Rachada em duas candidaturas, esquerda não vai a segundo turno em Belo Horizonte
Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT) ficaram em quinto e sexto lugar na disputa pela prefeitura, respectivamente; postulantes ensaiaram união, que não saiu do papel Após a tentativa de união da esquerda em Belo Horizonte ter falhado ainda na pré-campanha, os deputados federais Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT) ficaram de fora do segundo turno. Até às 19h53, com 95,63% das urnas apuradas, já é possível cravar o quinto e sexto lugar dos postulantes, respectivamente. Duda tem 7,68% e Correia, 4,4%. Candidato de Lula (PT) na capital mineira, Correia conseguiu atrair mais quatro partidos para sua aliança, mas demonstrou fraqueza ao bancar que o presidente viria fazer campanha para ele, o que não aconteceu. Um dos fundadores do PT, ele conheceu Lula ainda em 1979, em meio à onda de greves no país. A longa amizade não foi suficiente para ter Lula no palanque. O presidente concentrou esforços em Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo. Não foi suficiente. Articuladores de Correia admitem que a ausência foi sentida em meio à falta de adesão popular à candidatura petista em BH, onde outros cinco candidatos são de partidos da base de Lula. A exceção entre os principais adversários é Bruno Engler (PL), que contou com maior empenho do padrinho Jair Bolsonaro. Neste contexto, parte da esquerda belo-horizontina embarcou em um movimento de voto útil pela reeleição de Fuad, que subia nas pesquisas e irá disputar o segundo turno com Engler. O medo do campo autodenominado "progressista" era de que o bolsonarista disputasse com Mauro Tramonte (Republicanos), que terminou em terceiro lugar. No PDT, Salabert não conseguiu formar uma coligação com outros partidos, mas insistiu na candidatura, a primeira de uma mulher trans numa capital. Na reta final, angariou apoios entre artistas, como Nando Reis e Paula Lavigne, mas não conseguiu avançar. Professora de literatura, ela esteve nas salas de aulas por 20 anos. Após sua transição de gênero, em 2017, diz ter perdido o emprego e encontrado dificuldade de conseguir um novo em um cenário de preconceito, principalmente entre pais dos alunos. Apesar da causa natural, ela buscou não fazer da questão LGBT a principal bandeira da campanha, buscando uma postura propositiva em vários campos e muitas vezes ácida no ataque aos adversários. Em nota, Duda disse ter orgulho de sua trajetória. "Nossos sonhos não cabem nas urnas, a nossa luta vai muito além de resultados imediatos. Mostramos que é possível sonhar e trabalhar por uma cidade mais justa, sustentável, sem corrupção, inclusiva e que coloque a educação em primeiro lugar", escreveu a pedetista.
Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT) ficaram em quinto e sexto lugar na disputa pela prefeitura, respectivamente; postulantes ensaiaram união, que não saiu do papel Após a tentativa de união da esquerda em Belo Horizonte ter falhado ainda na pré-campanha, os deputados federais Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT) ficaram de fora do segundo turno. Até às 19h53, com 95,63% das urnas apuradas, já é possível cravar o quinto e sexto lugar dos postulantes, respectivamente. Duda tem 7,68% e Correia, 4,4%. Candidato de Lula (PT) na capital mineira, Correia conseguiu atrair mais quatro partidos para sua aliança, mas demonstrou fraqueza ao bancar que o presidente viria fazer campanha para ele, o que não aconteceu. Um dos fundadores do PT, ele conheceu Lula ainda em 1979, em meio à onda de greves no país. A longa amizade não foi suficiente para ter Lula no palanque. O presidente concentrou esforços em Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo. Não foi suficiente. Articuladores de Correia admitem que a ausência foi sentida em meio à falta de adesão popular à candidatura petista em BH, onde outros cinco candidatos são de partidos da base de Lula. A exceção entre os principais adversários é Bruno Engler (PL), que contou com maior empenho do padrinho Jair Bolsonaro. Neste contexto, parte da esquerda belo-horizontina embarcou em um movimento de voto útil pela reeleição de Fuad, que subia nas pesquisas e irá disputar o segundo turno com Engler. O medo do campo autodenominado "progressista" era de que o bolsonarista disputasse com Mauro Tramonte (Republicanos), que terminou em terceiro lugar. No PDT, Salabert não conseguiu formar uma coligação com outros partidos, mas insistiu na candidatura, a primeira de uma mulher trans numa capital. Na reta final, angariou apoios entre artistas, como Nando Reis e Paula Lavigne, mas não conseguiu avançar. Professora de literatura, ela esteve nas salas de aulas por 20 anos. Após sua transição de gênero, em 2017, diz ter perdido o emprego e encontrado dificuldade de conseguir um novo em um cenário de preconceito, principalmente entre pais dos alunos. Apesar da causa natural, ela buscou não fazer da questão LGBT a principal bandeira da campanha, buscando uma postura propositiva em vários campos e muitas vezes ácida no ataque aos adversários. Em nota, Duda disse ter orgulho de sua trajetória. "Nossos sonhos não cabem nas urnas, a nossa luta vai muito além de resultados imediatos. Mostramos que é possível sonhar e trabalhar por uma cidade mais justa, sustentável, sem corrupção, inclusiva e que coloque a educação em primeiro lugar", escreveu a pedetista.
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