Quem é o empresário do cripto que pagou R$ 35 milhões por uma banana?

Justin Sun, de 34 anos, vai de colecionador de artes a primeiro-ministro de uma micronação entre a Croácia e a Sérvia, que não tem reconhecimento internacional Na noite da última quarta-feira, uma banana colada na parede, obra de arte leiloada na Sotheby's, em Londres, foi comprada por US$ 6,2 milhões (R$ 35,7 milhões na cotação atual), por um empresário sino-americano da indústria das criptomoedas. Além de investidor, Justin Sun é um ávido colecionador de arte e, em outubro deste ano, se tornou o primeiro-ministro da micronação de Liberlândia, que fica entre a Croácia e a Sérvia e não é reconhecida pela comunidade internacional. Bitcoin beira US$ 100 mil: Moeda ganha força com apoio de Trump a mercado de moedas virtuais Entenda: Como a indústria do Bitcoin fez uma aposta política de alto risco em Trump e agora comemora ganhando alto A obra adquirida por Sun gerou burburinhos na mídia por se tratar de uma banana fixada na parede por uma fita adesiva. Na verdade, ela é uma obra de arte conceitual intitulada "Comediante", feita em 2019 pelo italiano Maurizio Cattelan, artista conhecido por provocar as concepções do que é arte. Segundo Sun, em um comunicado, o trabalho de Cattelan "representa um fenômeno cultural que une os mundos da arte e dos memes, além da comunidade de criptomoedas". Justin Sun, empresário de criptomoedas Reprodução O executivo que comprou a fruta — por um precinho que não é de banana — é muitas coisas. Sun é fundador da Tron, uma plataforma de blockchain. A ferramenta, criada em 2017, tem o objetivo de deixar a internet "mais livre", para que as pessoas possam interagir diretamente, sem depender de gigantes como YouTube, Spotify ou Netflix. Segundo a mídia chinesa, ao mesmo tempo em que ele é admirado por uns como inovador, também é criticado por outros por supostas práticas de autopromoção e falta de transparência. — Nos próximos dias, comerei pessoalmente a banana como parte desta experiência artística única, honrando seu lugar na história da arte e na cultura popular — disse Sun, segundo o jornal The New York Times, apesar de a "fruta" ter sido criada há cinco anos. Ideias liberais Nascido na China como Sun Yuchen, em 1990, o empresário é descrito pela mídia chinesa como uma pessoa que sempre mostrou forte tendência à fama e atenção. Formado em história pela Universidade de Pequim, em 2011, e depois em Direito pela Universidade de Pensilvânia, Justin Sun era interessado por ideias liberais e nunca se esquivou de enfrentar a autoridade, segundo seu perfil na GQ da China. De acordo com o jornal americano Quartz, depois que passou pela universidade da Pensilvânia, ele conheceu o mundo das criptomoedas. Por meio de uma visão à frente do seu tempo, ou por pura sorte, Sun se tornou milionário ao investir em bitcoin. Em 2013, ele já era um dos mais jovens "criptomilionários". Sua fama em dar lances bizarros não é de agora. Em 2019, ele fez uma oferta de US$ 4,5 milhões (R$ 26 milhões na cotação atual) para almoçar com o CEO da Berkshire Hathaway, famosa holding de investimentos, gerida por Warren Buffett. Em março de 2021, Justin Sun foi o vencedor do leilão histórico na Christie's New York, pagando US$ 69 milhões (R$ 400 milhões) pela coleção de tokens não fungíveis (NFT) "Everydays: the First 5000 Days 8 da Beeple's". Esses tokens são artes digitais feitas pelo artista americano conhecido como Beeple. Recentemente, o jovem empresário foi eleito, em um pleito baseado em blockchain, o primeiro-ministro de Liberlândia, na Europa Oriental, apesar de morar em Genebra, segundo a Bloomberg. A micronação foi proclamada, sem o reconhecimento da comunidade internacional, em 2015 pelo atual presidente libertário Vít Jedlička. Justin Sun, primeiro-ministro de Liberland Reprodução Figura controversa Entre algumas polêmicas envolvendo seu nome, e seu comportamento escandaloso na rede social X, o empresário chinês também já foi acusado por suposta fraude de valores mobiliários. Em março de 2023, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) entrou com uma ação contra o empresário chinês e suas empresas, alegando que eles manipularam o preço dos tokens da Tron e conspiraram para distribuir bilhões de criptoativos enquanto inflavam, artificialmente, os volumes de negociação para atrair investidores. A mídia estrangeira também descreve o investidor como uma pessoa que sempre busca se autopromover. Após Sun comprar a BitTorrent, em 2018, e lançar o token BTT (BitTorrent Token), o empresário foi acusado por críticos e usuários de que a tokenização da plataforma era mais uma jogada de marketing do que uma solução tecnológica real.

Nov 21, 2024 - 15:08
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Quem é o empresário do cripto que pagou R$ 35 milhões por uma banana?

Justin Sun, de 34 anos, vai de colecionador de artes a primeiro-ministro de uma micronação entre a Croácia e a Sérvia, que não tem reconhecimento internacional Na noite da última quarta-feira, uma banana colada na parede, obra de arte leiloada na Sotheby's, em Londres, foi comprada por US$ 6,2 milhões (R$ 35,7 milhões na cotação atual), por um empresário sino-americano da indústria das criptomoedas. Além de investidor, Justin Sun é um ávido colecionador de arte e, em outubro deste ano, se tornou o primeiro-ministro da micronação de Liberlândia, que fica entre a Croácia e a Sérvia e não é reconhecida pela comunidade internacional. Bitcoin beira US$ 100 mil: Moeda ganha força com apoio de Trump a mercado de moedas virtuais Entenda: Como a indústria do Bitcoin fez uma aposta política de alto risco em Trump e agora comemora ganhando alto A obra adquirida por Sun gerou burburinhos na mídia por se tratar de uma banana fixada na parede por uma fita adesiva. Na verdade, ela é uma obra de arte conceitual intitulada "Comediante", feita em 2019 pelo italiano Maurizio Cattelan, artista conhecido por provocar as concepções do que é arte. Segundo Sun, em um comunicado, o trabalho de Cattelan "representa um fenômeno cultural que une os mundos da arte e dos memes, além da comunidade de criptomoedas". Justin Sun, empresário de criptomoedas Reprodução O executivo que comprou a fruta — por um precinho que não é de banana — é muitas coisas. Sun é fundador da Tron, uma plataforma de blockchain. A ferramenta, criada em 2017, tem o objetivo de deixar a internet "mais livre", para que as pessoas possam interagir diretamente, sem depender de gigantes como YouTube, Spotify ou Netflix. Segundo a mídia chinesa, ao mesmo tempo em que ele é admirado por uns como inovador, também é criticado por outros por supostas práticas de autopromoção e falta de transparência. — Nos próximos dias, comerei pessoalmente a banana como parte desta experiência artística única, honrando seu lugar na história da arte e na cultura popular — disse Sun, segundo o jornal The New York Times, apesar de a "fruta" ter sido criada há cinco anos. Ideias liberais Nascido na China como Sun Yuchen, em 1990, o empresário é descrito pela mídia chinesa como uma pessoa que sempre mostrou forte tendência à fama e atenção. Formado em história pela Universidade de Pequim, em 2011, e depois em Direito pela Universidade de Pensilvânia, Justin Sun era interessado por ideias liberais e nunca se esquivou de enfrentar a autoridade, segundo seu perfil na GQ da China. De acordo com o jornal americano Quartz, depois que passou pela universidade da Pensilvânia, ele conheceu o mundo das criptomoedas. Por meio de uma visão à frente do seu tempo, ou por pura sorte, Sun se tornou milionário ao investir em bitcoin. Em 2013, ele já era um dos mais jovens "criptomilionários". Sua fama em dar lances bizarros não é de agora. Em 2019, ele fez uma oferta de US$ 4,5 milhões (R$ 26 milhões na cotação atual) para almoçar com o CEO da Berkshire Hathaway, famosa holding de investimentos, gerida por Warren Buffett. Em março de 2021, Justin Sun foi o vencedor do leilão histórico na Christie's New York, pagando US$ 69 milhões (R$ 400 milhões) pela coleção de tokens não fungíveis (NFT) "Everydays: the First 5000 Days 8 da Beeple's". Esses tokens são artes digitais feitas pelo artista americano conhecido como Beeple. Recentemente, o jovem empresário foi eleito, em um pleito baseado em blockchain, o primeiro-ministro de Liberlândia, na Europa Oriental, apesar de morar em Genebra, segundo a Bloomberg. A micronação foi proclamada, sem o reconhecimento da comunidade internacional, em 2015 pelo atual presidente libertário Vít Jedlička. Justin Sun, primeiro-ministro de Liberland Reprodução Figura controversa Entre algumas polêmicas envolvendo seu nome, e seu comportamento escandaloso na rede social X, o empresário chinês também já foi acusado por suposta fraude de valores mobiliários. Em março de 2023, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) entrou com uma ação contra o empresário chinês e suas empresas, alegando que eles manipularam o preço dos tokens da Tron e conspiraram para distribuir bilhões de criptoativos enquanto inflavam, artificialmente, os volumes de negociação para atrair investidores. A mídia estrangeira também descreve o investidor como uma pessoa que sempre busca se autopromover. Após Sun comprar a BitTorrent, em 2018, e lançar o token BTT (BitTorrent Token), o empresário foi acusado por críticos e usuários de que a tokenização da plataforma era mais uma jogada de marketing do que uma solução tecnológica real.

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