‘Vamos conviver a vida inteira com um buraco no coração’, diz irmão de estudante de medicina morto pela polícia
Corpo do rapaz está sendo velado nesta sexta-feira no cemitério Gethsemani Morumbi; enterro está marcado para 16h O estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, morto durante uma abordagem policial na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, na madrugada de quarta-feira, está sendo velado nesta sexta-feira (22) no cemitério Gethsemani Morumbi. O enterro está marcado para 16h. Mais: Morte de estudante de medicina foi registrada por câmeras corporais de PMs O irmão de Marco, Frank Acosta, conversou com a imprensa antes de entrar na sala onde ocorre o velório. — Meu irmão foi embora e não vai mais voltar para casa. A dor de ver a sua mãe e o seu pai escolhendo o caixão do seu irmão. Não vou ter mais o meu melhor amigo do meu lado. Peço que seja feita justiça e que os responsáveis tenham a condenação que mereçam ter — disse Frank. — Meu irmão era nossa alegria, a alegria da minha casa. Nossa alegria foi embora, nosso sorriso foi embora e a gente vai conviver a vida inteira com um buraco no coração — completou. Na noite de quinta (21) o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se pronunciou sobre a morte do estudante. — Lamento muito a morte de Marco Aurélio. Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância — disse o governador. Coroas de flores durante o velório de Marco Aurélio Cardenas Acosta Guilherme Queiroz/O Globo O pai de Marco, o médico Julio Acosta Navarro, comentou o pronunciamento de Tarcísio. — No fim da noite me mandaram que o governador publicamente tinha pedido desculpas, lamentado, reconhecido ao menos o que queríamos, o crime. Isso foi pelo menos algo que aliviou o nosso coração para poder agora tranquilamente chorar — disse Navarro. O caso Marco Aurélio cursava Medicina na faculdade Anhembi Morumbi. Segundo o boletim de ocorrência, o jovem teria golpeado a viatura onde os dois policiais realizavam uma ronda de rotina na madrugada de quarta, pouco antes das 3h. O homem então correu para dentro de um hotel situado na Rua Cubatão, onde foi alcançado pelos policiais. Vídeo de uma câmera de segurança do estabelecimento obtido pelo g1 mostra que o primeiro policial chega ao local com uma arma em punho e tenta agarrar o jovem pelo braço, que luta para se desvencilhar. O segundo policial, ao chegar, desfere um chute no estudante, que consegue segurar o pé do agente de segurança e o faz cair. É nesse momento que o primeiro policial dispara um tiro, que atinge a região da barriga do jovem. Marco Aurélio chegou a ser socorrido ao hospital Ipiranga e passou por cirurgia, mas não resistiu ao ferimento e morreu. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Corregedoria da Polícia Militar também abriu inquérito para apurar a atuação dos dois policiais, que prestaram depoimento. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os agentes foram indiciados e que a arma que desferiu o disparo contra o jovem foi apreendida e encaminhada à perícia. A pasta acrescentou que as imagens registradas pelas câmeras corporais usadas pelos dois policiais serão anexadas aos inquéritos sobre o episódio. Os dois agentes que participaram da ação foram afastados de atividades operacionais até a conclusão das investigações, segundo a SSP.
Corpo do rapaz está sendo velado nesta sexta-feira no cemitério Gethsemani Morumbi; enterro está marcado para 16h O estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, morto durante uma abordagem policial na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, na madrugada de quarta-feira, está sendo velado nesta sexta-feira (22) no cemitério Gethsemani Morumbi. O enterro está marcado para 16h. Mais: Morte de estudante de medicina foi registrada por câmeras corporais de PMs O irmão de Marco, Frank Acosta, conversou com a imprensa antes de entrar na sala onde ocorre o velório. — Meu irmão foi embora e não vai mais voltar para casa. A dor de ver a sua mãe e o seu pai escolhendo o caixão do seu irmão. Não vou ter mais o meu melhor amigo do meu lado. Peço que seja feita justiça e que os responsáveis tenham a condenação que mereçam ter — disse Frank. — Meu irmão era nossa alegria, a alegria da minha casa. Nossa alegria foi embora, nosso sorriso foi embora e a gente vai conviver a vida inteira com um buraco no coração — completou. Na noite de quinta (21) o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se pronunciou sobre a morte do estudante. — Lamento muito a morte de Marco Aurélio. Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância — disse o governador. Coroas de flores durante o velório de Marco Aurélio Cardenas Acosta Guilherme Queiroz/O Globo O pai de Marco, o médico Julio Acosta Navarro, comentou o pronunciamento de Tarcísio. — No fim da noite me mandaram que o governador publicamente tinha pedido desculpas, lamentado, reconhecido ao menos o que queríamos, o crime. Isso foi pelo menos algo que aliviou o nosso coração para poder agora tranquilamente chorar — disse Navarro. O caso Marco Aurélio cursava Medicina na faculdade Anhembi Morumbi. Segundo o boletim de ocorrência, o jovem teria golpeado a viatura onde os dois policiais realizavam uma ronda de rotina na madrugada de quarta, pouco antes das 3h. O homem então correu para dentro de um hotel situado na Rua Cubatão, onde foi alcançado pelos policiais. Vídeo de uma câmera de segurança do estabelecimento obtido pelo g1 mostra que o primeiro policial chega ao local com uma arma em punho e tenta agarrar o jovem pelo braço, que luta para se desvencilhar. O segundo policial, ao chegar, desfere um chute no estudante, que consegue segurar o pé do agente de segurança e o faz cair. É nesse momento que o primeiro policial dispara um tiro, que atinge a região da barriga do jovem. Marco Aurélio chegou a ser socorrido ao hospital Ipiranga e passou por cirurgia, mas não resistiu ao ferimento e morreu. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Corregedoria da Polícia Militar também abriu inquérito para apurar a atuação dos dois policiais, que prestaram depoimento. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os agentes foram indiciados e que a arma que desferiu o disparo contra o jovem foi apreendida e encaminhada à perícia. A pasta acrescentou que as imagens registradas pelas câmeras corporais usadas pelos dois policiais serão anexadas aos inquéritos sobre o episódio. Os dois agentes que participaram da ação foram afastados de atividades operacionais até a conclusão das investigações, segundo a SSP.
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