Ameaçado por Israel, centro educacional da ONU na Cisjordânia teme pelo futuro de jovens palestinos
Atividades da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente foram proibidas pelas autoridades israelenses Em um superlotado campo de refugiados na Cisjordânia ocupada, o centro educacional da UNRWA, sigla da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, representa um oásis para os jovens palestinos. Mas o futuro da entidade está ameaçado desde que Israel proibiu as atividades do órgão da Organização das Nações Unidas (ONU). Negociações: Hamas diz estar 'preparado' para aceitar acordo de cessar-fogo em Gaza e pede a Trump que pressione Israel Leia mais: Exército de Israel facilita saques à ajuda humanitária aos palestinos de Gaza, denunciam 29 ONGs Nas instalações do centro de formação profissional no campo de Qalandia, perto do muro que separa a Cisjordânia de Israel, aprendizes de encanador montam tubulações, futuros eletricistas instalam fios e carpinteiros em formação constroem um telhado. Mas o aprendizado das profissões pode acabar em breve para estes adolescentes palestinos: em outubro, o Parlamento de Israel proibiu a UNRWA de operar em território israelense. Ahmed Nasif, um refugiado de 18 anos, teme pelo próprio futuro se o centro de formação precisar fechar por causa dessa lei. Ofensiva: novo ataque de Israel atinge sul de Beirute enquanto negociações de cessar-fogo no Líbano avançam "Muitos colegas ficariam sem ocupação, alguns não têm meios financeiros para estudar em outras escolas", disse ele à AFP durante uma aula em que aprende a montar lâmpadas. "Aqui a formação é quase gratuita", esclarece. Um pouco mais à frente, algumas meninas palestinas fazem voltas ao som dos apitos da professora de educação física no pátio de uma escola primária, também administrada pela UNRWA. Na parede, um grafite em árabe, cercado por desenhos de borboletas e flores, proclama: "Amo minha linda escola". Jonathan Fowler, porta-voz da UNRWA em Jerusalém, alerta para as consequências socioeconômicas "potencialmente desastrosas" de um possível fechamento, mesmo que parcial, das atividades da agência. "Se esses serviços não puderem funcionar (...) quem fornecerá educação para as crianças e os adolescentes deste campo?", pergunta. Relatório: métodos de guerra de Israel em Gaza são característicos de um genocídio, diz comissão da ONU Segundo Baha Awaad, diretor do centro, a instituição forma 350 alunos e não pode receber mais estudantes devido à falta de autorização para ampliar os prédios. O que será deles se a escola tiver que fechar? "Se for um fechamento permanente, eles ficarão sem opções", lamenta. Coluna vertebral É difícil encontrar uma alternativa à UNRWA, que iniciou suas operações na região em 1950, da noite para o dia. "Não se pode simplesmente apertar um botão e fazer desaparecer a UNRWA para que alguém ocupe seu lugar", destaca Fowler. "A lei é muito vaga em muitos pontos. Qual seria o objetivo? Como seria implementada? Tudo isso ainda é extremamente incerto", enfatiza o representante. Violações do direito internacional: quase 70% dos mortos na guerra em Gaza são mulheres e crianças, diz ONU As autoridades israelenses foram bem críticas em relação a agência da ONU durante muito tempo. As relações se deterioraram gravemente após o início da guerra em Gaza. Israel acusou funcionários da UNRWA de terem participação no ataque cometido pelo movimento islamista palestino Hamas em seu território em 7 de outubro de 2023. A UNRWA é a coluna vertebral das operações humanitárias a favor dos palestinos. Nos 19 campos onde, segundo a instituição, vive atualmente um quarto dos 912 mil refugiados da Cisjordânia, muitos dependem dos diversos serviços oferecidos pelos 3.800 funcionários da agência. É o caso de Ahmed Nasif, que, antes de se juntar ao centro de formação profissional da UNRWA, passou por uma escola secundária da agência e também recebeu atendimento médico em uma de suas clínicas. "A situação é particularmente difícil para a clínica, da qual muitas pessoas dependem para medicamentos e tratamentos", relata. "Se fechar, ficarão sem esses serviços", lamenta.
Atividades da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente foram proibidas pelas autoridades israelenses Em um superlotado campo de refugiados na Cisjordânia ocupada, o centro educacional da UNRWA, sigla da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, representa um oásis para os jovens palestinos. Mas o futuro da entidade está ameaçado desde que Israel proibiu as atividades do órgão da Organização das Nações Unidas (ONU). Negociações: Hamas diz estar 'preparado' para aceitar acordo de cessar-fogo em Gaza e pede a Trump que pressione Israel Leia mais: Exército de Israel facilita saques à ajuda humanitária aos palestinos de Gaza, denunciam 29 ONGs Nas instalações do centro de formação profissional no campo de Qalandia, perto do muro que separa a Cisjordânia de Israel, aprendizes de encanador montam tubulações, futuros eletricistas instalam fios e carpinteiros em formação constroem um telhado. Mas o aprendizado das profissões pode acabar em breve para estes adolescentes palestinos: em outubro, o Parlamento de Israel proibiu a UNRWA de operar em território israelense. Ahmed Nasif, um refugiado de 18 anos, teme pelo próprio futuro se o centro de formação precisar fechar por causa dessa lei. Ofensiva: novo ataque de Israel atinge sul de Beirute enquanto negociações de cessar-fogo no Líbano avançam "Muitos colegas ficariam sem ocupação, alguns não têm meios financeiros para estudar em outras escolas", disse ele à AFP durante uma aula em que aprende a montar lâmpadas. "Aqui a formação é quase gratuita", esclarece. Um pouco mais à frente, algumas meninas palestinas fazem voltas ao som dos apitos da professora de educação física no pátio de uma escola primária, também administrada pela UNRWA. Na parede, um grafite em árabe, cercado por desenhos de borboletas e flores, proclama: "Amo minha linda escola". Jonathan Fowler, porta-voz da UNRWA em Jerusalém, alerta para as consequências socioeconômicas "potencialmente desastrosas" de um possível fechamento, mesmo que parcial, das atividades da agência. "Se esses serviços não puderem funcionar (...) quem fornecerá educação para as crianças e os adolescentes deste campo?", pergunta. Relatório: métodos de guerra de Israel em Gaza são característicos de um genocídio, diz comissão da ONU Segundo Baha Awaad, diretor do centro, a instituição forma 350 alunos e não pode receber mais estudantes devido à falta de autorização para ampliar os prédios. O que será deles se a escola tiver que fechar? "Se for um fechamento permanente, eles ficarão sem opções", lamenta. Coluna vertebral É difícil encontrar uma alternativa à UNRWA, que iniciou suas operações na região em 1950, da noite para o dia. "Não se pode simplesmente apertar um botão e fazer desaparecer a UNRWA para que alguém ocupe seu lugar", destaca Fowler. "A lei é muito vaga em muitos pontos. Qual seria o objetivo? Como seria implementada? Tudo isso ainda é extremamente incerto", enfatiza o representante. Violações do direito internacional: quase 70% dos mortos na guerra em Gaza são mulheres e crianças, diz ONU As autoridades israelenses foram bem críticas em relação a agência da ONU durante muito tempo. As relações se deterioraram gravemente após o início da guerra em Gaza. Israel acusou funcionários da UNRWA de terem participação no ataque cometido pelo movimento islamista palestino Hamas em seu território em 7 de outubro de 2023. A UNRWA é a coluna vertebral das operações humanitárias a favor dos palestinos. Nos 19 campos onde, segundo a instituição, vive atualmente um quarto dos 912 mil refugiados da Cisjordânia, muitos dependem dos diversos serviços oferecidos pelos 3.800 funcionários da agência. É o caso de Ahmed Nasif, que, antes de se juntar ao centro de formação profissional da UNRWA, passou por uma escola secundária da agência e também recebeu atendimento médico em uma de suas clínicas. "A situação é particularmente difícil para a clínica, da qual muitas pessoas dependem para medicamentos e tratamentos", relata. "Se fechar, ficarão sem esses serviços", lamenta.
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