Responsáveis pela retomada do Largo da Prainha se unem pela revitalização do Beco da Sardinha, no Centro do Rio

Empreendedores esperam utilizar o mesmo modelo para reviver um dos grandes pontos históricos e culturais da cidade Concorrido ponto de encontro depois do expediente no Centro nos anos 1980, o Beco das Sardinhas se prepara para voltar a ferver. O esvaziamento da região dos últimos anos, principalmente durante a pandemia, deixou o lugar em banho-maria. Mas bons ventos começam a soprar do Largo da Prainha, que fica na vizinhança, na Saúde, e se tornou um dos pontos mais movimentados do Rio. Rafael Vidal, que está por trás dessa revitalização, tem planos para expandir o seu sucesso: Construções históricas, casarios antigos, vida boêmia emergente: Veja o que faz da Glória um dos bairros mais 'cool' do mundo Símbolos da hotelaria carioca: Sheraton e Hotel Arpoador chegam aos 50 anos — A gente não está querendo que o passado volte como cenário ou, de certa forma, como álbum cenográfico. Queremos que aquela ideia de Beco das Sardinhas como um lugar de boemia, de boa comida, uma boa noite e um bom almoço volte. Que não retorne apenas para o centro da cidade, mas para o Rio de Janeiro e o Brasil, como referência de turismo. É isso que a gente busca nesse movimento. Chef da Mantiqueira O Beco das Sardinhas foi criado por dois portugueses, que trouxeram para o Centro a ideia de vender o peixe frito. A estrela do cardápio é a sardinha aberta, empanada, apelidada de “frango marítimo”. Ao longo do tempo, aquele trecho da Rua Miguel Couto, diante da Paróquia de Santa Rita, do século XVIII, concentrou restaurantes e uma legião de seguidores. Agora, Raphael Vidal pretende provocar no beco o agito que promoveu no Largo da Prainha. O primeiro passo será abrir o boteco Capiau, que será o único com forno a lenha do Rio. Para comandar a novidade, ele chamou o chef Diego Melão, da Serra da Mantiqueira, para entrar no negócio. Outros dois nomes se unem a Vidal na missão de fazer com que o ponto histórico volte a ser valorizado. Leonardo Alberto e Adriano Fernandes vão abrir um restaurante de comida típica, o Ibéricos, que tem como base a influência cultural do local. Em fase final de obras, o ponto deve começar a receber clientes dentro de dez dias. Já o Capiau só deve abrir as portas em 20 de outubro. Quando ambos estiverem em funcionamento, os comerciantes pretendem realizar um grande evento de inauguração. Vidal faz questão de frisar que os novatos estão recebendo apoio do decano do beco, o português Fernando Barbosa, dono do bar Ocidental, que chegou à Rua Miguel Couto dos anos 1950. Nascido e criado no Morro da Conceição, local bem próximo ao Beco das Sardinhas, Vidal foi um dos grandes responsáveis pela revitalização do Largo da Prainha, que vem fazendo sucesso há quase quatro anos. Para além do negócio, seu grande objetivo com a retomada de mais um ponto histórico da cidade não é construir algo novo, mas reacender a chama do passado. O empreendedor cultiva esse projeto há mais de cinco anos. Com Adriano, ele organizou festas juninas no Beco das Sardinhas, entre 2015 e 2018, a pedido dos moradores do Morro da Conceição. — Durante três, quatro anos, a festa junina foi um marco do movimento aqui. E isso para a gente foi um embrião do que poderíamos fazer neste lugar, porque o vimos lotado de gente, de toda a cidade, durante quatro fins de semana, por ano, vindo para cá. Então a gente via isso aqui e dizia: “Cara, é possível esse lugar voltar a ser uma referência de boemia, de cultura, de música” — contou. Além do tradicional happy hour, os novos comerciantes querem “bombar” o Beco das Sardinhas aos domingos, dia de pouco movimento no Centro. Eles entendem que o novo ambiente proporcionará uma grande diversificação de clientes, benéfica para o turismo. — A princípio, a gente vai abrir de segunda a sábado, mas o nosso desafio, que é uma promessa, é tentar fazer com que o domingo seja o grande dia. Acreditamos muito que um domingo aqui, cedo, tem tudo para acontecer. Eu estou falando de começar às 10h e ir até as 18h. Na segunda, a gente chora, mas o domingo é aquilo: você pega sua família, pega sua mulher, seus amigos e vai para lá tomar um chope — disse Vidal.

Sep 29, 2024 - 02:38
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Responsáveis pela retomada do Largo da Prainha se unem pela revitalização do Beco da Sardinha, no Centro do Rio

Empreendedores esperam utilizar o mesmo modelo para reviver um dos grandes pontos históricos e culturais da cidade Concorrido ponto de encontro depois do expediente no Centro nos anos 1980, o Beco das Sardinhas se prepara para voltar a ferver. O esvaziamento da região dos últimos anos, principalmente durante a pandemia, deixou o lugar em banho-maria. Mas bons ventos começam a soprar do Largo da Prainha, que fica na vizinhança, na Saúde, e se tornou um dos pontos mais movimentados do Rio. Rafael Vidal, que está por trás dessa revitalização, tem planos para expandir o seu sucesso: Construções históricas, casarios antigos, vida boêmia emergente: Veja o que faz da Glória um dos bairros mais 'cool' do mundo Símbolos da hotelaria carioca: Sheraton e Hotel Arpoador chegam aos 50 anos — A gente não está querendo que o passado volte como cenário ou, de certa forma, como álbum cenográfico. Queremos que aquela ideia de Beco das Sardinhas como um lugar de boemia, de boa comida, uma boa noite e um bom almoço volte. Que não retorne apenas para o centro da cidade, mas para o Rio de Janeiro e o Brasil, como referência de turismo. É isso que a gente busca nesse movimento. Chef da Mantiqueira O Beco das Sardinhas foi criado por dois portugueses, que trouxeram para o Centro a ideia de vender o peixe frito. A estrela do cardápio é a sardinha aberta, empanada, apelidada de “frango marítimo”. Ao longo do tempo, aquele trecho da Rua Miguel Couto, diante da Paróquia de Santa Rita, do século XVIII, concentrou restaurantes e uma legião de seguidores. Agora, Raphael Vidal pretende provocar no beco o agito que promoveu no Largo da Prainha. O primeiro passo será abrir o boteco Capiau, que será o único com forno a lenha do Rio. Para comandar a novidade, ele chamou o chef Diego Melão, da Serra da Mantiqueira, para entrar no negócio. Outros dois nomes se unem a Vidal na missão de fazer com que o ponto histórico volte a ser valorizado. Leonardo Alberto e Adriano Fernandes vão abrir um restaurante de comida típica, o Ibéricos, que tem como base a influência cultural do local. Em fase final de obras, o ponto deve começar a receber clientes dentro de dez dias. Já o Capiau só deve abrir as portas em 20 de outubro. Quando ambos estiverem em funcionamento, os comerciantes pretendem realizar um grande evento de inauguração. Vidal faz questão de frisar que os novatos estão recebendo apoio do decano do beco, o português Fernando Barbosa, dono do bar Ocidental, que chegou à Rua Miguel Couto dos anos 1950. Nascido e criado no Morro da Conceição, local bem próximo ao Beco das Sardinhas, Vidal foi um dos grandes responsáveis pela revitalização do Largo da Prainha, que vem fazendo sucesso há quase quatro anos. Para além do negócio, seu grande objetivo com a retomada de mais um ponto histórico da cidade não é construir algo novo, mas reacender a chama do passado. O empreendedor cultiva esse projeto há mais de cinco anos. Com Adriano, ele organizou festas juninas no Beco das Sardinhas, entre 2015 e 2018, a pedido dos moradores do Morro da Conceição. — Durante três, quatro anos, a festa junina foi um marco do movimento aqui. E isso para a gente foi um embrião do que poderíamos fazer neste lugar, porque o vimos lotado de gente, de toda a cidade, durante quatro fins de semana, por ano, vindo para cá. Então a gente via isso aqui e dizia: “Cara, é possível esse lugar voltar a ser uma referência de boemia, de cultura, de música” — contou. Além do tradicional happy hour, os novos comerciantes querem “bombar” o Beco das Sardinhas aos domingos, dia de pouco movimento no Centro. Eles entendem que o novo ambiente proporcionará uma grande diversificação de clientes, benéfica para o turismo. — A princípio, a gente vai abrir de segunda a sábado, mas o nosso desafio, que é uma promessa, é tentar fazer com que o domingo seja o grande dia. Acreditamos muito que um domingo aqui, cedo, tem tudo para acontecer. Eu estou falando de começar às 10h e ir até as 18h. Na segunda, a gente chora, mas o domingo é aquilo: você pega sua família, pega sua mulher, seus amigos e vai para lá tomar um chope — disse Vidal.

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