Saiba quem são os 'kids pretos', alvos de operação da PF que apura plano para matar Lula, Alckmin e Moraes em 2022
Eles compõem um grupo restrito, com treinamento rígido e especialização em ações de infiltração, operações camufladas e contraterrorismo A Polícia Federal investiga se integrantes das Forças Especiais do Exército, os “kids pretos”, usaram técnicas militares para incitar a tentativa de golpe de Estado no país e criar um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A participação, segundo a PF, seria estratégica: eles compõem um grupo restrito, com treinamento rígido e especialização em ações de infiltração, operações camufladas e contraterrorismo. Provas colhidas no inquérito indicam que representantes do grupo de elite direcionaram os atos antidemocráticos que ocorreram após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro e atuaram como elo para o financiamento dos ataques. Exclusivo: Difusão instantânea e milhares de views: levantamento mostra como 'milícia digital' obedeceu ordem de ataque a generais Veja também: Moraes afirma que PF apresentou 'provas robustas' de planejamento e execução de golpe de Estado Oficiais das “FE”, como também são conhecidos, estiveram em reuniões que tinham o intuito de delinear estratégias para a ofensiva golpista, segundo a PF. Nos ataques de 8 de janeiro, chamou a atenção de investigadores a presença de manifestantes com balaclavas, vestimenta dos “kids pretos”, e desenvoltura na linha de frente da invasão. Um grupo organizou uma ofensiva para furar o bloqueio da Polícia Militar, orientou manifestantes a entrar no Congresso pelo teto, transformando gradis em escadas, e os instruiu a acionar mangueiras para diminuir os efeitos das bombas. Destroços de uma granada de gás lacrimogêneo usada em treinamentos dos “kids pretos” foram encontrados, segundo a CPI dos Atos. Campanhas vigiadas: Empresas de tecnologia firmam acordo para detecção e combate a fake news geradas por IA nas eleições Malu Gaspar: A tese da defesa de alvos da PF por golpismo para derrubar prisões de Moraes O apelido, segundo o Exército, é um nome informal atribuído aos militares de operações especiais, por usarem um gorro preto. Nos livros de história militar, o termo faz referência ao codinome utilizado para definir o comandante da unidade que combateu guerrilheiros do Araguaia. 'Kids pretos' são treinados para atuar em missões sigilosas Para integrar as forças especiais, o interessado precisa ser sargento ou oficial e fazer cursos de paraquedista, por seis semanas, e de “ações de comandos”, que dura quatro meses e é a etapa mais dura. Um exercício comum é ficar em ambientes fechados com gás lacrimogêneo sem máscara. Restrições de sono e de alimentação também integram a rotina, além de testes físicos. Há ainda uma terceira fase com foco estratégico. Um exemplo de ação desta etapa, que leva cinco meses, é a infiltração em outro estado por meio de salto de paraquedas para, em simulações, cumprir determinada missão, como o resgate de um refém. — Fazemos adaptação em todos os ambientes. É uma tropa altamente preparada — afirma o coronel da reserva Roberto Criscuoli, ex-subcomandante do Batalhão de Forças Especiais. Segundo ele, um membro deste grupo consegue capacitar uma tropa convencional para tarefas de alto grau de complexidade. A investigação da PF apreendeu uma mensagem dizendo que integrantes das forças especiais têm “capacidade de organizar, desenvolver, instruir, equipar e operar 1.500 homens”. Os “kids pretos” também já atuaram em operações de grande porte, como a missão no Haiti, e eventos como a Copa do Mundo — neste último caso, dedicados a evitar ataques terroristas. O efetivo é reduzido: a maior parte fica no 1º Batalhão de Forças Especiais, em Goiânia. O Exército não informa a quantidade exata, mas estimativas apontam para 400 militares. Há, ainda, a 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus, com cerca de 150 integrantes. Initial plugin text — O treinamento é voltado para agir em situações em que se está relativamente desplugado da cadeia de comando. Isso é feito para ações camufladas, sigilosas, e que exigem, por exemplo, um alto grau de infiltração, com técnicas de inteligência militar e operações psicológicas — diz o professor da UFSCar Piero Leirner. Em relatório, a PF afirmou que houve um “planejamento minucioso para utilizar, contra o próprio Estado brasileiro, as técnicas militares para a consumação do golpe de Estado”. Leia ainda: PT irrita aliados ao condicionar presença de Lula na campanha deste ano a apoio à reeleição em 2026 Ex-comandante do Exército: Freire Gomes recebeu informações de Mauro Cid sobre evolução da trama golpista, diz PF “Houve por parte do grupo criminoso organização de encontro específico na tentativa de arregimentar militares com curso de Forças Especiais, que, segundo a Polícia Federal, coadunados com os intentos golpistas, dariam suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário”, afirmou o mi
Eles compõem um grupo restrito, com treinamento rígido e especialização em ações de infiltração, operações camufladas e contraterrorismo A Polícia Federal investiga se integrantes das Forças Especiais do Exército, os “kids pretos”, usaram técnicas militares para incitar a tentativa de golpe de Estado no país e criar um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A participação, segundo a PF, seria estratégica: eles compõem um grupo restrito, com treinamento rígido e especialização em ações de infiltração, operações camufladas e contraterrorismo. Provas colhidas no inquérito indicam que representantes do grupo de elite direcionaram os atos antidemocráticos que ocorreram após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro e atuaram como elo para o financiamento dos ataques. Exclusivo: Difusão instantânea e milhares de views: levantamento mostra como 'milícia digital' obedeceu ordem de ataque a generais Veja também: Moraes afirma que PF apresentou 'provas robustas' de planejamento e execução de golpe de Estado Oficiais das “FE”, como também são conhecidos, estiveram em reuniões que tinham o intuito de delinear estratégias para a ofensiva golpista, segundo a PF. Nos ataques de 8 de janeiro, chamou a atenção de investigadores a presença de manifestantes com balaclavas, vestimenta dos “kids pretos”, e desenvoltura na linha de frente da invasão. Um grupo organizou uma ofensiva para furar o bloqueio da Polícia Militar, orientou manifestantes a entrar no Congresso pelo teto, transformando gradis em escadas, e os instruiu a acionar mangueiras para diminuir os efeitos das bombas. Destroços de uma granada de gás lacrimogêneo usada em treinamentos dos “kids pretos” foram encontrados, segundo a CPI dos Atos. Campanhas vigiadas: Empresas de tecnologia firmam acordo para detecção e combate a fake news geradas por IA nas eleições Malu Gaspar: A tese da defesa de alvos da PF por golpismo para derrubar prisões de Moraes O apelido, segundo o Exército, é um nome informal atribuído aos militares de operações especiais, por usarem um gorro preto. Nos livros de história militar, o termo faz referência ao codinome utilizado para definir o comandante da unidade que combateu guerrilheiros do Araguaia. 'Kids pretos' são treinados para atuar em missões sigilosas Para integrar as forças especiais, o interessado precisa ser sargento ou oficial e fazer cursos de paraquedista, por seis semanas, e de “ações de comandos”, que dura quatro meses e é a etapa mais dura. Um exercício comum é ficar em ambientes fechados com gás lacrimogêneo sem máscara. Restrições de sono e de alimentação também integram a rotina, além de testes físicos. Há ainda uma terceira fase com foco estratégico. Um exemplo de ação desta etapa, que leva cinco meses, é a infiltração em outro estado por meio de salto de paraquedas para, em simulações, cumprir determinada missão, como o resgate de um refém. — Fazemos adaptação em todos os ambientes. É uma tropa altamente preparada — afirma o coronel da reserva Roberto Criscuoli, ex-subcomandante do Batalhão de Forças Especiais. Segundo ele, um membro deste grupo consegue capacitar uma tropa convencional para tarefas de alto grau de complexidade. A investigação da PF apreendeu uma mensagem dizendo que integrantes das forças especiais têm “capacidade de organizar, desenvolver, instruir, equipar e operar 1.500 homens”. Os “kids pretos” também já atuaram em operações de grande porte, como a missão no Haiti, e eventos como a Copa do Mundo — neste último caso, dedicados a evitar ataques terroristas. O efetivo é reduzido: a maior parte fica no 1º Batalhão de Forças Especiais, em Goiânia. O Exército não informa a quantidade exata, mas estimativas apontam para 400 militares. Há, ainda, a 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus, com cerca de 150 integrantes. Initial plugin text — O treinamento é voltado para agir em situações em que se está relativamente desplugado da cadeia de comando. Isso é feito para ações camufladas, sigilosas, e que exigem, por exemplo, um alto grau de infiltração, com técnicas de inteligência militar e operações psicológicas — diz o professor da UFSCar Piero Leirner. Em relatório, a PF afirmou que houve um “planejamento minucioso para utilizar, contra o próprio Estado brasileiro, as técnicas militares para a consumação do golpe de Estado”. Leia ainda: PT irrita aliados ao condicionar presença de Lula na campanha deste ano a apoio à reeleição em 2026 Ex-comandante do Exército: Freire Gomes recebeu informações de Mauro Cid sobre evolução da trama golpista, diz PF “Houve por parte do grupo criminoso organização de encontro específico na tentativa de arregimentar militares com curso de Forças Especiais, que, segundo a Polícia Federal, coadunados com os intentos golpistas, dariam suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário”, afirmou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na decisão que autorizou a operação contra Bolsonaro e aliados. RAIO-X Quem são Integrantes das Forças Especiais do Exército, os "kids pretos” compõem um grupo restrito do Exército, com treinamento rígido que prevê técnicas de infiltração, operações camufladas e formação para contraterrorismo e contraguerrilha. Onde ficam A maior parte fica no 1º Batalhão de Forças Especiais, em Goiânia e são subordinados ao Comando Militar do Planalto. Há ainda a 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus Efetivo O Exército não informa a quantidade exata, mas estimativas extraoficiais apontam para cerca de 550 “kids pretos” no país. Formação e treinamento Precisa ser sargento ou oficial e fazer cursos de paraquedista, por seis semanas, e de “ações de comandos”, que dura quatro meses e é a etapa mais exigente. Os militares passam por restrição de sono e de alimento, enquanto são submetidos a fortes treinamentos físicos. Há ainda uma terceira fase, com foco estratégico, que leva cinco meses.
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