Após indiciamento, Bolsonaro critica atuação de Moraes: 'Faz tudo o que não diz a lei'

'Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar', afirmou ex-presidente O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou pela primeira vez após ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa. Nesta quinta-feira, a corporação concluiu o inquérito sobre as articulações antidemocráticas enquadrando ainda outras 36 pessoas. De general a almirante, PF inclui 24 militares entre indiciados por tentativa de golpe 'Toc toc toc', 'agora vai': os termos em alta no X após Bolsonaro ser indiciado pela PF Em declaração para o portal Metrópoles, Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por processos que tratam das investidas golpistas como os ataques de 8 de janeiro. Após o posicionamento da Procuradoria-Geral da República (PGR), para onde o inquérito da PF será remetido pelo próprio Moraes, caberá ao ministro decidir o futuro dos indiciados e eventualmente denunciados, se houver. — O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei — afirmou Bolsonaro. O ex-presidente também pontuou que "é na PGR que começa a luta": — Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar. Pouco depois de o Metrópoles publicar a declaração, Bolsonaro postou o mesmo teor em suas redes sociais: Initial plugin text Os crimes atribuídos pela Polícia Federal a Bolsonaro no inquérito que aponta uma tentativa de golpe no país podem chegar a 30 anos de prisão como pena máxima. Para a polícia, o ex-presidente, ex-ministros e aliados atuaram para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a eleição de 2022. A defesa do ex-presidente tem dito que Bolsonaro “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam". Um dos elementos obtidos pela investigação foi a confirmação de um encontro entre Bolsonaro e o então comandantes das Forças Armadas em dezembro de 2022 no qual foram apresentadas ações que possibilitariam um golpe. O ex-comandante do Exército Freire Gomes disse em depoimento à PF que, no encontro, Bolsonaro detalhou a possibilidade de "utilização de institutos jurídicos" como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Estado de Defesa ou Estado de Sítio para impedir a posse de Lula. Outro elemento citado na investigação é uma reunião com teor golpista em julho de 2022 no Palácio do Planalto com integrantes do primeiro escalão do governo. Na ocasião, Bolsonaro incitou uma ação antes das eleições, e foi seguido por alguns minutos na fala pró-golpe. — Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições — disse o então presidente.

Nov 21, 2024 - 18:00
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Após indiciamento, Bolsonaro critica atuação de Moraes: 'Faz tudo o que não diz a lei'

'Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar', afirmou ex-presidente O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou pela primeira vez após ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa. Nesta quinta-feira, a corporação concluiu o inquérito sobre as articulações antidemocráticas enquadrando ainda outras 36 pessoas. De general a almirante, PF inclui 24 militares entre indiciados por tentativa de golpe 'Toc toc toc', 'agora vai': os termos em alta no X após Bolsonaro ser indiciado pela PF Em declaração para o portal Metrópoles, Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por processos que tratam das investidas golpistas como os ataques de 8 de janeiro. Após o posicionamento da Procuradoria-Geral da República (PGR), para onde o inquérito da PF será remetido pelo próprio Moraes, caberá ao ministro decidir o futuro dos indiciados e eventualmente denunciados, se houver. — O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei — afirmou Bolsonaro. O ex-presidente também pontuou que "é na PGR que começa a luta": — Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar. Pouco depois de o Metrópoles publicar a declaração, Bolsonaro postou o mesmo teor em suas redes sociais: Initial plugin text Os crimes atribuídos pela Polícia Federal a Bolsonaro no inquérito que aponta uma tentativa de golpe no país podem chegar a 30 anos de prisão como pena máxima. Para a polícia, o ex-presidente, ex-ministros e aliados atuaram para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a eleição de 2022. A defesa do ex-presidente tem dito que Bolsonaro “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam". Um dos elementos obtidos pela investigação foi a confirmação de um encontro entre Bolsonaro e o então comandantes das Forças Armadas em dezembro de 2022 no qual foram apresentadas ações que possibilitariam um golpe. O ex-comandante do Exército Freire Gomes disse em depoimento à PF que, no encontro, Bolsonaro detalhou a possibilidade de "utilização de institutos jurídicos" como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Estado de Defesa ou Estado de Sítio para impedir a posse de Lula. Outro elemento citado na investigação é uma reunião com teor golpista em julho de 2022 no Palácio do Planalto com integrantes do primeiro escalão do governo. Na ocasião, Bolsonaro incitou uma ação antes das eleições, e foi seguido por alguns minutos na fala pró-golpe. — Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições — disse o então presidente.

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