Após ata do Copom, analistas já veem alta maior de juros em dezembro caso pacote fiscal frustre mercado
Bancos e instituições financeiras avaliam que Selic pode subir 0,75 ponto percentual, para 12% ao ano, se anúncio de medidas de revisão de gastos seja mais acanhado do que o previsto Analistas de bancos e instituições financeiras já começam a estimar que o Banco Central (BC) poderá acelerar o ritmo de alta na taxa básica de juros da economia e, na sua próxima reunião, em 11 de dezembro, elevar a Selic em 0,75 ponto percentual. Se isso se confirmar, a taxa básica terminaria 2024 em 12% ao ano. A previsão não é unânime - alguns bancos ainda preveem uma alta de 0,5 ponto percentual. Mas, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta terça-feira, foi considerada mais “dura” que o comunicado divulgado imediatamente após a última decisão sobre taxa de juros, na semana passada. IBGE: Vendas do comércio crescem menos que o esperado em setembro Escala 6x1: o que diz a PEC proposta por Erika Hilton? Entenda E, segundo analistas, se o esperado anúncio de medidas de revisão de gastos pelo governo vier mais modesto do que o previsto, aumentam as chances de uma alta maior nos juros. Na semana passada, o BC elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano. Já foi um aperto maior do que na reunião anterior - em setembro, a taxa Selic, após três meses estável, foi elevada em 0,25 ponto percentual. O Goldman Sachs deixa em aberto a possibilidade de uma alta mais forte na taxa básica agora (ou seja, 0,75 ponto percentual) e destaca a expectativa com o anúncio, pelo governo federal, de uma revisão nos gastos públicos. Caso esse anúncio venha acanhado e frustre os analistas, pontua o Goldman Sachs em relatório, aumenta o risco de uma alta maior nos juros: “O Copom destaca que preocupações com a política fiscal têm impactado os preços dos ativos e as expectativas, e enfatiza que uma desaceleração estrutural dos gastos públicos poderia apoiar o crescimento de médio prazo por meio de seu impacto nas condições financeiras, no prêmio de risco e na melhor alocação de recursos. [...] Se o próximo pacote fiscal decepcionar e as expectativas de inflação continuarem a se deteriorar, vemos um risco substancial de um aumento maior de 75 pontos base”, diz o texto, assinado pelo economista-chefe para América Latina do banco americano, Alberto Ramos. Em relatório divulgado nesta manhã, o Itaú afirma que vê chances de um ritmo maior no ciclo de aperto monetário: “em nossa visão, há chances de que as condições econômicas e expectativas de inflação – que dependem de importantes decisões fiscais à frente – possam exigir uma aceleração do ritmo em breve”, disse trecho do documento assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita. Initial plugin text O economista-chefe da Ativa Investimentos Étore Sanchez também afirma que a ausência de definição de ritmo na ata e de informações sobre o fim do ciclo, e diante de uma piora nas perspectivas para a inflação, se cria um sinal de que a Selic teria um ritmo de aperto acelerado: “O comunicado com parágrafo prospectivo aberto e firme às atribuições da autoridade já sugeria uma aceleração do aperto, ao passo que o trecho adicionado na comunicação de hoje diz que 'uma deterioração adicional das expectativas pode levar a um prolongamento do ciclo de aperto de política monetária'", diz Étore em relatório. A possibilidade de um aumento maior já na próxima reunião, em dezembro, também foi pontuada por Leonardo Costa, economista da financeira ASA. A XP prevê o aumento de meio ponto na Selic a cada uma das quatro reuniões seguintes, até alcançar os 13,25%, mas diz que o “Copom pode, eventualmente, acelerar o passo e atingir o nível terminal mais cedo”. Já o banco suíço UBS vê como improvável um aumento maior que meio ponto para a reunião seguinte, mas afirma que um cenário de aceleração da alta pode acontecer caso o anúncio fiscal por parte do governo seja “fraco”. O banco americano Citi segue apostando em uma alta de meio ponto para dezembro, mas a instituição, que prevê que o ciclo de alta termine em 12% em janeiro, “vê risco de alta para essa previsão”. No mercado, juros em alta O compasso de espera pela apresentação de medidas concretas para frear a subida dos gastos públicos segue pressionando a curva de juros futuros. Nesta manhã, todos os contratos da taxa de depósito interfinanceiro (DI) até 2030 eram negociados acima dos 13%, indicando receio com a atual trajetória da política monetária. A curva de juros do DI também prevê um aumento de 0,75 p.p. na Selic já na próxima reunião do Copom, em dezembro, alcançando os 12% ainda em 2024. Ata diz que piora pode prolongar ciclo Divulgada na manhã desta terça, a ata da última reunião afirmou que o cenário é de desconforto com as expectativas de inflação em relação à meta de 3%, e que uma futura deterioração adicional pode prolongar o ciclo de aperto monetário. O BC ainda preferiu não dar indicação futura sobre seus próximos passos e reforçar a importância do acompanhamento dos cenários ao longo
Bancos e instituições financeiras avaliam que Selic pode subir 0,75 ponto percentual, para 12% ao ano, se anúncio de medidas de revisão de gastos seja mais acanhado do que o previsto Analistas de bancos e instituições financeiras já começam a estimar que o Banco Central (BC) poderá acelerar o ritmo de alta na taxa básica de juros da economia e, na sua próxima reunião, em 11 de dezembro, elevar a Selic em 0,75 ponto percentual. Se isso se confirmar, a taxa básica terminaria 2024 em 12% ao ano. A previsão não é unânime - alguns bancos ainda preveem uma alta de 0,5 ponto percentual. Mas, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta terça-feira, foi considerada mais “dura” que o comunicado divulgado imediatamente após a última decisão sobre taxa de juros, na semana passada. IBGE: Vendas do comércio crescem menos que o esperado em setembro Escala 6x1: o que diz a PEC proposta por Erika Hilton? Entenda E, segundo analistas, se o esperado anúncio de medidas de revisão de gastos pelo governo vier mais modesto do que o previsto, aumentam as chances de uma alta maior nos juros. Na semana passada, o BC elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano. Já foi um aperto maior do que na reunião anterior - em setembro, a taxa Selic, após três meses estável, foi elevada em 0,25 ponto percentual. O Goldman Sachs deixa em aberto a possibilidade de uma alta mais forte na taxa básica agora (ou seja, 0,75 ponto percentual) e destaca a expectativa com o anúncio, pelo governo federal, de uma revisão nos gastos públicos. Caso esse anúncio venha acanhado e frustre os analistas, pontua o Goldman Sachs em relatório, aumenta o risco de uma alta maior nos juros: “O Copom destaca que preocupações com a política fiscal têm impactado os preços dos ativos e as expectativas, e enfatiza que uma desaceleração estrutural dos gastos públicos poderia apoiar o crescimento de médio prazo por meio de seu impacto nas condições financeiras, no prêmio de risco e na melhor alocação de recursos. [...] Se o próximo pacote fiscal decepcionar e as expectativas de inflação continuarem a se deteriorar, vemos um risco substancial de um aumento maior de 75 pontos base”, diz o texto, assinado pelo economista-chefe para América Latina do banco americano, Alberto Ramos. Em relatório divulgado nesta manhã, o Itaú afirma que vê chances de um ritmo maior no ciclo de aperto monetário: “em nossa visão, há chances de que as condições econômicas e expectativas de inflação – que dependem de importantes decisões fiscais à frente – possam exigir uma aceleração do ritmo em breve”, disse trecho do documento assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita. Initial plugin text O economista-chefe da Ativa Investimentos Étore Sanchez também afirma que a ausência de definição de ritmo na ata e de informações sobre o fim do ciclo, e diante de uma piora nas perspectivas para a inflação, se cria um sinal de que a Selic teria um ritmo de aperto acelerado: “O comunicado com parágrafo prospectivo aberto e firme às atribuições da autoridade já sugeria uma aceleração do aperto, ao passo que o trecho adicionado na comunicação de hoje diz que 'uma deterioração adicional das expectativas pode levar a um prolongamento do ciclo de aperto de política monetária'", diz Étore em relatório. A possibilidade de um aumento maior já na próxima reunião, em dezembro, também foi pontuada por Leonardo Costa, economista da financeira ASA. A XP prevê o aumento de meio ponto na Selic a cada uma das quatro reuniões seguintes, até alcançar os 13,25%, mas diz que o “Copom pode, eventualmente, acelerar o passo e atingir o nível terminal mais cedo”. Já o banco suíço UBS vê como improvável um aumento maior que meio ponto para a reunião seguinte, mas afirma que um cenário de aceleração da alta pode acontecer caso o anúncio fiscal por parte do governo seja “fraco”. O banco americano Citi segue apostando em uma alta de meio ponto para dezembro, mas a instituição, que prevê que o ciclo de alta termine em 12% em janeiro, “vê risco de alta para essa previsão”. No mercado, juros em alta O compasso de espera pela apresentação de medidas concretas para frear a subida dos gastos públicos segue pressionando a curva de juros futuros. Nesta manhã, todos os contratos da taxa de depósito interfinanceiro (DI) até 2030 eram negociados acima dos 13%, indicando receio com a atual trajetória da política monetária. A curva de juros do DI também prevê um aumento de 0,75 p.p. na Selic já na próxima reunião do Copom, em dezembro, alcançando os 12% ainda em 2024. Ata diz que piora pode prolongar ciclo Divulgada na manhã desta terça, a ata da última reunião afirmou que o cenário é de desconforto com as expectativas de inflação em relação à meta de 3%, e que uma futura deterioração adicional pode prolongar o ciclo de aperto monetário. O BC ainda preferiu não dar indicação futura sobre seus próximos passos e reforçar a importância do acompanhamento dos cenários ao longo do tempo "em virtude das incertezas envolvidas". Assim como no comunicado, disse que "ritmo de ajustes futuros e a magnitude total do ciclo" serão ditados pelo firme compromisso da convergência da inflação à meta. Initial plugin text
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