Rogério de Andrade é transferido para presídio federal no Mato Grosso do Sul, 14 dias após ser preso no Rio

Bicheiro, que já teve dois habeas corpus negados, ficará na mesma penitenciária onde está o deputado Chiquinho Brazão e o traficante Marcinho VP O bicheiro Rogério Andrade será transferido nesta terça-feira para o presídio de segurança máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A transferência para a penitenciária federal foi determinada pela 1ª Vara Criminal da Capital. O pedido feito por meio de uma ordem judicial e recebido, na semana passada, pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), órgão ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. O patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel foi preso em 29 de outubro, durante uma operação do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ). Relembre denúncia e prisões: Rogério de Andrade tem 11 anotações criminais na Justiça Ação anterior: Rogério Andrade e presidente da Mocidade são alvos de operação sobre assassinato feita pela Polícia Civil do Rio e pelo Ministério Público Andrade permanece isolado no presídio de segurança máxima Laercio Pellegrino, o Bangu 1. Fazendo sob uso de antidepressivos, o contraventor recebeu apenas a visita do seu advogado nos últimos dias. Ele é apontado, em novas investigações, como o mandante da morte do também contraventor Fernando de Miranda Iggnácio, em novembro de 2020. Rogério foi preso em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Em março de 2021, o MPRJ já havia denunciado o bicheiro pela morte de Fernando Iggnácio. Porém, em fevereiro de 2022, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria de votos, trancar a ação penal contra o contraventor. O relator do processo, o ministro Nunes Marques, aceitou o pedido da defesa, por entender que a denúncia não descreveu de que modo Rogério teria participado, na condição de mandante do crime — apesar de Márcio Araújo de Souza, apontado pelo MP como chefe de segurança do bicheiro, ter sido preso, à época da denúncia, pela suspeita de ter arregimentado os autores da morte de Iggnácio. A estratégia usada pelo Gaeco para reabrir o caso foi instaurar um novo Procedimento Investigatório Criminal (PIC), a partir de novas provas conseguidas em dois anos de investigação da participação de Rogério como mandante no homicídio de Fernando Iggnácio. Também foi denunciado um homem que teria monitorado os passos de Fernando para a sua execução. A denúncia traz ainda dados de quebra do sigilo telemático e telefônico ambos. Prisão federal com RDD Na decisão judicial que determinou a prisão de Rogério Andrade constam os motivos pelos quais o bicheiro deve ser transferido para um presídio federal de segurança máxima com Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Ele é apontado como o chefe de um grupo criminoso "voltado para a prática de diversos crimes", entre eles, homicídio, corrupção, contravenção e lavagem de dinheiro. O texto destaca que a quadrilha tem contatos com órgãos de segurança estaduais. A penitenciária de segurança máxima abriga hoje o deputado Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco, o chefe da maior milícia do Rio, Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, e o traficante Marcinho VP, um dos chefes do Comando Vermelho. Localizado numa área rural da capital, o complexo tem 12,6 mil metros quadrados de área construída e capacidade para 208 presos em celas individuais. Considerada de segurança máxima, a unidade possui equipamentos de segurança de última geração, como aparelho de raios-x, de coleta de impressão digital e detectores de metais de alta sensibilidade. O presídio foi construído para abrigar criminosos de alta periculosidade, que comprometam a segurança dos presídios, possam ser vítimas de atentados ou estejam em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Galerias Relacionadas Contravenção e guerra: bicheiro Rogério Andrade é preso por envolvimento na morte de Fernando Iggnácio e vai para presídio federal O que é o Regime Disciplinar Diferenciado O Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) é um regime de cumprimento de pena mais rigoroso que o regime fechado, que pode ser aplicado em presídios comuns ou federais. No RDD, o preso permanece em cela individual, com limitações ao direito de visita e de saída da cela. O RDD pode ser aplicado a presos provisórios ou condenados que cometam crime doloso; outra falta considerada grave; sejam suspeitos de envolvimento em organizações criminosas e representem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou para a sociedade. O prazo de inclusão no RDD é de até 2 anos, podendo ser prorrogado por 1 ano, quantas vezes forem necessárias. Presos em Campo Grande O deputado Chiquinho Brazão em sessão do Conselho de Ética da Câmara em 16/07/2024 Brenno Carvalho/ Agência O Globo O deputado Chiquinho Brazão, apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco (Psol), foi transferido para Campo Grande a pedido da sua defesa. Ele e

Nov 12, 2024 - 11:03
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Rogério de Andrade é transferido para presídio federal no Mato Grosso do Sul, 14 dias após ser preso no Rio

Bicheiro, que já teve dois habeas corpus negados, ficará na mesma penitenciária onde está o deputado Chiquinho Brazão e o traficante Marcinho VP O bicheiro Rogério Andrade será transferido nesta terça-feira para o presídio de segurança máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A transferência para a penitenciária federal foi determinada pela 1ª Vara Criminal da Capital. O pedido feito por meio de uma ordem judicial e recebido, na semana passada, pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), órgão ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. O patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel foi preso em 29 de outubro, durante uma operação do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ). Relembre denúncia e prisões: Rogério de Andrade tem 11 anotações criminais na Justiça Ação anterior: Rogério Andrade e presidente da Mocidade são alvos de operação sobre assassinato feita pela Polícia Civil do Rio e pelo Ministério Público Andrade permanece isolado no presídio de segurança máxima Laercio Pellegrino, o Bangu 1. Fazendo sob uso de antidepressivos, o contraventor recebeu apenas a visita do seu advogado nos últimos dias. Ele é apontado, em novas investigações, como o mandante da morte do também contraventor Fernando de Miranda Iggnácio, em novembro de 2020. Rogério foi preso em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Em março de 2021, o MPRJ já havia denunciado o bicheiro pela morte de Fernando Iggnácio. Porém, em fevereiro de 2022, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria de votos, trancar a ação penal contra o contraventor. O relator do processo, o ministro Nunes Marques, aceitou o pedido da defesa, por entender que a denúncia não descreveu de que modo Rogério teria participado, na condição de mandante do crime — apesar de Márcio Araújo de Souza, apontado pelo MP como chefe de segurança do bicheiro, ter sido preso, à época da denúncia, pela suspeita de ter arregimentado os autores da morte de Iggnácio. A estratégia usada pelo Gaeco para reabrir o caso foi instaurar um novo Procedimento Investigatório Criminal (PIC), a partir de novas provas conseguidas em dois anos de investigação da participação de Rogério como mandante no homicídio de Fernando Iggnácio. Também foi denunciado um homem que teria monitorado os passos de Fernando para a sua execução. A denúncia traz ainda dados de quebra do sigilo telemático e telefônico ambos. Prisão federal com RDD Na decisão judicial que determinou a prisão de Rogério Andrade constam os motivos pelos quais o bicheiro deve ser transferido para um presídio federal de segurança máxima com Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Ele é apontado como o chefe de um grupo criminoso "voltado para a prática de diversos crimes", entre eles, homicídio, corrupção, contravenção e lavagem de dinheiro. O texto destaca que a quadrilha tem contatos com órgãos de segurança estaduais. A penitenciária de segurança máxima abriga hoje o deputado Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco, o chefe da maior milícia do Rio, Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, e o traficante Marcinho VP, um dos chefes do Comando Vermelho. Localizado numa área rural da capital, o complexo tem 12,6 mil metros quadrados de área construída e capacidade para 208 presos em celas individuais. Considerada de segurança máxima, a unidade possui equipamentos de segurança de última geração, como aparelho de raios-x, de coleta de impressão digital e detectores de metais de alta sensibilidade. O presídio foi construído para abrigar criminosos de alta periculosidade, que comprometam a segurança dos presídios, possam ser vítimas de atentados ou estejam em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Galerias Relacionadas Contravenção e guerra: bicheiro Rogério Andrade é preso por envolvimento na morte de Fernando Iggnácio e vai para presídio federal O que é o Regime Disciplinar Diferenciado O Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) é um regime de cumprimento de pena mais rigoroso que o regime fechado, que pode ser aplicado em presídios comuns ou federais. No RDD, o preso permanece em cela individual, com limitações ao direito de visita e de saída da cela. O RDD pode ser aplicado a presos provisórios ou condenados que cometam crime doloso; outra falta considerada grave; sejam suspeitos de envolvimento em organizações criminosas e representem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou para a sociedade. O prazo de inclusão no RDD é de até 2 anos, podendo ser prorrogado por 1 ano, quantas vezes forem necessárias. Presos em Campo Grande O deputado Chiquinho Brazão em sessão do Conselho de Ética da Câmara em 16/07/2024 Brenno Carvalho/ Agência O Globo O deputado Chiquinho Brazão, apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco (Psol), foi transferido para Campo Grande a pedido da sua defesa. Ele e o irmão Domingos Brazão foram apontados em delação do ex-PM Ronnie Lessa como os mandantes do assassinato da parlamentar e do motorista Anderson Gomes. Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho Divulgação Desde março deste ano, Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, aguarda julgamento na penitenciária de Campo Grande. Ele foi preso no dia 24 de dezembro de 2023, quando se apresentou à Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio, na Praça Mauá, região portuária da cidade. A prisão ocorreu depois de intensas negociações entre seus advogados, a Secretaria de Segurança Pública e a PF. Zinho é apontado como responsável por comandar os ataques à Zona Oeste no fim do ano passado. Naquele momento, havia, pelo menos, 12 mandados de prisão contra o miliciano, expedidos pela Justiça. O traficante Marcinho VP Foto de arquivo O traficante Marcinho VP, de 54 anos, um dos chefes do Comando Vermelho, foi transferido para a mesma unidade em janeiro, após uma fuga de presos do presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O traficante está preso desde 1996, quando foi detido em Porto Alegre (RS). Ele é condenado a 37 anos de prisão por associação criminosa, tráfico de drogas e homicídio.

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