Saudade da minha terra
Foram tantos os golpes de má sorte e má-fé sofridos esses dias que resolvi, de crista baixa, ir lamber as feridas no Adriata, pequeno restaurante familiar que meu pai gosta de frequentar Exilada em Bordeaux, sempre mexe comigo voltar à minha terra, São Paulo. Cheguei — como sempre — com pressa de tomar água tirada fresca do coco e comer arroz com feijão, bolo e requeijão. Mal sabia eu que a aterrissagem seria tão turbulenta... Foram tantos os golpes de má sorte e má-fé sofridos esses dias que resolvi, de crista baixa, ir lamber as feridas no Adriata, pequeno restaurante familiar que meu pai gosta de frequentar com seus amigos garçons e cozinheiros em frente ao edifício 14 Bis (o notório Treme-Treme desenhado por Niemeyer). Comida e serviço bons são um bálsamo. Fui calorosamente acolhida pelos donos — Tancredo Muniz e seu irmão Marco Antônio, o chef de cozinha — e o maître Mario Vieira, cearense como eles. Matei fome e angústia de um só golpe com um belo contrafilé acompanhado de farofa de ovo, purê de mandioquinha, feijão e arroz biro-biro. Sucos, ali, são todos feitos da fruta fresca; as cachaças, boas e variadas; os preços, justos. De repente bateu uma saudade tremenda dos tempos em que eu andava por ali e dos amigos que lá fiz. A começar pelo Ático, o maior de todos os nordestinos que fizeram a excelência dos restaurantes paulistanos, que comandava o salão do velho Ca’d’Oro, onde passei na infância tantos domingos em família — e da chef Janaína Torres, do Bar da Dona Onça, criada em um cortiço do bairro. Restaurante vem de restaurar — e seu efeito é esse mesmo quando tudo é caprichado e cuidado de perto pelos donos. Ali trabalham vários garçons nordestinos experimentados — desde os oriundos de casas conhecidas em bairros chiques até o caçula José, de 19 anos, que chegou há três da Paraíba. E ali passam seus dias de folga outros tantos: o Adriata é point de craques de salão e cozinha. Na saída, já marquei de voltar com amigos para comer uma bela galinhada com farofa de banana (que o chef só faz sob encomenda). Até o céu carregado de chuva, naquele momento, pareceu-me ensolarado...
Foram tantos os golpes de má sorte e má-fé sofridos esses dias que resolvi, de crista baixa, ir lamber as feridas no Adriata, pequeno restaurante familiar que meu pai gosta de frequentar Exilada em Bordeaux, sempre mexe comigo voltar à minha terra, São Paulo. Cheguei — como sempre — com pressa de tomar água tirada fresca do coco e comer arroz com feijão, bolo e requeijão. Mal sabia eu que a aterrissagem seria tão turbulenta... Foram tantos os golpes de má sorte e má-fé sofridos esses dias que resolvi, de crista baixa, ir lamber as feridas no Adriata, pequeno restaurante familiar que meu pai gosta de frequentar com seus amigos garçons e cozinheiros em frente ao edifício 14 Bis (o notório Treme-Treme desenhado por Niemeyer). Comida e serviço bons são um bálsamo. Fui calorosamente acolhida pelos donos — Tancredo Muniz e seu irmão Marco Antônio, o chef de cozinha — e o maître Mario Vieira, cearense como eles. Matei fome e angústia de um só golpe com um belo contrafilé acompanhado de farofa de ovo, purê de mandioquinha, feijão e arroz biro-biro. Sucos, ali, são todos feitos da fruta fresca; as cachaças, boas e variadas; os preços, justos. De repente bateu uma saudade tremenda dos tempos em que eu andava por ali e dos amigos que lá fiz. A começar pelo Ático, o maior de todos os nordestinos que fizeram a excelência dos restaurantes paulistanos, que comandava o salão do velho Ca’d’Oro, onde passei na infância tantos domingos em família — e da chef Janaína Torres, do Bar da Dona Onça, criada em um cortiço do bairro. Restaurante vem de restaurar — e seu efeito é esse mesmo quando tudo é caprichado e cuidado de perto pelos donos. Ali trabalham vários garçons nordestinos experimentados — desde os oriundos de casas conhecidas em bairros chiques até o caçula José, de 19 anos, que chegou há três da Paraíba. E ali passam seus dias de folga outros tantos: o Adriata é point de craques de salão e cozinha. Na saída, já marquei de voltar com amigos para comer uma bela galinhada com farofa de banana (que o chef só faz sob encomenda). Até o céu carregado de chuva, naquele momento, pareceu-me ensolarado...
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