Trump avança em estados democratas, e apoio de eleitorado latino, negro e rural tem papel importante em vitória nos EUA
Em eleição marcada pela insatisfação dos americanos com o rumo do país, republicano teve ganhos em quase todos os grupos demográficos em comparação com 2020 Donald Trump venceu a disputa pela Casa Branca em uma eleição moldada pela insatisfação dos americanos com os rumos do país. O republicano avançou em quase todos os grupos demográficos em comparação com sua derrota em 2020, segundo pesquisas de boca de urna feitas pela rede americana CNN, o que mostra que ele não pagou um preço político pelas falsas acusações de fraude naquele pleito, tampouco por seus esforços para revertê-lo ou pelas acusações criminais que enfrentou desde então. De economia à imigração: Como a vitória de Donald Trump nas eleições americanas pode impactar os brasileiros? Após 132 anos: Trump se torna segundo presidente na História americana a ser novamente eleito após perder reeleição Embora vários estados ainda estejam apurando os resultados das votações, o caminho para a vitória de Trump tem se mostrado quase idêntico ao de sua vitória em 2016. Trump mais uma vez conquistou a “muralha azul”, os estados de Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, e também teve vitórias no Cinturão do Sol, localizados ao sul e oeste do país e marcados por rápido crescimento econômico e de diversidade étnica. Trump venceu na Geórgia e na Carolina do Norte e liderou no Arizona e em Nevada. Ainda segundo análise da CNN, entre os principais avanços do republicano em comparação com seu desempenho contra o democrata Joe Biden em 2020 estão os homens latinos. Trump venceu esse grupo por oito pontos — apenas quatro anos depois de perder por 23 pontos. O resultado mostrou que os esforços de sua campanha para conquistar esses eleitores deram certo, e que o discurso insultuoso do comediante Tony Hinchcliffe sobre porto-riquenhos num comício de Trump não causou o dano que os democratas esperavam. Trump venceu a Flórida com cerca de 13 pontos percentuais de vantagem — 10 a mais do que em 2020, feito que fez com que a imprensa internacional indicasse que o status da Flórida como estado-pêndulo, algo cultivado há décadas, chegou ao fim. O Texas também se moveu 10 pontos para o lado republicano. Ele ganhou Ohio com aproximadamente 11 pontos de vantagem, três a mais que em 2020. E os estados tradicionalmente democratas também mudaram. Nova York, por exemplo, inclinou 13 pontos em direção a ele, e a Virgínia, seis. O ex-presidente também registrou ganhos importantes entre homens negros em locais-chave: ele mais do que dobrou seu desempenho de 2020 na Carolina do Norte. Mas talvez uma das forças mais potentes para Trump tenha sido a dos eleitores rurais. Ainda que apenas um quinto dos americanos viva fora das grandes cidades, segundo publicado pela rede britânica BBC, o impacto da mudança desses eleitores em direção a Trump foi crucial para sua vitória sobre Hillary Clinton em 2016 — feito que parece se repetir nesta eleição. Eleitorado insatisfeito A vice-presidente e candidata do Partido Democrata neste ano, Kamala Harris, por sua vez, perdeu terreno em comparação com o desempenho de Biden há quatro anos entre eleitores jovens, independentes, moderados e em famílias de trabalhadores sindicalizados. Eleitores que consideram a democracia a questão mais importante na hora de decidir o voto apoiaram Kamala majoritariamente, mas Trump venceu entre aqueles que identificaram a economia do país como o tema principal, praticamente pela mesma margem. No geral, as pesquisas de boca de urna feitas pela CNN pintaram o quadro de um eleitorado insatisfeito com a situação do país e com a liderança democrata. Quase três quartos dos eleitores disseram estar insatisfeitos ou irritados com o rumo que os Estados Unidos estão tomando — e Trump obteve cerca de três quintos desses votos. A administração de Biden foi vista de maneira desfavorável, com 58% dos eleitores desaprovando seu desempenho como presidente. Quatro em cada cinco desses eleitores apoiaram Trump. O único segmento do eleitorado em que Kamala fez avanços notáveis em relação ao desempenho de Biden em 2020, de acordo com a sondagem, foi entre mulheres com ensino superior. Os direitos ao aborto, questão central na campanha da democrata — e que chegou a impulsionar as vitórias democratas nas eleições de meio de mandato em 2022 — se mostraram menos decisivos neste ano. A vice-presidente teve desempenho muito pior que Biden entre eleitores que disseram acreditar que o aborto deveria ser legal. A contagem final dos votos pode demorar semanas para ser concluída, mas Trump também tem liderado no voto popular. Se essa margem se mantiver, segundo a CNN, o ex-presidente será o primeiro republicano desde George W. Bush, em 2004, a vencer no voto popular.
Em eleição marcada pela insatisfação dos americanos com o rumo do país, republicano teve ganhos em quase todos os grupos demográficos em comparação com 2020 Donald Trump venceu a disputa pela Casa Branca em uma eleição moldada pela insatisfação dos americanos com os rumos do país. O republicano avançou em quase todos os grupos demográficos em comparação com sua derrota em 2020, segundo pesquisas de boca de urna feitas pela rede americana CNN, o que mostra que ele não pagou um preço político pelas falsas acusações de fraude naquele pleito, tampouco por seus esforços para revertê-lo ou pelas acusações criminais que enfrentou desde então. De economia à imigração: Como a vitória de Donald Trump nas eleições americanas pode impactar os brasileiros? Após 132 anos: Trump se torna segundo presidente na História americana a ser novamente eleito após perder reeleição Embora vários estados ainda estejam apurando os resultados das votações, o caminho para a vitória de Trump tem se mostrado quase idêntico ao de sua vitória em 2016. Trump mais uma vez conquistou a “muralha azul”, os estados de Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, e também teve vitórias no Cinturão do Sol, localizados ao sul e oeste do país e marcados por rápido crescimento econômico e de diversidade étnica. Trump venceu na Geórgia e na Carolina do Norte e liderou no Arizona e em Nevada. Ainda segundo análise da CNN, entre os principais avanços do republicano em comparação com seu desempenho contra o democrata Joe Biden em 2020 estão os homens latinos. Trump venceu esse grupo por oito pontos — apenas quatro anos depois de perder por 23 pontos. O resultado mostrou que os esforços de sua campanha para conquistar esses eleitores deram certo, e que o discurso insultuoso do comediante Tony Hinchcliffe sobre porto-riquenhos num comício de Trump não causou o dano que os democratas esperavam. Trump venceu a Flórida com cerca de 13 pontos percentuais de vantagem — 10 a mais do que em 2020, feito que fez com que a imprensa internacional indicasse que o status da Flórida como estado-pêndulo, algo cultivado há décadas, chegou ao fim. O Texas também se moveu 10 pontos para o lado republicano. Ele ganhou Ohio com aproximadamente 11 pontos de vantagem, três a mais que em 2020. E os estados tradicionalmente democratas também mudaram. Nova York, por exemplo, inclinou 13 pontos em direção a ele, e a Virgínia, seis. O ex-presidente também registrou ganhos importantes entre homens negros em locais-chave: ele mais do que dobrou seu desempenho de 2020 na Carolina do Norte. Mas talvez uma das forças mais potentes para Trump tenha sido a dos eleitores rurais. Ainda que apenas um quinto dos americanos viva fora das grandes cidades, segundo publicado pela rede britânica BBC, o impacto da mudança desses eleitores em direção a Trump foi crucial para sua vitória sobre Hillary Clinton em 2016 — feito que parece se repetir nesta eleição. Eleitorado insatisfeito A vice-presidente e candidata do Partido Democrata neste ano, Kamala Harris, por sua vez, perdeu terreno em comparação com o desempenho de Biden há quatro anos entre eleitores jovens, independentes, moderados e em famílias de trabalhadores sindicalizados. Eleitores que consideram a democracia a questão mais importante na hora de decidir o voto apoiaram Kamala majoritariamente, mas Trump venceu entre aqueles que identificaram a economia do país como o tema principal, praticamente pela mesma margem. No geral, as pesquisas de boca de urna feitas pela CNN pintaram o quadro de um eleitorado insatisfeito com a situação do país e com a liderança democrata. Quase três quartos dos eleitores disseram estar insatisfeitos ou irritados com o rumo que os Estados Unidos estão tomando — e Trump obteve cerca de três quintos desses votos. A administração de Biden foi vista de maneira desfavorável, com 58% dos eleitores desaprovando seu desempenho como presidente. Quatro em cada cinco desses eleitores apoiaram Trump. O único segmento do eleitorado em que Kamala fez avanços notáveis em relação ao desempenho de Biden em 2020, de acordo com a sondagem, foi entre mulheres com ensino superior. Os direitos ao aborto, questão central na campanha da democrata — e que chegou a impulsionar as vitórias democratas nas eleições de meio de mandato em 2022 — se mostraram menos decisivos neste ano. A vice-presidente teve desempenho muito pior que Biden entre eleitores que disseram acreditar que o aborto deveria ser legal. A contagem final dos votos pode demorar semanas para ser concluída, mas Trump também tem liderado no voto popular. Se essa margem se mantiver, segundo a CNN, o ex-presidente será o primeiro republicano desde George W. Bush, em 2004, a vencer no voto popular.
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