Só ela e o violão, Lianne La Havas foi uma banda inteira no AFROPUNK Brasil; leia a crítica

Cantora de 35 anos, sensação do R&B britânico, foi uma das atrações mais esperadas do segundo dia do festival baiano; participação de Liniker emocionou a plateia Passaram beats, bandas e tambores pelos palcos do AFROPUNK Brasil. Passou de um tudo. Na vez de Lianne La Havas, ela chegou sozinha, sem alarde. Voz e violão. Mas soou como uma banda inteira. Leia a crítica: Erykah Badu compensa atraso com show cheio de acertos no primeiro dia do festival AFROPUNK Veja relato completo: Ebony abre show no AFROPUNK com revelação sobre abuso sexual: 'fez com que eu me sentisse sozinha, isolada' Natural que um dos shows mais aguardados desta quarta edição do AFROPUNK fosse o da cantora de 35 anos — uma das maiores revelações do R&B britânico dos últimos anos. Embora ela já tenha nome consolidado lá fora desde que despontou com seu ótimo álbum "Is your love big enought", de 2012, aqui, no Brasil, o nome de La Havas passou a ser mais ventilado de uns poucos anos pra cá. Quando veio ao Rio de Janeiro pela primeira vez, no início do ano passado, fez show intimista para cerca de 200 pessoas. No dia 21, ela volta ao Rio para uma apresentação no Circo Voador, e depois segue para São Paulo, onde toca no Cine Joia, dia 24. Depois do show, em seu camarim, Lianne La Havas falou ao GLOBO sobre a escolha de tocar sozinha, sem banda, adiantando que está trabalhando em um novo disco de inéditas. — Me parece o mais natural, sabe? Quer dizer, acho que também soa como uma manifestação, porque eu sou, você sabe, uma mulher livre, só faço o que quero. Mas pensei que seria simbólico para representar a mudança de época da minha vida e entrar em um novo disco, vai ser um som diferente, sabe? Então eu queria voltar ao cerne do que faço e representar as músicas de uma forma muito honrosa — disse a cantora. Suave e potente La Havas abriu o show com "Green and gold", segunda faixa do disco "Blood", de 2015. Talvez seja sua canção maior sucesso. "Essa é a minha primeira vez em Salvador, estou muito, muito feliz", disse a artista, sorridente no palco. Ao lado dela, numa mesinha, duas garrafas de água, uma toalha e um porta-retratos com a imagem de sua avó. Parecia tudo certo quando ela tocava "Sour flower", mas aí o som parou. Os telões também. Com as caixas mudas, a artista saiu do palco. O show foi interrompido por cerca de 10 minutos. De volta, com um inabalável sorriso no rosto, ela pergunta à plateia: "vocês conseguem me ouvir agora?". Tudo certo, a artista segue adiante. Lianne La Havas e Liniker protagonizaram um dos melhores momentos do AFROPUNK Brasil Mateus Ross / Divulgação O repertório de Lianne La Havas é suave e potente como a sua voz. Desenrolada num violão timbrado como nos seus álbuns, ela foi encantando o público com músicas como "Green papaya", "Read my mind" e "Paper thin". Para cantar "No room for doubt", do seu disco de estreia, La Havas chamou Liniker para o palco. As duas se emocionaram no palco. "Acho que vou chorar", disse a britânica. "Eu te amo pra caralho", se declarou Liniker. Foi um dos melhores momentos do AFROPUNK Brasil. O show seguiu com "Blood", "Courage" e "Fairytale". As ótimas "Midnight" e "Bittersweet" ficaram para o final, quando a chuva já tinha dado uma trégua no Parque de Exposições. Lianne La Havas teve tudo sob controle. Foi como se o público tivesse encostado a cabeça no seu colo durante toda a apresentação. Terminou como começou, doce e gigante. * O repórter viajou a convite do AFROPUNK Brasil

Nov 11, 2024 - 14:43
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Só ela e o violão, Lianne La Havas foi uma banda inteira no AFROPUNK Brasil; leia a crítica

Cantora de 35 anos, sensação do R&B britânico, foi uma das atrações mais esperadas do segundo dia do festival baiano; participação de Liniker emocionou a plateia Passaram beats, bandas e tambores pelos palcos do AFROPUNK Brasil. Passou de um tudo. Na vez de Lianne La Havas, ela chegou sozinha, sem alarde. Voz e violão. Mas soou como uma banda inteira. Leia a crítica: Erykah Badu compensa atraso com show cheio de acertos no primeiro dia do festival AFROPUNK Veja relato completo: Ebony abre show no AFROPUNK com revelação sobre abuso sexual: 'fez com que eu me sentisse sozinha, isolada' Natural que um dos shows mais aguardados desta quarta edição do AFROPUNK fosse o da cantora de 35 anos — uma das maiores revelações do R&B britânico dos últimos anos. Embora ela já tenha nome consolidado lá fora desde que despontou com seu ótimo álbum "Is your love big enought", de 2012, aqui, no Brasil, o nome de La Havas passou a ser mais ventilado de uns poucos anos pra cá. Quando veio ao Rio de Janeiro pela primeira vez, no início do ano passado, fez show intimista para cerca de 200 pessoas. No dia 21, ela volta ao Rio para uma apresentação no Circo Voador, e depois segue para São Paulo, onde toca no Cine Joia, dia 24. Depois do show, em seu camarim, Lianne La Havas falou ao GLOBO sobre a escolha de tocar sozinha, sem banda, adiantando que está trabalhando em um novo disco de inéditas. — Me parece o mais natural, sabe? Quer dizer, acho que também soa como uma manifestação, porque eu sou, você sabe, uma mulher livre, só faço o que quero. Mas pensei que seria simbólico para representar a mudança de época da minha vida e entrar em um novo disco, vai ser um som diferente, sabe? Então eu queria voltar ao cerne do que faço e representar as músicas de uma forma muito honrosa — disse a cantora. Suave e potente La Havas abriu o show com "Green and gold", segunda faixa do disco "Blood", de 2015. Talvez seja sua canção maior sucesso. "Essa é a minha primeira vez em Salvador, estou muito, muito feliz", disse a artista, sorridente no palco. Ao lado dela, numa mesinha, duas garrafas de água, uma toalha e um porta-retratos com a imagem de sua avó. Parecia tudo certo quando ela tocava "Sour flower", mas aí o som parou. Os telões também. Com as caixas mudas, a artista saiu do palco. O show foi interrompido por cerca de 10 minutos. De volta, com um inabalável sorriso no rosto, ela pergunta à plateia: "vocês conseguem me ouvir agora?". Tudo certo, a artista segue adiante. Lianne La Havas e Liniker protagonizaram um dos melhores momentos do AFROPUNK Brasil Mateus Ross / Divulgação O repertório de Lianne La Havas é suave e potente como a sua voz. Desenrolada num violão timbrado como nos seus álbuns, ela foi encantando o público com músicas como "Green papaya", "Read my mind" e "Paper thin". Para cantar "No room for doubt", do seu disco de estreia, La Havas chamou Liniker para o palco. As duas se emocionaram no palco. "Acho que vou chorar", disse a britânica. "Eu te amo pra caralho", se declarou Liniker. Foi um dos melhores momentos do AFROPUNK Brasil. O show seguiu com "Blood", "Courage" e "Fairytale". As ótimas "Midnight" e "Bittersweet" ficaram para o final, quando a chuva já tinha dado uma trégua no Parque de Exposições. Lianne La Havas teve tudo sob controle. Foi como se o público tivesse encostado a cabeça no seu colo durante toda a apresentação. Terminou como começou, doce e gigante. * O repórter viajou a convite do AFROPUNK Brasil

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