Zazá Bistrô completa 25 anos com clássicos revigorados; leia a crítica

Luciana Fróes visitou o restaurante, que acumula na sua história chefs consagrados, e mantém essência original, priorizando insumos naturais e mesclando sabores asiáticos; quatro garfinhos (muito bom) A casa do Zazá já teve fachada de muitas cores, duendes que pendiam do teto (uma pegada meio riponga, palavra que não sei se ainda existe) e uma lista de chefs, todos ainda novinhos, que acabaram fazendo história: Checho Gonzalez, LucioVieira, Ronaldo Canha, Pablo Vidal (hoje no Momufuku, de NY) e por aí vai. Agora, quando o restaurante está completando 25 anos, quem está no comando é Arthur Cardoso, jovem cozinheiro também, que, como seus antecessores, dá suas pitadas, mas mantém a essência original dali, de priorizar os insumos naturais, mesclar sabores asiáticos, usar práticas simples de sustentabilidade. Hoje é moleza, mas, lá para atrás, o Zazá estava meio fora da curva. Il Piccolo, italiano de Antônio 'Belmonte' Rodrigues, é 'frescor sem frescura'; leia crítica Chefs indicam onde comer as melhores massas no Rio de Janeiro; confira O espaço é um fenômeno, locais e turistas em peso. Cheguei a perguntar para a Zazá Piereck, uma das donas (claro), se eles faziam algum movimento de aproximação com os hotéis vizinhos. Garantiu que não e ainda me contou que nunca soube como o Zazá já foi parar na capa do New York Times. O imóvel (tombado) e o ponto privilegiado, a uma quadra da Praia de Ipanema, são uma boa pista. Com o “liberou geral” das calçadas (aqui e no mundo), o Zazá ganhou mesas externas e luminárias de palha instaladas nas árvores. A boa seleção musical e a brisa do mar chegam ali. Dessa leva de chefs, ficaram heranças no cardápio, que se misturam com as contribuições de Arthur. Comece pelas entradinhas quentes: croquetas de cordeiro, tapioquinhas crocantes, guiozas de fibra de caju (R$ 65). Ou pelo frescor da salada grega, com coalhada seca, mel e fatias de pão sourdough (R$ 32). De frutos do mar, sugiro duas versões gostosas: a moquequinha de lula e peixe branco, banana-da-terra, arroz de jasmim, coco crocante e farofa de maracujá (R$ 85) e o atum selado com crosta de limão-siciliano, laranjas braseadas, coalhada seca, cenoura, zaatar, pistache e espinafre cítrico (R$ 88). De carne vermelha, a paleta de cordeiro braseada desmancha e chega com ravióli de baroa, molho de iogurte, pesto de hortelã e amêndoas torradinhas (R$ 115). Em tempos festivos, além de receber chefs convidados para cozinhar, o Zazá passou de novo por retoques. A fachada da vez é azul royal; a plaquinha de “axé” está na escada de acesso ao segundo andar (onde se come descalço, como sempre) e luminárias de cestas brasileiras iluminam os espaço. Na cozinha, alguns ingredientes se foram e tantos outros chegaram. Já no prato, várias composições clássicas ressurgem revigoradas, numa saudável e sólida renovação, porque é preciso. Serviço: Rua Joana Angélica 40, Ipanema (99530-7173). Seg, das 18h30 às 23h30. Ter a qui, das 12h à meia-noite. Sex e sáb, das 12h à meia-noite e meia.

Nov 7, 2024 - 05:13
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Zazá Bistrô completa 25 anos com clássicos revigorados; leia a crítica

Luciana Fróes visitou o restaurante, que acumula na sua história chefs consagrados, e mantém essência original, priorizando insumos naturais e mesclando sabores asiáticos; quatro garfinhos (muito bom) A casa do Zazá já teve fachada de muitas cores, duendes que pendiam do teto (uma pegada meio riponga, palavra que não sei se ainda existe) e uma lista de chefs, todos ainda novinhos, que acabaram fazendo história: Checho Gonzalez, LucioVieira, Ronaldo Canha, Pablo Vidal (hoje no Momufuku, de NY) e por aí vai. Agora, quando o restaurante está completando 25 anos, quem está no comando é Arthur Cardoso, jovem cozinheiro também, que, como seus antecessores, dá suas pitadas, mas mantém a essência original dali, de priorizar os insumos naturais, mesclar sabores asiáticos, usar práticas simples de sustentabilidade. Hoje é moleza, mas, lá para atrás, o Zazá estava meio fora da curva. Il Piccolo, italiano de Antônio 'Belmonte' Rodrigues, é 'frescor sem frescura'; leia crítica Chefs indicam onde comer as melhores massas no Rio de Janeiro; confira O espaço é um fenômeno, locais e turistas em peso. Cheguei a perguntar para a Zazá Piereck, uma das donas (claro), se eles faziam algum movimento de aproximação com os hotéis vizinhos. Garantiu que não e ainda me contou que nunca soube como o Zazá já foi parar na capa do New York Times. O imóvel (tombado) e o ponto privilegiado, a uma quadra da Praia de Ipanema, são uma boa pista. Com o “liberou geral” das calçadas (aqui e no mundo), o Zazá ganhou mesas externas e luminárias de palha instaladas nas árvores. A boa seleção musical e a brisa do mar chegam ali. Dessa leva de chefs, ficaram heranças no cardápio, que se misturam com as contribuições de Arthur. Comece pelas entradinhas quentes: croquetas de cordeiro, tapioquinhas crocantes, guiozas de fibra de caju (R$ 65). Ou pelo frescor da salada grega, com coalhada seca, mel e fatias de pão sourdough (R$ 32). De frutos do mar, sugiro duas versões gostosas: a moquequinha de lula e peixe branco, banana-da-terra, arroz de jasmim, coco crocante e farofa de maracujá (R$ 85) e o atum selado com crosta de limão-siciliano, laranjas braseadas, coalhada seca, cenoura, zaatar, pistache e espinafre cítrico (R$ 88). De carne vermelha, a paleta de cordeiro braseada desmancha e chega com ravióli de baroa, molho de iogurte, pesto de hortelã e amêndoas torradinhas (R$ 115). Em tempos festivos, além de receber chefs convidados para cozinhar, o Zazá passou de novo por retoques. A fachada da vez é azul royal; a plaquinha de “axé” está na escada de acesso ao segundo andar (onde se come descalço, como sempre) e luminárias de cestas brasileiras iluminam os espaço. Na cozinha, alguns ingredientes se foram e tantos outros chegaram. Já no prato, várias composições clássicas ressurgem revigoradas, numa saudável e sólida renovação, porque é preciso. Serviço: Rua Joana Angélica 40, Ipanema (99530-7173). Seg, das 18h30 às 23h30. Ter a qui, das 12h à meia-noite. Sex e sáb, das 12h à meia-noite e meia.

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