'Tour da propina': toque da sirene de viatura era sinal para que comerciantes levassem o dinheiro da extorsão para os PMs
Ao todo, 54 estabelecimentos de Nova Iguaçu foram alvos do grupo de agentes A sirenes, que poderiam sinalizar uma abordagem, eram usadas por policiais militares que extorquiam comerciantes em Nova Iguaçu como indicativo de que haviam chegado para receber o dinheiro da propina. De acordo com denúncia do Ministério Público do Rio contra 22 agentes que estavam lotados no 20º BPM (Mesquita) no segundo semestre de 2023, os equipamentos das viaturas eram usados como um anúncio de que haviam chegado aos estabelecimentos extorquidos. 'Tour da propina': Corregedoria da PM faz operação para prender 22 policiais militares por extorsão 'Não tem como olhar dez mil policiais': agente preso por 'tour da propina' ironiza fiscalização de câmera corporal Em ao menos cinco datas do ano passado — 30 de junho, 25 de agosto, 1º de setembro, 22 de setembro e 20 de outubro — os agentes se aproximaram de seus alvos com esse modus operandi, com acionamento da sirene. Todos os estabelecimentos extorquidos ficam em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, área de atuação do 20º BPM. Os locais alvos do grupo cediam em algumas ocasiões mais do que dinheiro em espécie. Os agentes recolhiam frutas em um hortifruti, assim como cerveja para um churrasco num depósito de bebidas. Os policiais, em determinada ocasião, ainda escolheram a marca da cerveja que iriam levar consigo, afirmando que de um rótulo específico “ninguém gosta”. Complexo de Israel: Policiais penais de MG entram por engano em comunidade do Rio e são alvejados por bandidos; houve troca de tiros PM preso em operação da Corregedoria da Polícia Militar contra grupo que praticava extorsão chega à sede Fabiano Rocha / Agência O Globo A extorsão era tamanha que policiais chegavam a disputar áreas com companheiros de batalhão. Em 20 de outubro de 2023, policiais haviam deixado uma loja de materiais de construção rumo a um centro de reciclagem clandestino, quando avistaram uma outra viatura no local. Depois de soltar um palavrão, o cabo Tiago de Almeida Pessoa afirmou: “chegaram primeiro”. Os diálogos reproduzidos pelo MPRJ “demonstram que a prática generalizada de arrecadação propina não só era habitual, como chegava mesmo a confundir os que cediam os valores monetários a título (de) vantagem indevida e estabelecia, em várias ocasiões, verdadeira corrida entre as guarnições”, observa o texto dos promotores. Além da denúncia do MPRJ, um Inquérito Policial Militar foi instaurado para apurar o caso. A investigação nasceu de uma denúncia de um comerciante à Corregedoria, que instalou câmeras em seu estabelecimento e relatou tudo à polícia, mostrando como os policiais agiam, inclusive enviando imagens da viatura em sua porta, recebendo os valores. Preparação para o G20: tropa especial da Polícia Militar faz exercício simulado antiterrorismo Relembre o caso A Corregedoria da Polícia Militar realizou, na manhã desta quinta-feira, a operação Segreto. Equipes cumpriram os mandados de prisão, além de 58 de busca e apreensão, na investigação que apura extorsões e ameaças que teriam sido cometidas pelos agentes a comerciantes em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A ação foi em conjunto com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria de Justiça Militar. Os militares foram denunciados por corrupção passiva, negativa de obediência e associação criminosa. Segundo a denúncia, foi identificado o recolhimento de valores em 54 estabelecimentos. Assim, o grupo envolvido no esquema promovia um "tour da propina", destaca o MPRJ, porque visitava sequência dezenas de comércios para arrecadar dinheiro ilicitamente.
Ao todo, 54 estabelecimentos de Nova Iguaçu foram alvos do grupo de agentes A sirenes, que poderiam sinalizar uma abordagem, eram usadas por policiais militares que extorquiam comerciantes em Nova Iguaçu como indicativo de que haviam chegado para receber o dinheiro da propina. De acordo com denúncia do Ministério Público do Rio contra 22 agentes que estavam lotados no 20º BPM (Mesquita) no segundo semestre de 2023, os equipamentos das viaturas eram usados como um anúncio de que haviam chegado aos estabelecimentos extorquidos. 'Tour da propina': Corregedoria da PM faz operação para prender 22 policiais militares por extorsão 'Não tem como olhar dez mil policiais': agente preso por 'tour da propina' ironiza fiscalização de câmera corporal Em ao menos cinco datas do ano passado — 30 de junho, 25 de agosto, 1º de setembro, 22 de setembro e 20 de outubro — os agentes se aproximaram de seus alvos com esse modus operandi, com acionamento da sirene. Todos os estabelecimentos extorquidos ficam em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, área de atuação do 20º BPM. Os locais alvos do grupo cediam em algumas ocasiões mais do que dinheiro em espécie. Os agentes recolhiam frutas em um hortifruti, assim como cerveja para um churrasco num depósito de bebidas. Os policiais, em determinada ocasião, ainda escolheram a marca da cerveja que iriam levar consigo, afirmando que de um rótulo específico “ninguém gosta”. Complexo de Israel: Policiais penais de MG entram por engano em comunidade do Rio e são alvejados por bandidos; houve troca de tiros PM preso em operação da Corregedoria da Polícia Militar contra grupo que praticava extorsão chega à sede Fabiano Rocha / Agência O Globo A extorsão era tamanha que policiais chegavam a disputar áreas com companheiros de batalhão. Em 20 de outubro de 2023, policiais haviam deixado uma loja de materiais de construção rumo a um centro de reciclagem clandestino, quando avistaram uma outra viatura no local. Depois de soltar um palavrão, o cabo Tiago de Almeida Pessoa afirmou: “chegaram primeiro”. Os diálogos reproduzidos pelo MPRJ “demonstram que a prática generalizada de arrecadação propina não só era habitual, como chegava mesmo a confundir os que cediam os valores monetários a título (de) vantagem indevida e estabelecia, em várias ocasiões, verdadeira corrida entre as guarnições”, observa o texto dos promotores. Além da denúncia do MPRJ, um Inquérito Policial Militar foi instaurado para apurar o caso. A investigação nasceu de uma denúncia de um comerciante à Corregedoria, que instalou câmeras em seu estabelecimento e relatou tudo à polícia, mostrando como os policiais agiam, inclusive enviando imagens da viatura em sua porta, recebendo os valores. Preparação para o G20: tropa especial da Polícia Militar faz exercício simulado antiterrorismo Relembre o caso A Corregedoria da Polícia Militar realizou, na manhã desta quinta-feira, a operação Segreto. Equipes cumpriram os mandados de prisão, além de 58 de busca e apreensão, na investigação que apura extorsões e ameaças que teriam sido cometidas pelos agentes a comerciantes em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A ação foi em conjunto com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria de Justiça Militar. Os militares foram denunciados por corrupção passiva, negativa de obediência e associação criminosa. Segundo a denúncia, foi identificado o recolhimento de valores em 54 estabelecimentos. Assim, o grupo envolvido no esquema promovia um "tour da propina", destaca o MPRJ, porque visitava sequência dezenas de comércios para arrecadar dinheiro ilicitamente.
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