Agência Moody's eleva nota de crédito do Brasil; país fica a um passo de grau de investimento

A agência Moody’s elevou o rating do Brasil de Ba2 para Ba1, e mantém a perspectiva positiva para o país. Segundo a agência de classificação de risco, o crescimento mais robusto que o previsto contribuiu para a melhora do rating. Rating: Haddad comemora elevação de nota do Brasil pela Moody’s e reconhece que há 'trabalho a ser feito' nas despesas e receitas Campos Neto: Reduzir juros sem ajuste nas contas públicas impactaria na inflação "Essa elevação reflete melhorias substanciais no crédito, que esperamos que continuem, incluindo um desempenho de crescimento mais robusto do que o avaliado anteriormente e um histórico crescente de reformas econômicas e fiscais que conferem resiliência ao perfil de crédito, embora a credibilidade do arcabouço fiscal do Brasil ainda seja moderada, como refletido no custo relativamente alto da dívida", diz trecho do relatório. A Moody’s elenca que a dívida deve se estabilizar no médio prazo, mas em nível relativamente alto. A agência de risco revisou o crescimento do PIB para 2,5% neste ano, elencando o resultado "em parte das reformas estruturais implementadas por administrações sucessivas em uma série de áreas políticas". Ratings Criação O Globo A agência elenca que a rigidez estrutural nos gastos e o aumento das despesas obrigatórias são fatores limitantes para a eficácia da política econômica: "essas limitações pesam na credibilidade da política fiscal e complicam os esforços contínuos para cumprir as metas fiscais, o que prejudica a eficácia da política e contribui para prêmios de risco relativamente altos". Reconhecimento: Fazenda diz que elevação de nota pela Moody’s é reconhecimento de avanço nas contas públicas Para a Moody's, a consolidação fiscal será gradual e isto conterá o aumento da dívida. A agência de classificação elenca que os resultados fiscais primários melhorem gradualmente em linha com as metas do governo de dois a três anos, e reitera que os gastos obrigatórios limitam a capacidade de uma consolidação fiscal mais rápida. Em maio, a agência já havia alterado a perspectiva sobre a nota de crédito do Brasil para "positiva", ante "estável", mas ainda no grau de Ba2. A elevação da nota de crédito do país vem menos de uma semana depois do encontro do presidente Lula, em Nova York, com representantes das agências Standard & Poor's e Moody's durante a viagem aos Estados Unidos para discursar na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Contato com o Fisco: Receita abre canais para orientar contribuintes e evitar disputas Essas agências avaliam a capacidade de uma instituição ou país pagarem suas dívidas. De acordo com a capacidade, são atribuídas notas que podem ir de AAA (o famoso triple A), para os melhores pagadores, a D, para quem está em situação de inadimplência. O Ministério da Fazenda comemorou a elevação. Segundo a pasta, a decisão reflete o reconhecimento dos avanços nas contas públicas, de um cenário propício ao crescimento e da solidez dos fundamentos da economia brasileira. Histórico Em 2008, o Brasil ganhou o grau de investimento pela primeira vez em sua História, conferido pela S&P. A decisão foi seguida pelas outras duas grandes agências: Fitch, no mês seguinte, e Moody’s, em setembro de 2009. A S&P retirou o grau de investimento do Brasil em 2015 em meio a um contexto de grave crise econômica. A Fitch também cortou o grau de investimento no mesmo ano e fez novo rebaixamento em 2018. A Moody´s removeu o selo de bom pagador do Brasil em 2016.

Oct 2, 2024 - 02:29
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Agência Moody's eleva nota de crédito do Brasil; país fica a um passo de grau de investimento

A agência Moody’s elevou o rating do Brasil de Ba2 para Ba1, e mantém a perspectiva positiva para o país. Segundo a agência de classificação de risco, o crescimento mais robusto que o previsto contribuiu para a melhora do rating. Rating: Haddad comemora elevação de nota do Brasil pela Moody’s e reconhece que há 'trabalho a ser feito' nas despesas e receitas Campos Neto: Reduzir juros sem ajuste nas contas públicas impactaria na inflação "Essa elevação reflete melhorias substanciais no crédito, que esperamos que continuem, incluindo um desempenho de crescimento mais robusto do que o avaliado anteriormente e um histórico crescente de reformas econômicas e fiscais que conferem resiliência ao perfil de crédito, embora a credibilidade do arcabouço fiscal do Brasil ainda seja moderada, como refletido no custo relativamente alto da dívida", diz trecho do relatório. A Moody’s elenca que a dívida deve se estabilizar no médio prazo, mas em nível relativamente alto. A agência de risco revisou o crescimento do PIB para 2,5% neste ano, elencando o resultado "em parte das reformas estruturais implementadas por administrações sucessivas em uma série de áreas políticas". Ratings Criação O Globo A agência elenca que a rigidez estrutural nos gastos e o aumento das despesas obrigatórias são fatores limitantes para a eficácia da política econômica: "essas limitações pesam na credibilidade da política fiscal e complicam os esforços contínuos para cumprir as metas fiscais, o que prejudica a eficácia da política e contribui para prêmios de risco relativamente altos". Reconhecimento: Fazenda diz que elevação de nota pela Moody’s é reconhecimento de avanço nas contas públicas Para a Moody's, a consolidação fiscal será gradual e isto conterá o aumento da dívida. A agência de classificação elenca que os resultados fiscais primários melhorem gradualmente em linha com as metas do governo de dois a três anos, e reitera que os gastos obrigatórios limitam a capacidade de uma consolidação fiscal mais rápida. Em maio, a agência já havia alterado a perspectiva sobre a nota de crédito do Brasil para "positiva", ante "estável", mas ainda no grau de Ba2. A elevação da nota de crédito do país vem menos de uma semana depois do encontro do presidente Lula, em Nova York, com representantes das agências Standard & Poor's e Moody's durante a viagem aos Estados Unidos para discursar na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Contato com o Fisco: Receita abre canais para orientar contribuintes e evitar disputas Essas agências avaliam a capacidade de uma instituição ou país pagarem suas dívidas. De acordo com a capacidade, são atribuídas notas que podem ir de AAA (o famoso triple A), para os melhores pagadores, a D, para quem está em situação de inadimplência. O Ministério da Fazenda comemorou a elevação. Segundo a pasta, a decisão reflete o reconhecimento dos avanços nas contas públicas, de um cenário propício ao crescimento e da solidez dos fundamentos da economia brasileira. Histórico Em 2008, o Brasil ganhou o grau de investimento pela primeira vez em sua História, conferido pela S&P. A decisão foi seguida pelas outras duas grandes agências: Fitch, no mês seguinte, e Moody’s, em setembro de 2009. A S&P retirou o grau de investimento do Brasil em 2015 em meio a um contexto de grave crise econômica. A Fitch também cortou o grau de investimento no mesmo ano e fez novo rebaixamento em 2018. A Moody´s removeu o selo de bom pagador do Brasil em 2016.

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