos

Documento também fala em indícios de participação de um suspeito identificado pelo apelido de ninja Um relatório de investigação da 105ªDP ( Petrópolis), juntando no último dia 15 de agosto, a um processo que tramita na 2ª Vara Criminal de Petrópolis, sobre a morte da advogada e estudante de Psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, aponta o técnico de informática Lourival Correa Netto Fatica e mais três pessoas (uma filha, um filho e uma ex-a namorada) como envolvidos num esquema responsável pelo sequestro da vítima e pela extorsão de mais de R$ 4 milhões contra Benjamim Cordeiro Herdy, de 78, marido de Anic. O documento narra que Lourival lavou parte do dinheiro do resgate, em torno de R$ 1 milhão, comprando cigarros eletrônicos e telefones celulares. Caso Anic: assassino confesso orientou filha a esconder prova Caso Anic: Justiça decreta quebra de sigilo telefônico e telemático de viúvo da vítima Além disto, cita um quinto e misterioso personagem, ainda não identificado, também suspeito de participação nos crimes. Anic Herdy e Lourival Fadiga Reprodução Ele apareceu na investigação a partir da apreensão do telefone de Maria Luiza Vieira Fadiga. Filha de Lourival, que chegou a ser presa ao lado irmão Henrique Vieira Fadiga em abril, sendo ambos soltos pela Justiça em outubro, ela teve o celular apreendido em buscas realizadas pela polícia, no dia 15 de março. A apreensão ocorreu dias após ela ter recebido mensagens enviadas pelo pai, que usou um celular na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde estava preso na época. Num aplicativo de notas do aparelho, os policiais encontraram anotações datadas do dia 8 de março de 2024. A data corresponde a um dos dois dias em que depósitos foram feitos por Benjamim, a mando do técnico de informática, na conta de 40 doleiros. Caso Anic: assassino confesso de Anic Herdy dá detalhes sobre a morte da advogada durante reprodução simulada Uma das anotações trazia a inscrição 100k, que segundo a investigação significa R$ 100 mil, constava ao lado do desenho de um ninja. Conforme o relatório, a anotação seria um indício da suposta participação de mais uma pessoa no crime. Já a compra de cigarros eletrônicos e celulares é citada em duas mensagens enviadas por Lourival, dias antes dele ter sido preso, para um comerciante que atua em Ciudad Del Este, no Paraguai, e também em Foz de Iguaçu. A primeira é datada de 4 de março de 2024. " Vamos pegar (R$)500 ( mil) em I Phone e (R$) 500 (mil) em pod", escreveu o técnico de informática, num dos trechos da mensagem. Segundo a polícia, pod seria dispositivo eletrônico para fumar. No dia 6, em novo contato com o mesmo comerciante, Lourival informa ter já enviado o dinheiro da compra do material. " Os 500 do I Phone e os 500 dos pods também já estão na conta." A advogada e estudante de Psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy Reprodução Segundo o relatório, na data acima, Lourival estava com Benjamim em uma agência bancária depositando dinheiro em contas de doleiros, conforme foi exigido pela pessoa que dizia estar com Anic em seu poder. E que, neste mesmo tempo, o técnico de informática efetivou a compra dos aparelhos eletrônicos através dos depósitos. O técnico de informática só foi preso dia 19 de março, oito dias após o pagamento do resgate ter sido concluído, no dia 11do mesmo mês. Caso Anic: polícia encontra corpo que seria de advogada, sepultado e concretado na garagem da casa do principal suspeito De acordo com o documento, os celulares seriam vendidos por Maria Luiza em uma loja de Lourival, que estava em nome da filha. Já os cigarros seriam vendidos de maneira clandestina, entre jovens, por Henrique Vieira, que teria, segundo a polícia, uma tabacaria virtual. O material teria sido entregue a um freteiro, como são conhecidas pessoas encarregadas de atravessar mercadorias para o lado da fronteira com o Brasil, mas nunca foi encontrado por policiais da 105ªDP. Já Rebecca Azevedo dos Santos, ex-namorada de Lourival, que atualmente está presa, é apontada no mesmo relatório como pessoa que receberia cerca de R$ 2 milhões. Uma anotação, supostamente referente ao mesmo valor, foi encontrada pela polícia no aplicativo de notas do telefone apreendido com Maria Luiza, que teria sido repassada por Lourival. Num dos trechos, constava a inscrição "2m the other". De acordo com o relatório, a sigla 2m seria o equivalente a R$ 2 milhões. Já the other é um dos apelidos como o técnico de informática se referia a Rebecca, por ter sido uma ex-amante. As defesas de Lourival, dos irmãos Maria Luiza e Henrique, e da ex-namorada Rebecca, já haviam informado, anteriormente, que apenas Lourival participou da morte de Anic. O suspeito confessou o crime ao prestar depoimento na 2ª Vara Criminal, em Petrópolis, no dia 25 de setembro. Na ocasião, ele contou onde o corpo de Anic estava sepultado e disse que Benjamim, seria o mandante do crime. Horas após a confissão, os restos mortais da advogada foram localizados na sapa

Nov 12, 2024 - 08:25
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Caso Anic: relatório de investigação diz que acusado lavou dinheiro de resgate comprando cigarros eletrônicos

Documento também fala em indícios de participação de um suspeito identificado pelo apelido de ninja Um relatório de investigação da 105ªDP ( Petrópolis), juntando no último dia 15 de agosto, a um processo que tramita na 2ª Vara Criminal de Petrópolis, sobre a morte da advogada e estudante de Psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, aponta o técnico de informática Lourival Correa Netto Fatica e mais três pessoas (uma filha, um filho e uma ex-a namorada) como envolvidos num esquema responsável pelo sequestro da vítima e pela extorsão de mais de R$ 4 milhões contra Benjamim Cordeiro Herdy, de 78, marido de Anic. O documento narra que Lourival lavou parte do dinheiro do resgate, em torno de R$ 1 milhão, comprando cigarros eletrônicos e telefones celulares. Caso Anic: assassino confesso orientou filha a esconder prova Caso Anic: Justiça decreta quebra de sigilo telefônico e telemático de viúvo da vítima Além disto, cita um quinto e misterioso personagem, ainda não identificado, também suspeito de participação nos crimes. Anic Herdy e Lourival Fadiga Reprodução Ele apareceu na investigação a partir da apreensão do telefone de Maria Luiza Vieira Fadiga. Filha de Lourival, que chegou a ser presa ao lado irmão Henrique Vieira Fadiga em abril, sendo ambos soltos pela Justiça em outubro, ela teve o celular apreendido em buscas realizadas pela polícia, no dia 15 de março. A apreensão ocorreu dias após ela ter recebido mensagens enviadas pelo pai, que usou um celular na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde estava preso na época. Num aplicativo de notas do aparelho, os policiais encontraram anotações datadas do dia 8 de março de 2024. A data corresponde a um dos dois dias em que depósitos foram feitos por Benjamim, a mando do técnico de informática, na conta de 40 doleiros. Caso Anic: assassino confesso de Anic Herdy dá detalhes sobre a morte da advogada durante reprodução simulada Uma das anotações trazia a inscrição 100k, que segundo a investigação significa R$ 100 mil, constava ao lado do desenho de um ninja. Conforme o relatório, a anotação seria um indício da suposta participação de mais uma pessoa no crime. Já a compra de cigarros eletrônicos e celulares é citada em duas mensagens enviadas por Lourival, dias antes dele ter sido preso, para um comerciante que atua em Ciudad Del Este, no Paraguai, e também em Foz de Iguaçu. A primeira é datada de 4 de março de 2024. " Vamos pegar (R$)500 ( mil) em I Phone e (R$) 500 (mil) em pod", escreveu o técnico de informática, num dos trechos da mensagem. Segundo a polícia, pod seria dispositivo eletrônico para fumar. No dia 6, em novo contato com o mesmo comerciante, Lourival informa ter já enviado o dinheiro da compra do material. " Os 500 do I Phone e os 500 dos pods também já estão na conta." A advogada e estudante de Psicologia Anic de Almeida Peixoto Herdy Reprodução Segundo o relatório, na data acima, Lourival estava com Benjamim em uma agência bancária depositando dinheiro em contas de doleiros, conforme foi exigido pela pessoa que dizia estar com Anic em seu poder. E que, neste mesmo tempo, o técnico de informática efetivou a compra dos aparelhos eletrônicos através dos depósitos. O técnico de informática só foi preso dia 19 de março, oito dias após o pagamento do resgate ter sido concluído, no dia 11do mesmo mês. Caso Anic: polícia encontra corpo que seria de advogada, sepultado e concretado na garagem da casa do principal suspeito De acordo com o documento, os celulares seriam vendidos por Maria Luiza em uma loja de Lourival, que estava em nome da filha. Já os cigarros seriam vendidos de maneira clandestina, entre jovens, por Henrique Vieira, que teria, segundo a polícia, uma tabacaria virtual. O material teria sido entregue a um freteiro, como são conhecidas pessoas encarregadas de atravessar mercadorias para o lado da fronteira com o Brasil, mas nunca foi encontrado por policiais da 105ªDP. Já Rebecca Azevedo dos Santos, ex-namorada de Lourival, que atualmente está presa, é apontada no mesmo relatório como pessoa que receberia cerca de R$ 2 milhões. Uma anotação, supostamente referente ao mesmo valor, foi encontrada pela polícia no aplicativo de notas do telefone apreendido com Maria Luiza, que teria sido repassada por Lourival. Num dos trechos, constava a inscrição "2m the other". De acordo com o relatório, a sigla 2m seria o equivalente a R$ 2 milhões. Já the other é um dos apelidos como o técnico de informática se referia a Rebecca, por ter sido uma ex-amante. As defesas de Lourival, dos irmãos Maria Luiza e Henrique, e da ex-namorada Rebecca, já haviam informado, anteriormente, que apenas Lourival participou da morte de Anic. O suspeito confessou o crime ao prestar depoimento na 2ª Vara Criminal, em Petrópolis, no dia 25 de setembro. Na ocasião, ele contou onde o corpo de Anic estava sepultado e disse que Benjamim, seria o mandante do crime. Horas após a confissão, os restos mortais da advogada foram localizados na sapata da garagem da casa onde Lourival morava, em Teresópolis, na Região Serrana. Procurada, nesta segunda-feira, a defesa de Lourival alegou que o próprio Benjamim informou, em depoimento, ter entregue dólares, em um saco, no dia 11 de março, para o técnico de informática. A entrega teria sido feita para que a quantia fosse levada para os supostos sequestradores no Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes. Segundo a defesa, por tal motivo, os referidos dólares não poderiam ter se revertido na compra de celulares, como afirma a polícia. Por fim, a defesa acrescenta que não há notas ou provas da eventual remessa dos eletrônicos. No que se refere ao diálogo de Lourival com a filha em março, quando estaria preso, a defesa informou que tal extração não foi juntada ao processo ainda, não podendo se manifestar sem antes poder aferir a idoneidade de tal informação.

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