Xi diz a Biden que China busca 'transição suave' nos laços com os EUA após eleição de Trump

Em reunião na capital peruana, atual presidente americano defendeu, por sua vez, que rivalidade entre os dois países não deve se transformar em 'conflito' A China está pronta para trabalhar com o novo governo dos Estados Unidos para garantir uma “transição suave” nos laços bilaterais, disse o presidente Xi Jinping ao seu homólogo Joe Biden neste sábado, quando eles se encontraram pela última vez antes do retorno de Donald Trump à Casa Branca, durante uma reunião do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), em Lima, no Peru. Mudou de ideia: Após rejeitar ‘pactos com comunistas’, Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20 no Rio Marcelo Ninio: Com porto no Peru, China dobra aposta na América do Sul A China “se esforçará por uma transição suave” na busca por um relacionamento “estável, saudável e sustentável” com os Estados Unidos, afirmou o presidente chinês em comentários traduzidos quando os líderes em exercício das maiores economias do mundo se sentaram para conversar em um hotel na capital peruana, onde a delegação chinesa estava hospedada. — Os Estados Unidos concluíram recentemente suas eleições — disse Xi a Biden. — O objetivo da China de um relacionamento estável, saudável e sustentável entre a China e os EUA permanece inalterado. Initial plugin text Xi também disse a Biden neste sábado que a China estava “pronta para trabalhar com o novo governo dos EUA para manter a comunicação, expandir a cooperação e gerenciar as diferenças”. Biden, por sua vez, afirmou que a rivalidade entre os dois países não deve se transformar em “conflito”: — Nossos países não podem permitir que essa competição se transforme em conflito. O encontro entre eles provavelmente encerra um capítulo nas relações entre as superpotências rivais, já que Donald Trump prometeu adotar uma abordagem mais agressiva com Pequim quando se tornar presidente novamente em janeiro. O retorno do bilionário republicano despertou o temor de novas guerras comerciais e de uma reviravolta diplomática, que dominaram a cúpula de Lima. Também lançou uma nuvem de incerteza sobre os esforços — apresentados em uma reunião histórica entre Xi e Biden na Califórnia há um ano — para aliviar o relacionamento tenso entre Washington e Pequim. Antes de seu encontro, Biden e Xi participaram de um “retiro” a portas fechadas com outros líderes da Apec de países como Canadá, Chile, Cingapura, Austrália, Malásia e Japão.A Rússia foi representada por um vice-primeiro-ministro. ‘Mudança política significativa' Xi e Biden, que se encontraram pela terceira vez, alertaram separadamente nos últimos dias sobre as águas agitadas que se avizinham em um momento de incerteza global. O presidente chinês reiterou suas preocupações neste sábado sobre o crescente “protecionismo” e pediu às nações da Apec que “se unam e cooperem”. Já Biden afirmou na sexta-feira que o mundo havia “alcançado um momento de mudança política significativa”. Lula e Xi Jinping: saiba o que deve ser tratado na reunião entre os presidentes de Brasil e China Trump sinalizou uma abordagem de confronto com Pequim, ameaçando com tarifas de até 60% sobre as importações de produtos chineses para equilibrar o que ele diz ser um desequilíbrio comercial. Ele também nomeou dois grandes falcões da China para sua equipe principal, incluindo Marco Rubio como secretário de Estado. Enquanto Biden corria para salvar o que podia de seu legado de política externa, ele se reuniu na sexta-feira com os líderes do Japão e da Coreia do Sul, aliados importantes dos EUA na Ásia. Ele disse que os fortes laços entre os três países são essenciais para “combater a cooperação perigosa e desestabilizadora da Coreia do Norte com a Rússia”, enquanto Pyongyang envia tropas para lutar na Ucrânia. Alianças em risco O retorno das políticas “EUA primeiro” de Trump ameaça as alianças que Biden construiu em questões que vão desde as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio até as mudanças climáticas e o comércio. Durante seu primeiro mandato, Trump ameaçou cortar os compromissos de defesa dos EUA com aliados asiáticos e europeus se eles não arcassem com uma parcela maior do ônus financeiro de sua proteção. Economistas alertaram que as tarifas punitivas de Trump prejudicariam não apenas a economia da China, mas também a dos Estados Unidos e de seus parceiros comerciais. Isso também poderia colocar em risco a estabilidade geopolítica. A China está aumentando sua capacidade militar e, ao mesmo tempo, intensificando a pressão sobre o Taiwan autogovernado, que ela reivindica como parte de seu território. O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que Xi e Biden também discutiram Taiwan e as tensões no Mar do Sul da China, onde Pequim reivindica grandes extensões de território marítimo. O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, expressou “sérias preocupações sobre a crescente atividade militar chinesa” em uma reunião com Xi na cúpula da Apec, informou o Ministério das Relações Exteriores de Tóquio. A preocupa

Nov 16, 2024 - 21:15
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Xi diz a Biden que China busca 'transição suave' nos laços com os EUA após eleição de Trump

Em reunião na capital peruana, atual presidente americano defendeu, por sua vez, que rivalidade entre os dois países não deve se transformar em 'conflito' A China está pronta para trabalhar com o novo governo dos Estados Unidos para garantir uma “transição suave” nos laços bilaterais, disse o presidente Xi Jinping ao seu homólogo Joe Biden neste sábado, quando eles se encontraram pela última vez antes do retorno de Donald Trump à Casa Branca, durante uma reunião do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), em Lima, no Peru. Mudou de ideia: Após rejeitar ‘pactos com comunistas’, Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20 no Rio Marcelo Ninio: Com porto no Peru, China dobra aposta na América do Sul A China “se esforçará por uma transição suave” na busca por um relacionamento “estável, saudável e sustentável” com os Estados Unidos, afirmou o presidente chinês em comentários traduzidos quando os líderes em exercício das maiores economias do mundo se sentaram para conversar em um hotel na capital peruana, onde a delegação chinesa estava hospedada. — Os Estados Unidos concluíram recentemente suas eleições — disse Xi a Biden. — O objetivo da China de um relacionamento estável, saudável e sustentável entre a China e os EUA permanece inalterado. Initial plugin text Xi também disse a Biden neste sábado que a China estava “pronta para trabalhar com o novo governo dos EUA para manter a comunicação, expandir a cooperação e gerenciar as diferenças”. Biden, por sua vez, afirmou que a rivalidade entre os dois países não deve se transformar em “conflito”: — Nossos países não podem permitir que essa competição se transforme em conflito. O encontro entre eles provavelmente encerra um capítulo nas relações entre as superpotências rivais, já que Donald Trump prometeu adotar uma abordagem mais agressiva com Pequim quando se tornar presidente novamente em janeiro. O retorno do bilionário republicano despertou o temor de novas guerras comerciais e de uma reviravolta diplomática, que dominaram a cúpula de Lima. Também lançou uma nuvem de incerteza sobre os esforços — apresentados em uma reunião histórica entre Xi e Biden na Califórnia há um ano — para aliviar o relacionamento tenso entre Washington e Pequim. Antes de seu encontro, Biden e Xi participaram de um “retiro” a portas fechadas com outros líderes da Apec de países como Canadá, Chile, Cingapura, Austrália, Malásia e Japão.A Rússia foi representada por um vice-primeiro-ministro. ‘Mudança política significativa' Xi e Biden, que se encontraram pela terceira vez, alertaram separadamente nos últimos dias sobre as águas agitadas que se avizinham em um momento de incerteza global. O presidente chinês reiterou suas preocupações neste sábado sobre o crescente “protecionismo” e pediu às nações da Apec que “se unam e cooperem”. Já Biden afirmou na sexta-feira que o mundo havia “alcançado um momento de mudança política significativa”. Lula e Xi Jinping: saiba o que deve ser tratado na reunião entre os presidentes de Brasil e China Trump sinalizou uma abordagem de confronto com Pequim, ameaçando com tarifas de até 60% sobre as importações de produtos chineses para equilibrar o que ele diz ser um desequilíbrio comercial. Ele também nomeou dois grandes falcões da China para sua equipe principal, incluindo Marco Rubio como secretário de Estado. Enquanto Biden corria para salvar o que podia de seu legado de política externa, ele se reuniu na sexta-feira com os líderes do Japão e da Coreia do Sul, aliados importantes dos EUA na Ásia. Ele disse que os fortes laços entre os três países são essenciais para “combater a cooperação perigosa e desestabilizadora da Coreia do Norte com a Rússia”, enquanto Pyongyang envia tropas para lutar na Ucrânia. Alianças em risco O retorno das políticas “EUA primeiro” de Trump ameaça as alianças que Biden construiu em questões que vão desde as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio até as mudanças climáticas e o comércio. Durante seu primeiro mandato, Trump ameaçou cortar os compromissos de defesa dos EUA com aliados asiáticos e europeus se eles não arcassem com uma parcela maior do ônus financeiro de sua proteção. Economistas alertaram que as tarifas punitivas de Trump prejudicariam não apenas a economia da China, mas também a dos Estados Unidos e de seus parceiros comerciais. Isso também poderia colocar em risco a estabilidade geopolítica. A China está aumentando sua capacidade militar e, ao mesmo tempo, intensificando a pressão sobre o Taiwan autogovernado, que ela reivindica como parte de seu território. O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que Xi e Biden também discutiram Taiwan e as tensões no Mar do Sul da China, onde Pequim reivindica grandes extensões de território marítimo. O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, expressou “sérias preocupações sobre a crescente atividade militar chinesa” em uma reunião com Xi na cúpula da Apec, informou o Ministério das Relações Exteriores de Tóquio. A preocupação com os próximos movimentos de Trump continua a lançar uma sombra sobre a agenda diplomática internacional nas negociações climáticas em andamento no Azerbaijão e para uma cúpula do G20 no Rio de Janeiro na próxima semana, da qual Biden e Xi também participarão.

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