Análise: Democratas precisam lamber feridas e entender se urnas indicam país radicalmente diferente de 2016
Caciques do partido precisam compreender se a hemorragia em suas hostes que possibilitou a vitória republicana Em um dia de glória para o ex e futuro presidente Donald Trump, é fundamental se debruçar sobre as consequências de seu retorno à Casa Branca após campanha pautada por promessas autoritárias. Mas também é preciso olhar com atenção para os derrotados. O Partido Democrata amanheceu hoje menor do que quando perdeu para o mesmo adversário em 2016. Presidente eleito: Donald Trump vence Kamala Harris e voltará à Presidência dos EUA após quatro anos de campanha Eleições nos EUA: Acompanhe a cobertura completa da disputa que coroou Donald Trump Os números ainda precisam ser destrinchados, mas o primeiro retrato das eleições revela um avanço inédito da direita sobre estratos que formam, ainda, o grosso da base dos hoje governistas — especialmente os eleitores negros, os diversos grupos latinos, os mais jovens e aqueles que foram à urnas pela primeira vez. O presidente Joe Biden teve margens bem maiores do que a vice Kamala Harris em cada um desses grupos há quatro anos, o dobro em alguns condados. Initial plugin text Enquanto começam a lamber as feridas, os caciques democratas precisam compreender se a hemorragia em suas hostes que possibilitou a vitória republicana é, em sua essência, um voto de repúdio à receita econômica de Biden nos últimos quatro anos, com números decididamente positivos no macro mas lembrada pelos eleitores pelo aumento do custo de vida e menos dinheiro no bolso. Ou se é resultado de mudança mais estrutural, com duração longa e que exigirá poder de reinvenção visivelmente escasso no flanco liberal e à esquerda. E não só nos Estados Unidos. Votos ainda precisam ser contados, mas os americanos parecem ter confiado à direita o comando do Senado e da Câmara, além de dezenas de legislativos estaduais país afora. Em cenário que inclui também a maioria conservadora na Suprema Corte, o poder de pressão e negociação da futura oposição nos gabinetes do Poder será, a partir de janeiro, muito menor do que o de 2016. Mas as urnas, que confirmaram a hegemonia do trumpismo no Partido Republicano, também sugerem um primeiro caminho para os derrotados— dar mais protagonismo a grupos organizados de pressão da sociedade civil para denunciar prováveis avanços autoritários. E logo.
Caciques do partido precisam compreender se a hemorragia em suas hostes que possibilitou a vitória republicana Em um dia de glória para o ex e futuro presidente Donald Trump, é fundamental se debruçar sobre as consequências de seu retorno à Casa Branca após campanha pautada por promessas autoritárias. Mas também é preciso olhar com atenção para os derrotados. O Partido Democrata amanheceu hoje menor do que quando perdeu para o mesmo adversário em 2016. Presidente eleito: Donald Trump vence Kamala Harris e voltará à Presidência dos EUA após quatro anos de campanha Eleições nos EUA: Acompanhe a cobertura completa da disputa que coroou Donald Trump Os números ainda precisam ser destrinchados, mas o primeiro retrato das eleições revela um avanço inédito da direita sobre estratos que formam, ainda, o grosso da base dos hoje governistas — especialmente os eleitores negros, os diversos grupos latinos, os mais jovens e aqueles que foram à urnas pela primeira vez. O presidente Joe Biden teve margens bem maiores do que a vice Kamala Harris em cada um desses grupos há quatro anos, o dobro em alguns condados. Initial plugin text Enquanto começam a lamber as feridas, os caciques democratas precisam compreender se a hemorragia em suas hostes que possibilitou a vitória republicana é, em sua essência, um voto de repúdio à receita econômica de Biden nos últimos quatro anos, com números decididamente positivos no macro mas lembrada pelos eleitores pelo aumento do custo de vida e menos dinheiro no bolso. Ou se é resultado de mudança mais estrutural, com duração longa e que exigirá poder de reinvenção visivelmente escasso no flanco liberal e à esquerda. E não só nos Estados Unidos. Votos ainda precisam ser contados, mas os americanos parecem ter confiado à direita o comando do Senado e da Câmara, além de dezenas de legislativos estaduais país afora. Em cenário que inclui também a maioria conservadora na Suprema Corte, o poder de pressão e negociação da futura oposição nos gabinetes do Poder será, a partir de janeiro, muito menor do que o de 2016. Mas as urnas, que confirmaram a hegemonia do trumpismo no Partido Republicano, também sugerem um primeiro caminho para os derrotados— dar mais protagonismo a grupos organizados de pressão da sociedade civil para denunciar prováveis avanços autoritários. E logo.
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