Pós-debate da Band tem memes, cortes pagos e nada de abraço nas redes de Boulos e Nunes
Campanhas avaliam positivamente a participação de ambos, cenário em que teoricamente o atual prefeito levaria vantagem Quem deixou para acompanhar o que aconteceu no debate da TV Band somente pelas redes sociais do candidato preferido em São Paulo não vai ficar sabendo do momento mais inusitado do evento. Nem o prefeito Ricardo Nunes (MDB), nem o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) fizeram questão de divulgar o abraço nas suas propagandas de internet e outros meios. A cena ocorreu no segundo bloco, quando Nunes discursava no centro do palco e Boulos caminhou em sua direção. Como mostrou o GLOBO, a atitude gerou constrangimento e reclamação de assessores de Nunes no intervalo do programa, que protestaram contra as tentativas de “intimidação” do adversário e as suas reações negativas captadas pelas câmeras quando a fala estava com o emedebista. Os candidatos, no entanto, fizeram pouco caso da história na saída do debate. Nunes disse que tudo transcorreu de forma respeitosa e Boulos avaliou o episódio como reflexo da tensão do oponente. Internamente, as duas campanhas entendem que os candidatos tiveram bom desempenho no evento de forma geral. Esse tipo de diagnóstico beneficia, em tese, o prefeito, que conta com ampla vantagem nas pesquisas eleitorais: marcou 55% das intenções de voto na pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira passada, contra 33% de Boulos. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Novos levantamentos serão divulgados ao longo dessa semana para captar tanto o debate quanto o apagão. Aliados de Nunes avaliaram, de forma reservada, que o prefeito conseguiu reagir bem à carga de Boulos em cima da crise e reforçou o ponto de que o rompimento do contrato com a concessionária Enel é uma responsabilidade do governo federal, prioridade trabalhada na preparação do debate. Uma fonte ouvida pela reportagem destacou ainda momentos em que Nunes partiu para o ataque, como ao tratar do histórico do PSOL em votações na Câmara Municipal e em gestões mal avaliadas em municípios como Belém (PA). Já o entorno de Boulos considerou que o candidato demonstrou firmeza, conseguiu fustigar o adversário em cima do problema do apagão (assunto que dominou quase completamente a primeira parte do programa, quando a audiência costuma ser maior) e ainda surpreendê-lo com a proposta de abertura do sigilo bancário. Os temas foram os mais explorados na propaganda do psolista nas redes sociais desde a noite de ontem. “Eu abro agora o meu sigilo bancário da minha conta. Você abre o seu? Eu te desafio. Você abre para a sociedade de São Paulo saber se de fato é limpo como está dizendo? Já que não tem nada a esconder, abra o seu sigilo, Ricardo. Faça isso”, declara Boulos na peça de maior engajamento, já nos segundos finais do primeiro bloco. Nunes, então, derruba algumas folhas que estavam em seu púlpito e se apressa a apanhá-las no chão. “Cuidado, fica calmo. Fica tranquilo.” As redes do prefeito também foram inundadas com conteúdos do debate, explorando a versão de que ele estaria trabalhando “incansavelmente” para resolver os transtornos dos moradores com o apagão. Além do tema, aparecem conteúdos destacando o alinhamento com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e questionando a falta de experiência do adversário em cargos no Executivo. Outra estratégia é focar em pautas caras ao eleitorado conservador, como críticas a políticas de legalização de drogas e desmilitarização das polícias, o que pode agradar eleitores do candidato derrotado Pablo Marçal (PRTB), que ficou em terceiro por uma margem pequena de votos. “Toda prefeitura do PSOL foi um fracasso”, alega um dos posts de Nunes referentes ao evento. Os cortes adotam a estética do ex-coach, piscando o número de urna por alguns instantes na tela no meio da gravação e dando enfoque a frases de efeito. Em outra peça, a campanha apela a um meme parecido com o usado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em eleições anteriores. Ao dizer que Boulos “não sabe bem o que é trabalhar”, Nunes ganha óculos escuros enquanto a música “Turn down for what”, de DJ Snake e Lil Jon, começa a tocar ao fundo. Parte dos conteúdos de Nunes recebeu dinheiro para anúncios na Meta, ao contrário de Boulos, que mantinha o tráfego orgânico sobre o assunto até a tarde desta terça-feira (15). Em 30 dias, o deputado já gastou mais de R$ 4,2 milhões com publicidade nas redes sociais, e o atual prefeito, R$ 3,9 milhões.
Campanhas avaliam positivamente a participação de ambos, cenário em que teoricamente o atual prefeito levaria vantagem Quem deixou para acompanhar o que aconteceu no debate da TV Band somente pelas redes sociais do candidato preferido em São Paulo não vai ficar sabendo do momento mais inusitado do evento. Nem o prefeito Ricardo Nunes (MDB), nem o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) fizeram questão de divulgar o abraço nas suas propagandas de internet e outros meios. A cena ocorreu no segundo bloco, quando Nunes discursava no centro do palco e Boulos caminhou em sua direção. Como mostrou o GLOBO, a atitude gerou constrangimento e reclamação de assessores de Nunes no intervalo do programa, que protestaram contra as tentativas de “intimidação” do adversário e as suas reações negativas captadas pelas câmeras quando a fala estava com o emedebista. Os candidatos, no entanto, fizeram pouco caso da história na saída do debate. Nunes disse que tudo transcorreu de forma respeitosa e Boulos avaliou o episódio como reflexo da tensão do oponente. Internamente, as duas campanhas entendem que os candidatos tiveram bom desempenho no evento de forma geral. Esse tipo de diagnóstico beneficia, em tese, o prefeito, que conta com ampla vantagem nas pesquisas eleitorais: marcou 55% das intenções de voto na pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira passada, contra 33% de Boulos. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Novos levantamentos serão divulgados ao longo dessa semana para captar tanto o debate quanto o apagão. Aliados de Nunes avaliaram, de forma reservada, que o prefeito conseguiu reagir bem à carga de Boulos em cima da crise e reforçou o ponto de que o rompimento do contrato com a concessionária Enel é uma responsabilidade do governo federal, prioridade trabalhada na preparação do debate. Uma fonte ouvida pela reportagem destacou ainda momentos em que Nunes partiu para o ataque, como ao tratar do histórico do PSOL em votações na Câmara Municipal e em gestões mal avaliadas em municípios como Belém (PA). Já o entorno de Boulos considerou que o candidato demonstrou firmeza, conseguiu fustigar o adversário em cima do problema do apagão (assunto que dominou quase completamente a primeira parte do programa, quando a audiência costuma ser maior) e ainda surpreendê-lo com a proposta de abertura do sigilo bancário. Os temas foram os mais explorados na propaganda do psolista nas redes sociais desde a noite de ontem. “Eu abro agora o meu sigilo bancário da minha conta. Você abre o seu? Eu te desafio. Você abre para a sociedade de São Paulo saber se de fato é limpo como está dizendo? Já que não tem nada a esconder, abra o seu sigilo, Ricardo. Faça isso”, declara Boulos na peça de maior engajamento, já nos segundos finais do primeiro bloco. Nunes, então, derruba algumas folhas que estavam em seu púlpito e se apressa a apanhá-las no chão. “Cuidado, fica calmo. Fica tranquilo.” As redes do prefeito também foram inundadas com conteúdos do debate, explorando a versão de que ele estaria trabalhando “incansavelmente” para resolver os transtornos dos moradores com o apagão. Além do tema, aparecem conteúdos destacando o alinhamento com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e questionando a falta de experiência do adversário em cargos no Executivo. Outra estratégia é focar em pautas caras ao eleitorado conservador, como críticas a políticas de legalização de drogas e desmilitarização das polícias, o que pode agradar eleitores do candidato derrotado Pablo Marçal (PRTB), que ficou em terceiro por uma margem pequena de votos. “Toda prefeitura do PSOL foi um fracasso”, alega um dos posts de Nunes referentes ao evento. Os cortes adotam a estética do ex-coach, piscando o número de urna por alguns instantes na tela no meio da gravação e dando enfoque a frases de efeito. Em outra peça, a campanha apela a um meme parecido com o usado por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em eleições anteriores. Ao dizer que Boulos “não sabe bem o que é trabalhar”, Nunes ganha óculos escuros enquanto a música “Turn down for what”, de DJ Snake e Lil Jon, começa a tocar ao fundo. Parte dos conteúdos de Nunes recebeu dinheiro para anúncios na Meta, ao contrário de Boulos, que mantinha o tráfego orgânico sobre o assunto até a tarde desta terça-feira (15). Em 30 dias, o deputado já gastou mais de R$ 4,2 milhões com publicidade nas redes sociais, e o atual prefeito, R$ 3,9 milhões.
Qual é a sua reação?