'Soninho da tarde': cansaço excessivo durante o dia pode aumentar o risco de demência; entenda

Fadiga que dificulta a realização de atividades e drena a energia deve ser investigada, diz estudo Sentir sono com frequência durante o dia pode ser um sinal de problemas cognitivos no futuro. Essa é a conclusão de um estudo recente, de pesquisadores do Albert Einstein College of Medicine, nos Estados Unidos, publicado na revista científica Neurology. Aliado ancestral: alimento mencionado na Bíblia ajuda a controlar o colesterol Pele de mamão: conheça os benefícios da fruta rica em colágeno O grupo de cientistas analisou 445 participantes com uma média de 76 anos, sem quadro de demência. Os voluntários responderam a questionários sobre seus hábitos de sono, como: acordar durante a noite e não conseguir voltar a dormir, demorar mais de meia hora para adormecer, ter dificuldades de sono relativas à temperatura e o uso de medicamentos para dormir melhor. Outra questão foi relativa à fadiga diurna, quando a sonolência ao longo do dia causa dificuldades como a incapacidade de se manter acordado em atividades sociais ou ao volante, a perda de vigor para realizar tarefas e problemas de memória. Os pesquisadores também mediram a velocidade dos participantes em uma esteira uma vez por ano, durante uma média de três anos. Com os resultados, os voluntários foram divididos em duas categorias: maus dormidores (177 pessoas) e bons dormidores (268). Segundo as conclusões do estudo, quem sofria com mais sonolência diurna e falta de entusiasmo tinha maior probabilidade de desenvolver a síndrome de risco cognitivo motor (MCR), considerada uma condição que precede a demência. A origem: o que veio primeiro, o ovo ou a galinha? A ciência finalmente descobriu A fadiga é uma manifestação natural do envelhecimento. Porém, a pesquisa faz uma distinção entre o cansaço comum e o tipo de sonolência que indica problemas mais sérios no futuro. Em entrevista ao Medical News Today, a neurologista Verna Porter, do Providence Saint John’s Health Center, que não participou do estudo, explicou as diferenças. — A fadiga relacionada à idade pode envolver sentir-se cansado após um esforço físico ou um longo dia. Já os problemas de sono estudados incluem sonolência excessiva durante o dia (adormecer durante refeições ou atividades sociais) e uma falta marcante de entusiasmo para as tarefas diárias — afirma. — Esses problemas vão além do cansaço normal, indicando possíveis distúrbios de sono subjacentes (como apneia do sono ou insônia crônica), que são mais preocupantes e estão ligados a mudanças cognitivas. A limitação do estudo é que os participantes relataram suas próprias informações sobre o sono. É possível que eles não se lembrassem de tudo com precisão. Embora o estudo tenha sido focado nas pessoas mais velhas, segundo Porter problemas de sono como apneia estão relacionados ao risco cognitivo desde cedo: — Para pessoas mais jovens, especialmente aquelas de meia-idade, problemas de sono (como sonolência excessiva durante o dia, padrões de sono fragmentados, apneia do sono não diagnosticada) podem aumentar o risco de declínio cognitivo no futuro. Pesquisas sugerem que distúrbios do sono na meia-idade, como insônia crônica ou apneia do sono, podem contribuir para mudanças neurodegenerativas que se manifestam como demência mais tarde na vida. Especialistas indicam como técnica preventiva a chamada higiene do sono, uma série de hábitos que induzem o descanso noturno sustentado. Eles incluem desconectar de telas e dispositivos eletrônicos uma hora antes de dormir, gerenciar o estresse com mindfulness, manter uma rotina constante de ir para a cama e praticar exercícios regularmente.

Nov 9, 2024 - 14:55
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'Soninho da tarde': cansaço excessivo durante o dia pode aumentar o risco de demência; entenda

Fadiga que dificulta a realização de atividades e drena a energia deve ser investigada, diz estudo Sentir sono com frequência durante o dia pode ser um sinal de problemas cognitivos no futuro. Essa é a conclusão de um estudo recente, de pesquisadores do Albert Einstein College of Medicine, nos Estados Unidos, publicado na revista científica Neurology. Aliado ancestral: alimento mencionado na Bíblia ajuda a controlar o colesterol Pele de mamão: conheça os benefícios da fruta rica em colágeno O grupo de cientistas analisou 445 participantes com uma média de 76 anos, sem quadro de demência. Os voluntários responderam a questionários sobre seus hábitos de sono, como: acordar durante a noite e não conseguir voltar a dormir, demorar mais de meia hora para adormecer, ter dificuldades de sono relativas à temperatura e o uso de medicamentos para dormir melhor. Outra questão foi relativa à fadiga diurna, quando a sonolência ao longo do dia causa dificuldades como a incapacidade de se manter acordado em atividades sociais ou ao volante, a perda de vigor para realizar tarefas e problemas de memória. Os pesquisadores também mediram a velocidade dos participantes em uma esteira uma vez por ano, durante uma média de três anos. Com os resultados, os voluntários foram divididos em duas categorias: maus dormidores (177 pessoas) e bons dormidores (268). Segundo as conclusões do estudo, quem sofria com mais sonolência diurna e falta de entusiasmo tinha maior probabilidade de desenvolver a síndrome de risco cognitivo motor (MCR), considerada uma condição que precede a demência. A origem: o que veio primeiro, o ovo ou a galinha? A ciência finalmente descobriu A fadiga é uma manifestação natural do envelhecimento. Porém, a pesquisa faz uma distinção entre o cansaço comum e o tipo de sonolência que indica problemas mais sérios no futuro. Em entrevista ao Medical News Today, a neurologista Verna Porter, do Providence Saint John’s Health Center, que não participou do estudo, explicou as diferenças. — A fadiga relacionada à idade pode envolver sentir-se cansado após um esforço físico ou um longo dia. Já os problemas de sono estudados incluem sonolência excessiva durante o dia (adormecer durante refeições ou atividades sociais) e uma falta marcante de entusiasmo para as tarefas diárias — afirma. — Esses problemas vão além do cansaço normal, indicando possíveis distúrbios de sono subjacentes (como apneia do sono ou insônia crônica), que são mais preocupantes e estão ligados a mudanças cognitivas. A limitação do estudo é que os participantes relataram suas próprias informações sobre o sono. É possível que eles não se lembrassem de tudo com precisão. Embora o estudo tenha sido focado nas pessoas mais velhas, segundo Porter problemas de sono como apneia estão relacionados ao risco cognitivo desde cedo: — Para pessoas mais jovens, especialmente aquelas de meia-idade, problemas de sono (como sonolência excessiva durante o dia, padrões de sono fragmentados, apneia do sono não diagnosticada) podem aumentar o risco de declínio cognitivo no futuro. Pesquisas sugerem que distúrbios do sono na meia-idade, como insônia crônica ou apneia do sono, podem contribuir para mudanças neurodegenerativas que se manifestam como demência mais tarde na vida. Especialistas indicam como técnica preventiva a chamada higiene do sono, uma série de hábitos que induzem o descanso noturno sustentado. Eles incluem desconectar de telas e dispositivos eletrônicos uma hora antes de dormir, gerenciar o estresse com mindfulness, manter uma rotina constante de ir para a cama e praticar exercícios regularmente.

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