Candidatos à sucessão na Câmara mostram força ao eleger aliados em prefeituras

Hugo Motta e Elmar elegeram parentes com facilidade; Brito emplacou aliados do PSD A eleição deste domingo serviu como uma demonstração de força dos nomes mais cotados para suceder Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara. Elmar Nascimento (União Brasil), Antonio Brito (PSD) e Hugo Motta (Republicanos) saíram vitoriosos das disputas municipais ao conseguirem eleger seus principais aliados. Motta, que hoje é considerado o favorito para suceder Lira, conseguiu eleger aliados na Paraíba, incluindo seu pai, Nabor Wanderley (Republicanos), que foi reeleito prefeito de Patos, com 73,6% dos votos válidos. Na capital João Pessoa ele fez campanha para o prefeito Cícero Lucena (PP), que pontuou 49,16% e vai disputar o segundo turno com o bolsonarista Marcelo Queiroga (PL), ex-ministro da Saúde, que teve 21,77% no primeiro turno. Na sequência das maiores cidades do estado, Motta também apoiou Johnny Bezerra (PSB) em Campina Grande, que teve 34,58% e disputará o segundo turno com o atual prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil), que pontuou 48,22%. Outra aliada que venceu foi Tacyana Leitão (PSB), que foi eleita prefeita em Bayeux. Além de Patos, Motta também focou em eventos nessa cidade na reta final da disputa. Por outro lado, seu aliado Nilvan Ferreira (Republicanos) perdeu em Santa Rita para o candidato do PP, Jakcson. Na última semana antes da eleição no primeiro turno, o líder do Republicanos na Câmara participou da campanha dos aliados Henry Lira (Republicanos) em Santa Luzia, Joaquim Fernandes (PSB) em Mamanguape, Galego (Republicanos) em Pombal (PB), Camaf Douglas (Republicanos) em Lagoa de Dentro, e Major Sidnei (Republicanos) em Sapé e também na cidade de seu pai. Todos eles ganharam nas eleições de hoje. O líder do Republicanos é aliado do governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), que também tem o PT como base no estado. O parlamentar tenta ser o candidato de consenso da Câmara e já recebeu sinalizações positivas tanto do partido de Lula, quanto do PL de Bolsonaro, além do próprio Lira. Por outro lado, Elmar Nascimento também conseguiu eleger aliados na Bahia e seu partido, o União Brasil conquistou o comando de duas capitais já no primeiro turno (Teresina e Salvador) e avançou para o segundo turno em Goiânia. O prefeito de Campo Formoso, Elmo Nascimento (União Brasil), irmão de Elmar, foi reeleito com ampla margem, com 62,51%. Ele enfrentou Denise Menezes (PSD), mulher do presidente da Assembleia da Bahia, Adolfo Menezes (PSD), que pontuou 37,49%. A adversária se apresentou como candidata de Lula, do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, mas ainda assim perdeu. Mesmo tendo enfrentado o PSD,na cidade seu irmão, Elmar tem um pacto com Brito para unir forças com ele para enfrentar Hugo Motta. Britto não participou ativamente da campanha em Campo Formoso e focou mais nos municípios com candidaturas ligadas às Santas Casas, que formam um grupo importante da base eleitoral do líder do PSD. Ainda que não tenha conseguido o apoio do PT para a candidatura de seu irmão, o líder do União tem acenando ao partido de Lula e nas eleições municipais ele apoiou candidatos petistas na Bahia mesmo quando o União Brasil tinha uma outra posição. Exemplos disso são as cidades baianas de Sento Sé, onde Elmar apoiou Giselda Carvalho (PT), mas o União está na coligação do adversário Ednaldo Barros (PSDB), e em Alcobaça, onde o deputado apoia Zico de Baiato (PT), mas o partido de Elmar tem o candidato Doutor Diego (União Brasil). O PT ganhou nas duas cidades. Além de Campo Formoso, na reta final da disputa, Elmar esteve com aliados nas cidades de Lapão, Entre Rios e Senhor do Bonfim. Ele perdeu em Lapão, mas venceu em João Dourado e Entre Rios. José Ronaldo (União Brasil), aliado de Elmar ganhou em Feira de Santana, segunda principal cidade da Bahia. Já Antonio Brito focou na última semana antes das eleições nas cidades de Jaguaquara, Jequié, Contendas do Sicorá, Maracás, São Sebastião do Passé, Lajedo do Tabocal, Itapetinga e Manoel Vitorino. O líder do PSD não teve tanto sucesso quanto os colegas deputados e, desses municípios, seus aliados venceram apenas em São Sebastião do Passé. Nas principais cidades da Bahia, o líder do PSD esteve alinhado com o PT e o MDB, partidos que ele pretende atrair para o grupo dele e de Elmar na disputa pela sucessão da Câmara. Ainda que não tenha se encajado tanto nessas campanhas, Brito apoiou Geraldo Júnior (MDB) em Salvador, Zé Neto (PT) em Feira de Santana, Waldenor (PT) em Vitória da Conquista, Caetano (PT) em Camaçari e Celso Carvalho (PSD) em Juazeiro. A única vitória foi em Camaçari.