Autoridade eleitoral da Colômbia abre investigação contra campanha de Petro, que denuncia 'golpe de Estado'

Presidente de esquerda enfrenta possíveis multas financeiras, mas não a perda do cargo A autoridade eleitoral da Colômbia (CNE) decidiu nesta terça-feira iniciar uma investigação administrativa contra o presidente Gustavo Petro e dirigentes de sua campanha em 2022 por, supostamente, violar os limites de gastos nas eleições, o que o mandatário classifica como uma tentativa de "golpe de Estado". A defesa tem 15 dias para responder a partir desta terça-feira. Trilha do inferno: Narcotráfico da Colômbia lucra US$ 65 milhões com recorde de imigrantes na selva de Darién Paz ou 'caminho' de Pablo Escobar: Petro alerta grupo dissidente das Farc após suspensão de cessar-fogo Petro e alguns dirigentes de sua equipe de campanha "são acusados de suposta violação do limite de gastos" no valor equivalente a cerca de US$ 925 mil dólares (R$ 5,1 milhões), disse em uma coletiva de imprensa o presidente do Conselho Nacional Eleitoral, César Lorduy. O presidente de esquerda enfrenta possíveis multas financeiras, mas não a perda do cargo. No entanto, especialistas apontam que o CNE pode encaminhar uma cópia da investigação à Câmara dos Representantes (Câmara Baixa) para que Petro seja submetido a um julgamento político. — Esta é apenas uma abertura para formular acusações e abrir uma investigação. Por enquanto não há sanção. A partir de agora, os partidos a que nos referimos têm os prazos estabelecidos na lei para se defenderem — indicou o magistrado e presidente da CNE, César Lorduy. Análise: Plano de Petro de negociar paz com grupos armados não decola, e violência aumenta na Colômbia Entre os investigados estão Ricardo Roa, gerente da campanha de Petro para sua eleição em 2022 e atual chefe da petroleira estatal Ecopetrol, além de sua tesoureira. Também estão sob investigação dirigentes dos movimentos Colômbia Humana e União Patriótica, os principais partidos políticos de esquerda no país. Desde o início das investigações sobre essas supostas irregularidades, o presidente diz que a autoridade eleitoral está sendo usada para derrubá-lo. "O golpe de Estado começou", escreveu imediatamente na rede social X. Dinheiro de um narcotraficante As suspeitas sobre as supostas violações aos limites estabelecidos por lei cresceram em julho do ano passado, quando o filho mais velho do presidente, Nicolás Petro, admitiu à Promotoria que recebeu dinheiro de um chefe do narcotráfico e o utilizou em alguns eventos de campanha na costa caribenha. Entenda: Como o escândalo envolvendo seu filho e o narcotráfico pode afetar o presidente colombiano? O advogado do presidente, Héctor Carvajal, havia antecipado em uma entrevista de rádio que não reconheceria nenhuma decisão do CNE e tomaria medidas legais. Petro afirma que o órgão eleitoral tem um viés, pois alguns de seus membros são próximos a partidos de direita. Segundo as investigações realizadas até o momento pelo CNE, a equipe de Petro não reportou gastos realizados para organizar encontros com apoiadores na costa caribenha, uma região tradicionalmente de direita, mas que na última eleição impulsionou o esquerdista à Presidência. Essa hipótese ganhou força depois que Nicolás Petro declarou à Promotoria que o dinheiro de um narcotraficante conhecido como "o homem Marlboro" entrou na campanha. A confissão foi feita no contexto de uma investigação por suposta lavagem de dinheiro, pela qual o filho do presidente foi preso em julho de 2023. Ele afirma que seu pai não sabia desses movimentos financeiros. O novo escândalo atingiu o presidente depois que, em junho de 2023, vazaram uma série de áudios de conversas telefônicas do ex-embaixador na Venezuela, Armando Benedetti, com sua assistente e mão direita, Laura Sarabia, nas quais Benedetti ameaçava "contar a verdade" sobre supostas irregularidades cometidas para obter votos na região caribenha. Também estão sendo investigados aportes de um sindicato da Ecopetrol e pagamentos supostamente não reportados a testemunhas eleitorais durante as eleições. Com AFP.

Oct 9, 2024 - 03:41
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Autoridade eleitoral da Colômbia abre investigação contra campanha de Petro, que denuncia 'golpe de Estado'

Presidente de esquerda enfrenta possíveis multas financeiras, mas não a perda do cargo A autoridade eleitoral da Colômbia (CNE) decidiu nesta terça-feira iniciar uma investigação administrativa contra o presidente Gustavo Petro e dirigentes de sua campanha em 2022 por, supostamente, violar os limites de gastos nas eleições, o que o mandatário classifica como uma tentativa de "golpe de Estado". A defesa tem 15 dias para responder a partir desta terça-feira. Trilha do inferno: Narcotráfico da Colômbia lucra US$ 65 milhões com recorde de imigrantes na selva de Darién Paz ou 'caminho' de Pablo Escobar: Petro alerta grupo dissidente das Farc após suspensão de cessar-fogo Petro e alguns dirigentes de sua equipe de campanha "são acusados de suposta violação do limite de gastos" no valor equivalente a cerca de US$ 925 mil dólares (R$ 5,1 milhões), disse em uma coletiva de imprensa o presidente do Conselho Nacional Eleitoral, César Lorduy. O presidente de esquerda enfrenta possíveis multas financeiras, mas não a perda do cargo. No entanto, especialistas apontam que o CNE pode encaminhar uma cópia da investigação à Câmara dos Representantes (Câmara Baixa) para que Petro seja submetido a um julgamento político. — Esta é apenas uma abertura para formular acusações e abrir uma investigação. Por enquanto não há sanção. A partir de agora, os partidos a que nos referimos têm os prazos estabelecidos na lei para se defenderem — indicou o magistrado e presidente da CNE, César Lorduy. Análise: Plano de Petro de negociar paz com grupos armados não decola, e violência aumenta na Colômbia Entre os investigados estão Ricardo Roa, gerente da campanha de Petro para sua eleição em 2022 e atual chefe da petroleira estatal Ecopetrol, além de sua tesoureira. Também estão sob investigação dirigentes dos movimentos Colômbia Humana e União Patriótica, os principais partidos políticos de esquerda no país. Desde o início das investigações sobre essas supostas irregularidades, o presidente diz que a autoridade eleitoral está sendo usada para derrubá-lo. "O golpe de Estado começou", escreveu imediatamente na rede social X. Dinheiro de um narcotraficante As suspeitas sobre as supostas violações aos limites estabelecidos por lei cresceram em julho do ano passado, quando o filho mais velho do presidente, Nicolás Petro, admitiu à Promotoria que recebeu dinheiro de um chefe do narcotráfico e o utilizou em alguns eventos de campanha na costa caribenha. Entenda: Como o escândalo envolvendo seu filho e o narcotráfico pode afetar o presidente colombiano? O advogado do presidente, Héctor Carvajal, havia antecipado em uma entrevista de rádio que não reconheceria nenhuma decisão do CNE e tomaria medidas legais. Petro afirma que o órgão eleitoral tem um viés, pois alguns de seus membros são próximos a partidos de direita. Segundo as investigações realizadas até o momento pelo CNE, a equipe de Petro não reportou gastos realizados para organizar encontros com apoiadores na costa caribenha, uma região tradicionalmente de direita, mas que na última eleição impulsionou o esquerdista à Presidência. Essa hipótese ganhou força depois que Nicolás Petro declarou à Promotoria que o dinheiro de um narcotraficante conhecido como "o homem Marlboro" entrou na campanha. A confissão foi feita no contexto de uma investigação por suposta lavagem de dinheiro, pela qual o filho do presidente foi preso em julho de 2023. Ele afirma que seu pai não sabia desses movimentos financeiros. O novo escândalo atingiu o presidente depois que, em junho de 2023, vazaram uma série de áudios de conversas telefônicas do ex-embaixador na Venezuela, Armando Benedetti, com sua assistente e mão direita, Laura Sarabia, nas quais Benedetti ameaçava "contar a verdade" sobre supostas irregularidades cometidas para obter votos na região caribenha. Também estão sendo investigados aportes de um sindicato da Ecopetrol e pagamentos supostamente não reportados a testemunhas eleitorais durante as eleições. Com AFP.

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