Putin afirma que lançou novo míssil balístico hipersônico contra a Ucrânia e faz alerta ao Ocidente

Líder russo afirma ter o direito de 'usar as nossas armas contra alvos militares dos países que permitem o uso das suas armas' contra a Rússia O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse ter usado um novo modelo de míssil balístico de médio alcance contra a Ucrânia, em uma resposta à autorização dada por EUA e Reino Unido para que Kiev use armas ocidentais em ações mais profundas contra o território russo. Mais cedo, autoridades ucranianas disseram que a Rússia havia utilizado um míssil balístico intercontinental, associado aos arsenais nucleares do país, em um ataque nesta quarta-feira. Na fala, Putin sugeriu ainda que poderá atingir alvos militares de nações que estão fornecendo armas a Kiev. — Em resposta ao uso de armas de longo alcance americanas e britânicas, em 21 de novembro deste ano, as Forças Armadas russas lançaram um ataque combinado a um dos objetos do complexo militar-industrial da Ucrânia. Um dos mais novos sistemas russos de mísseis de médio alcance foi testado em condições de combate, neste caso com um míssil balístico equipado com equipamento hipersônico não nuclear. Nossos cientistas de foguetes o chamaram de “Oreshnik” — disse Putin, em pronunciamento. — Os testes foram bem sucedidos, o objetivo de lançamento foi alcançado. Entrevista ao GLOBO: Uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia pode forçar Rússia a negociar paz, defende líder diplomático dos EUA para o Ocidente Apesar de críticas do G7: Declaração final do G20 condena guerra na Ucrânia sem citar Rússia Segundo o líder russo, o alvo do ataque foi um dos "maiores e mais conhecidos complexos industriais desde os tempos da União Soviética, que ainda hoje produz tecnologia de mísseis e outras armas”, na região de Dnipropetrovsk. No X, o vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, publicou um vídeo que supostamente mostraria a ação. "Então era isso que vocês queriam? Pois é, vocês conseguiram! Um ataque de míssil balístico hipersônico", escreveu Medvedev, uma das vozes mais radicais hoje dentro do Kremlin. Initial plugin text O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em declarações à agência Tass, revelou que os russos alertaram os EUA através de um sistema automatizado e interconectado "30 minutos antes do lançamento". A notificação prévia sobre lançamentos tem como objetivo evitar mal-entendidos que possam levar a um conflito acidental ou escalada entre as duas maiores potências nucleares. 'Terceira Guerra Mundial' Mais cedo, o governo da Ucrânia afirmou que a Rússia havia lançado um míssil balístico intercontinental (ICBM), usado para transportar ogivas nucleares, contra a cidade de Dnieper. — Hoje, nosso vizinho louco mostrou mais uma vez quem ele realmente é e como ele despreza a dignidade, a liberdade e a vida humana em geral” — disse Zelensky em um vídeo postado no Telegram. Para ele, a arma russa tinha “todas as características, velocidade, altitude, de um míssil balístico intercontinental”. Contudo, especialistas ocidentais questionaram a afirmação, e apontaram que se tratava de um míssil de médio alcance, algo confirmado por Putin no pronunciamento. — É outro exemplo de comportamento imprudente da Rússia, que só serve para fortalecer nossa determinação em termos de apoiar a Ucrânia pelo tempo que for necessário — disse um porta-voz do governo britânico em declarações à imprensa. Em entrevista coletiva, Karina Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca, rebateu os argumentos de Putin de que o Ocidente estava levando ao acirramento do conflito. — Esta é a agressão deles [Rússia]: não da Ucrânia, não nossa — afirmou. O ex-chefe das Forças Armadas da Ucrânia e hoje embaixador ucraniano em Londres, Valery Zalujny, foi mais incisivo ao dar sua opinião sobre o atual momento da guerra. — Acredito que em 2024 podemos assumir absolutamente que a Terceira Guerra Mundial já começou. Porque em 2024 já não é apenas a Rússia que enfrenta a Ucrânia — disse o militar, citando as alianças com Coreia do Norte e Irã, e acusando a China de fornecer "bombas e peças" usadas em mísseis russos. Vídeo: Porta-voz russa recebe ordem ao vivo de não comentar sobre suposto míssil intercontinental contra a Ucrânia No domingo, após meses de intensa pressão de Kiev, o governo dos EUA autorizou o uso de seus sistemas de mísseis de curto e médio alcance em ataques contra posições distantes da fronteira com a Rússia. Segundo Putin, já foram empregados "seis mísseis tático-operacionais ATACMS fabricados nos EUA", além de um "um ataque combinado de mísseis dos sistemas Storm Shadow, fabricado no Reino Unido, e dos sistemas HIMARS, fabricados nos EUA" desde a terça-feira. O líder russo afirmou que ocorreram danos pontuais em Bryansk, cidade a cerca de 100 km da fronteira, e em Kursk, onde os ucranianos ocupam uma pequena área. — Mais uma vez, quero enfatizar especialmente que o uso de tais armas pelo inimigo não é capaz de influenciar o curso das hostilidades na zona de uma operação militar especial (como a Rússia se refere à gu

Nov 21, 2024 - 18:00
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Putin afirma que lançou novo míssil balístico hipersônico contra a Ucrânia e faz alerta ao Ocidente

Líder russo afirma ter o direito de 'usar as nossas armas contra alvos militares dos países que permitem o uso das suas armas' contra a Rússia O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse ter usado um novo modelo de míssil balístico de médio alcance contra a Ucrânia, em uma resposta à autorização dada por EUA e Reino Unido para que Kiev use armas ocidentais em ações mais profundas contra o território russo. Mais cedo, autoridades ucranianas disseram que a Rússia havia utilizado um míssil balístico intercontinental, associado aos arsenais nucleares do país, em um ataque nesta quarta-feira. Na fala, Putin sugeriu ainda que poderá atingir alvos militares de nações que estão fornecendo armas a Kiev. — Em resposta ao uso de armas de longo alcance americanas e britânicas, em 21 de novembro deste ano, as Forças Armadas russas lançaram um ataque combinado a um dos objetos do complexo militar-industrial da Ucrânia. Um dos mais novos sistemas russos de mísseis de médio alcance foi testado em condições de combate, neste caso com um míssil balístico equipado com equipamento hipersônico não nuclear. Nossos cientistas de foguetes o chamaram de “Oreshnik” — disse Putin, em pronunciamento. — Os testes foram bem sucedidos, o objetivo de lançamento foi alcançado. Entrevista ao GLOBO: Uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia pode forçar Rússia a negociar paz, defende líder diplomático dos EUA para o Ocidente Apesar de críticas do G7: Declaração final do G20 condena guerra na Ucrânia sem citar Rússia Segundo o líder russo, o alvo do ataque foi um dos "maiores e mais conhecidos complexos industriais desde os tempos da União Soviética, que ainda hoje produz tecnologia de mísseis e outras armas”, na região de Dnipropetrovsk. No X, o vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, publicou um vídeo que supostamente mostraria a ação. "Então era isso que vocês queriam? Pois é, vocês conseguiram! Um ataque de míssil balístico hipersônico", escreveu Medvedev, uma das vozes mais radicais hoje dentro do Kremlin. Initial plugin text O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em declarações à agência Tass, revelou que os russos alertaram os EUA através de um sistema automatizado e interconectado "30 minutos antes do lançamento". A notificação prévia sobre lançamentos tem como objetivo evitar mal-entendidos que possam levar a um conflito acidental ou escalada entre as duas maiores potências nucleares. 'Terceira Guerra Mundial' Mais cedo, o governo da Ucrânia afirmou que a Rússia havia lançado um míssil balístico intercontinental (ICBM), usado para transportar ogivas nucleares, contra a cidade de Dnieper. — Hoje, nosso vizinho louco mostrou mais uma vez quem ele realmente é e como ele despreza a dignidade, a liberdade e a vida humana em geral” — disse Zelensky em um vídeo postado no Telegram. Para ele, a arma russa tinha “todas as características, velocidade, altitude, de um míssil balístico intercontinental”. Contudo, especialistas ocidentais questionaram a afirmação, e apontaram que se tratava de um míssil de médio alcance, algo confirmado por Putin no pronunciamento. — É outro exemplo de comportamento imprudente da Rússia, que só serve para fortalecer nossa determinação em termos de apoiar a Ucrânia pelo tempo que for necessário — disse um porta-voz do governo britânico em declarações à imprensa. Em entrevista coletiva, Karina Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca, rebateu os argumentos de Putin de que o Ocidente estava levando ao acirramento do conflito. — Esta é a agressão deles [Rússia]: não da Ucrânia, não nossa — afirmou. O ex-chefe das Forças Armadas da Ucrânia e hoje embaixador ucraniano em Londres, Valery Zalujny, foi mais incisivo ao dar sua opinião sobre o atual momento da guerra. — Acredito que em 2024 podemos assumir absolutamente que a Terceira Guerra Mundial já começou. Porque em 2024 já não é apenas a Rússia que enfrenta a Ucrânia — disse o militar, citando as alianças com Coreia do Norte e Irã, e acusando a China de fornecer "bombas e peças" usadas em mísseis russos. Vídeo: Porta-voz russa recebe ordem ao vivo de não comentar sobre suposto míssil intercontinental contra a Ucrânia No domingo, após meses de intensa pressão de Kiev, o governo dos EUA autorizou o uso de seus sistemas de mísseis de curto e médio alcance em ataques contra posições distantes da fronteira com a Rússia. Segundo Putin, já foram empregados "seis mísseis tático-operacionais ATACMS fabricados nos EUA", além de um "um ataque combinado de mísseis dos sistemas Storm Shadow, fabricado no Reino Unido, e dos sistemas HIMARS, fabricados nos EUA" desde a terça-feira. O líder russo afirmou que ocorreram danos pontuais em Bryansk, cidade a cerca de 100 km da fronteira, e em Kursk, onde os ucranianos ocupam uma pequena área. — Mais uma vez, quero enfatizar especialmente que o uso de tais armas pelo inimigo não é capaz de influenciar o curso das hostilidades na zona de uma operação militar especial (como a Rússia se refere à guerra) — disse nesta quinta-feira. — Nossas tropas avançam com sucesso ao longo de toda a linha de contato de combate. Todas as tarefas que nos propusemos serão resolvidas. Putin disse que o emprego de mísseis de curto e médio alcance no conflito será decidida pelos próprios russos, "dependendo das ações dos Estados Unidos e dos seus satélites", e que considera ter "o direito de usar as nossas armas contra alvos militares dos países que permitem o uso das suas armas contra os nossos alvos". — No caso de uma escalada de ações agressivas, responderemos de forma igualmente decisiva e da mesma forma. Recomendo que as elites dirigentes dos países que traçam planos para usar os seus contingentes militares contra a Rússia pensem seriamente sobre isto — afirmou. — Sempre preferimos e estamos prontos para resolver todas as questões controversas através de meios pacíficos. Mas também estamos prontos para qualquer tipo de cenário. Os Estados Unidos autorizaram no domingo a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance de fabricação americana contra o interior da Rússia, conhecidos como ATACMS John Hamilton / DoD / AFP O líder russo declarou que os mísseis hipersônicos, incluindo o “Oreshnik”, "atacam alvos a uma velocidade de Mach 10 (10 vezes a velocidade do som), que é de 2,5 a 3 quilômetros por segundo", e que "os modernos sistemas de defesa aérea disponíveis no mundo e os sistemas de defesa antimísseis criados pelos americanos na Europa não interceptam tais mísseis". O míssil, confirmaram agências de inteligência ocidentais, levava uma ogiva com explosivos convencionais. De acordo com a Associação para o Controle de Armas, mísseis balísticos de médio alcance possuem um raio de ação entre mil e 3 mil quilômetros — em comparação, o míssil RS-28 Sarmat, em fase final de desenvolvimento, teria alcance de até 18 mil km. — Gostaria de sublinhar mais uma vez que não foi a Rússia, mas sim os Estados Unidos que destruíram o sistema de segurança internacional e, ao continuar a lutar e a agarrar-se à sua hegemonia, estão a empurrando o mundo inteiro para um conflito global — declarou. — Sempre preferimos e agora estamos prontos para resolver todas as questões controversas através de meios pacíficos. Mas também estamos prontos para qualquer desenvolvimento de eventos. O lançamento do "Oroshnik" ocorre dois dias depois de Putin aprovar mudanças na doutrina nuclear russa, ou seja, os casos em que armas nucleares podem ser usadas: agora, a lista de cenários inclui um ataque de grande porte, incluindo com armas convencionais, além de ameaças "críticas" à soberania do país. E em mais um uso da retórica nuclear, o presidente russo disse no pronunciamento desta quinta-feira que Washington cometeu "um erro ao destruir unilateralmente o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário" — o texto, estabelecido em 1987, bania equipamentos com alcance entre 500 e 5.500 km, e foi abandonado pelo então presidente Donald Trump. — Hoje, os Estados Unidos não só produzem esse tipo de equipamento, mas, como vemos, no decurso do treino das suas tropas, resolveram a questão da transferência dos seus promissores sistemas de mísseis para diferentes regiões do mundo, incluindo a Europa — afirmou Putin. —Lembro que a Rússia assumiu voluntária e unilateralmente a obrigação de não instalar mísseis de alcance intermediário e de curto alcance, desde que armas americanas deste tipo não apareçam em outras regiões do mundo.

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