Visitas de chefes de estado a favelas e deslocamentos pela Linha Vermelha preocupam segurança do Rio no G20
PM fará um grande cinturão em torno dos locais de reuniões e de hotéis, incluindo vias expressas, com 750 agentes; já PRF terá batedores e agentes de negociação para casos de sequestro de ônibus A quatro dias do início do encontro de líderes do G20, que reunirá representantes de 40 países e 15 organismos internacionais, os órgãos de segurança do Rio de Janeiro preparam um esquema especial de proteção para as autoridades, com a participação de policiais estaduais, federais e tropas das Forças Armadas. No entanto, se por um lado a contagem regressiva aumenta a expectativa para o evento, por outro, a possível visita de chefes de Estado a comunidades da capital tem preocupado a cúpula da segurança do Rio. G20 no Rio: festival reunirá nomes como Zeca Pagodinho, Alceu Valença, Daniela Mercury, Diogo Nogueira e Ney Matogrosso na Praça Mauá; confira Tudo sobre o G20 Social: o que é, como participar e as atrações; confira Nos bastidores das corporações de segurança, o que se discute é a proteção dos líderes durante o deslocamento dos chefes de Estado, especialmente em visitas a pontos turísticos em favelas, como o Mirante do Vidigal e a Rocinha, e ao deslocamento pela Linha Vermelha, principal via entre o Aeroporto Internacional e os hotéis onde ficarão as comitivas estrangeiras. reinamento de batedores da PRF para o trabalho no G20 Alexandre Cassiano/ Agência O GLOBO O debate interno gira em torno, também, do risco de ataques criminosos ou confrontos em bairros conflagrados pelo tráfico e milícia que cortam as principais vias da cidade, além da possibilidade de assaltos, arrastões e da atuação de grupos armados durante o trânsito das delegações, o que vem gerando inquietação entre as equipes de segurança. A Polícia Rodoviária Federal (PRF), responsável pelas escoltas dos líderes, mobilizará 430 batedores e 43 agentes de choque, além de uma equipe de cinco especialistas em negociação para lidar com eventuais sequestros de ônibus. A medida visa prevenir qualquer imprevisto durante o deslocamento das autoridades. A necessidade de uma segurança reforçada se tornou ainda mais evidente após incidentes recentes. Em março, uma tentativa de sequestro a um ônibus na rodoviária Novo Rio, na Zona Portuária, deixou dois feridos e 16 reféns, incluindo crianças e idosos. Na ocasião, um homem armado sequestrou um ônibus. Meses antes, um grupo de criminosos sequestrou um ônibus que vinha de Angra dos Reis. O ataque ocorreu na Avenida Francisco Bicalho, perto da Rodoviária, onde o motorista foi obrigado a mudar de rota sob ameaça de morte, enquanto cerca de 20 passageiros tiveram seus pertences roubados. Para garantir a segurança durante o evento, o Exército também estará presente nas ruas, com pelo menos 7.500 militares. A Polícia Militar, por sua vez, contará com mais de 700 agentes, formando um cinturão de segurança ao redor do evento e nas principais vias expressas. Viaturas também estarão posicionadas em 23 hotéis que hospedarão chefes de Estado, de governo e suas delegações. Treinamento intensivo A Força Aérea Brasileira (FAB) ficará responsável pelo controle do espaço aéreo e a segurança em terminais de embarque e desembarque dos aeroportos do Galeão e Santos Dumont, assim como nas vias no entorno. Para monitorar e controlar o tráfego aéreo, militares da FAB e representantes de órgãos governamentais ficarão de plantão 24 horas na chamada Sala Master de Comando e Controle, de onde coordenarão ações e tomarão decisões para garantir a segurança das autoridades envolvidas no evento. A maioria dos chefes de Estado e de governo deverão desembarcar na Base Aérea do Galeão. A Marinha atuará, principalmente, na Baía de Guanabara e vai controlar o acesso aos portos da cidade. Os militares também poderão participar de ações terrestres. Todas essas ações de segurança serão coordenadas por representantes de cada corporação no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Centro. A Marinha atuará, principalmente, na Baía de Guanabara e vai controlar o acesso aos portos da cidade. Gabriel de Paiva Na divisão de atribuições, o Comando Militar do Leste informou que o Exército vai cuidar de algumas escoltas, da segurança de perímetros dos locais do evento principal e do patrulhamento de vias com veículos e helicópteros. Além disso, os militares vão fazer ações de contraterrorismo, defesa antiaérea, proteção contra drones e defesa química, biológica, radiológica e nuclear. A Polícia Militar planejou reforçar cinco corredores, visando cercar toda a área que será impactada pelo evento. O posicionamento de viaturas e policiais começa no sábado e termina na quarta-feira. Só nas linhas Vermelha e Amarela, haverá 22 equipes posicionadas. Nas ruas que dão acesso aos locais onde ocorrerão eventos do G20, serão pelo menos 15 pontos. Os policiais militares estarão ainda nos percursos entre a Zona Sul e o Centro e o Galeão, por onde devem passar as delegações. Só nos bairros de Ipanema, Leblon e São Conrado as equipes estarão em pontos fixos. O p
PM fará um grande cinturão em torno dos locais de reuniões e de hotéis, incluindo vias expressas, com 750 agentes; já PRF terá batedores e agentes de negociação para casos de sequestro de ônibus A quatro dias do início do encontro de líderes do G20, que reunirá representantes de 40 países e 15 organismos internacionais, os órgãos de segurança do Rio de Janeiro preparam um esquema especial de proteção para as autoridades, com a participação de policiais estaduais, federais e tropas das Forças Armadas. No entanto, se por um lado a contagem regressiva aumenta a expectativa para o evento, por outro, a possível visita de chefes de Estado a comunidades da capital tem preocupado a cúpula da segurança do Rio. G20 no Rio: festival reunirá nomes como Zeca Pagodinho, Alceu Valença, Daniela Mercury, Diogo Nogueira e Ney Matogrosso na Praça Mauá; confira Tudo sobre o G20 Social: o que é, como participar e as atrações; confira Nos bastidores das corporações de segurança, o que se discute é a proteção dos líderes durante o deslocamento dos chefes de Estado, especialmente em visitas a pontos turísticos em favelas, como o Mirante do Vidigal e a Rocinha, e ao deslocamento pela Linha Vermelha, principal via entre o Aeroporto Internacional e os hotéis onde ficarão as comitivas estrangeiras. reinamento de batedores da PRF para o trabalho no G20 Alexandre Cassiano/ Agência O GLOBO O debate interno gira em torno, também, do risco de ataques criminosos ou confrontos em bairros conflagrados pelo tráfico e milícia que cortam as principais vias da cidade, além da possibilidade de assaltos, arrastões e da atuação de grupos armados durante o trânsito das delegações, o que vem gerando inquietação entre as equipes de segurança. A Polícia Rodoviária Federal (PRF), responsável pelas escoltas dos líderes, mobilizará 430 batedores e 43 agentes de choque, além de uma equipe de cinco especialistas em negociação para lidar com eventuais sequestros de ônibus. A medida visa prevenir qualquer imprevisto durante o deslocamento das autoridades. A necessidade de uma segurança reforçada se tornou ainda mais evidente após incidentes recentes. Em março, uma tentativa de sequestro a um ônibus na rodoviária Novo Rio, na Zona Portuária, deixou dois feridos e 16 reféns, incluindo crianças e idosos. Na ocasião, um homem armado sequestrou um ônibus. Meses antes, um grupo de criminosos sequestrou um ônibus que vinha de Angra dos Reis. O ataque ocorreu na Avenida Francisco Bicalho, perto da Rodoviária, onde o motorista foi obrigado a mudar de rota sob ameaça de morte, enquanto cerca de 20 passageiros tiveram seus pertences roubados. Para garantir a segurança durante o evento, o Exército também estará presente nas ruas, com pelo menos 7.500 militares. A Polícia Militar, por sua vez, contará com mais de 700 agentes, formando um cinturão de segurança ao redor do evento e nas principais vias expressas. Viaturas também estarão posicionadas em 23 hotéis que hospedarão chefes de Estado, de governo e suas delegações. Treinamento intensivo A Força Aérea Brasileira (FAB) ficará responsável pelo controle do espaço aéreo e a segurança em terminais de embarque e desembarque dos aeroportos do Galeão e Santos Dumont, assim como nas vias no entorno. Para monitorar e controlar o tráfego aéreo, militares da FAB e representantes de órgãos governamentais ficarão de plantão 24 horas na chamada Sala Master de Comando e Controle, de onde coordenarão ações e tomarão decisões para garantir a segurança das autoridades envolvidas no evento. A maioria dos chefes de Estado e de governo deverão desembarcar na Base Aérea do Galeão. A Marinha atuará, principalmente, na Baía de Guanabara e vai controlar o acesso aos portos da cidade. Os militares também poderão participar de ações terrestres. Todas essas ações de segurança serão coordenadas por representantes de cada corporação no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Centro. A Marinha atuará, principalmente, na Baía de Guanabara e vai controlar o acesso aos portos da cidade. Gabriel de Paiva Na divisão de atribuições, o Comando Militar do Leste informou que o Exército vai cuidar de algumas escoltas, da segurança de perímetros dos locais do evento principal e do patrulhamento de vias com veículos e helicópteros. Além disso, os militares vão fazer ações de contraterrorismo, defesa antiaérea, proteção contra drones e defesa química, biológica, radiológica e nuclear. A Polícia Militar planejou reforçar cinco corredores, visando cercar toda a área que será impactada pelo evento. O posicionamento de viaturas e policiais começa no sábado e termina na quarta-feira. Só nas linhas Vermelha e Amarela, haverá 22 equipes posicionadas. Nas ruas que dão acesso aos locais onde ocorrerão eventos do G20, serão pelo menos 15 pontos. Os policiais militares estarão ainda nos percursos entre a Zona Sul e o Centro e o Galeão, por onde devem passar as delegações. Só nos bairros de Ipanema, Leblon e São Conrado as equipes estarão em pontos fixos. O planejamento prevê cobrir o caminho entre a Zona Sul e a Barra da Tijuca, onde também haverá delegações hospedadas. Todos os hotéis que receberão chefes de Estado e autoridades terão policiamento ostensivo ininterrupto. Os agentes ainda farão varreduras em busca de explosivos nos locais do evento, com apoio da Polícia Federal. G20 no Rio: veja o que muda no trânsito da cidade durante o evento Vigilância por câmeras A prefeitura do Rio também elaborou um plano operacional. Durante todos os dias, a Central de Vigilância, Inteligência e Tecnologia em apoio à Segurança Pública (Civitas) monitorará, em tempo real, em parceria com as forças de segurança, os locais do evento e a movimentação de autoridades pela cidade. Para cobrir toda a região onde haverá atividades relacionadas ao G20, foram instaladas 83 novas câmeras: 56 na Praça Mauá e no Boulevard Olímpico — onde vão acontecer o G20 Social e o U20 (Urban 20) — e 27 no Museu de Arte Moderna (MAM), onde será a Cúpula de Líderes. O Centro de Operações Rio (COR) também utilizará quatro drones e um helicóptero para fazer o monitoramento. No entorno do MAM, além das câmeras fixas, foram instalados oito aparelhos de Leitura de Placas de Veículos (LPR) e três câmeras PTZ (Pan-Tilt-Zoom, câmeras-robô com movimentação ampla e zoom). A operação do governo municipal ainda contará com monitoramento por inteligência artificial (IA), gerando alertas sobre aglomerações, comportamentos suspeitos e circulação em áreas restritas. O sistema inclui um programa que identifica placas de veículos investigados. Quase mil agentes A Secretaria de Ordem Pública (Seop) e a Guarda Municipal terão 935 agentes nas ruas em todos os dias do evento. Além desse efetivo, a operação contará com 120 viaturas, incluindo seis reboques e dois caminhões. O foco da operação será o patrulhamento preventivo, operações de trânsito e ordenamento urbano, além da fiscalização de estacionamento irregular, táxis e transporte complementar. Como a cidade estará cheia, a prefeitura reforçará a vigilância em pontos turísticos. Os agentes do município estarão no Pão de Açúcar, no Cristo Redentor, na Lapa e no Terreirão do Samba, entre outros locais, assim como perto de hotéis.
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