Por que o dólar virou e passou a cair no Brasil após a eleição de Trump?
Moeda americana subiu com força nos últimos dias e chegou a ser negociada a R$ 5,8619 na manhã desta quarta-feira. No início da tarde, operava abaixo de R$ 5,70 Depois de subir com força nos últimos dias e chegar a ser negociado a R$ 5,8619, perto de suas máximas históricas, na manhã desta quarta-feira, após o anúncio da vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais americanas, o dólar comercial no Brasil passou a operar em queda e chegou a ser vendido por R$ 5,6647. Tarifas, deportação e 'instinto sobre juros': o que esperar da economia dos EUA sob Trump? Míriam Leitão: Políticas de Trump vão gerar inflação e déficit maiores, ainda assim dólar ficará mais forte. Entenda a dinâmica da moeda Mas, afinal, por que a moeda americana passou a ceder? E o que explica o comportamento do dólar nas últimas semanas? Analistas avaliam que, em certa medida, o alívio do dólar na tarde de hoje é um movimento de refugo, após uma disparada exagerada das cotações nos dias anteriores. Afinal, em menos de um mês, o dólar saiu de R$ 5,55 para R$ 5,86. Barry Eichengreen: 'Coisas ruins que acontecem nos EUA não ficam só nos EUA', avalia ex-FMI A alta nas últimas semanas foi provocada também por incertezas no mercado doméstico, com dúvidas sobre o ajuste fiscal do governo. Mas, como os investidores internacionais já se preparavam para uma vitória de Trump, fazendo as operações que ficaram conhecidas como "Trump trade", o real foi uma das moedas emergentes que mais sofreram. Para Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, a inversão de sentido do dólar a partir da tarde veio da confirmação daquilo que já estava embutido no valor da divisa nos últimos dias: uma possível (e confirmada) vitória de Donald Trump nas eleições americanas. — Essa vitória já estava precificada, principalmente pela performance que vimos do câmbio nos últimos dias. Subir na abertura (o dólar quase alcançou os 2% de alta) foi por movimento de proteção, no aguardo do que ia acontecer. Mas já estava no preço. O dólar foi se ajustando ao longo do dia ao que estava anteriormente precificado — afirma Quartaroli. Eleições nos EUA: 'Vai ser uma luta de olhos vendados num campo minado', diz operador de mercado O Brasil tem um dos mercados emergentes com maior volume de negociação, então é comum que operações de proteção (hedge) com divisas de países periféricos sejam realizadas em maior volume com ativos brasileiros. Ao mesmo tempo, analistas apontam uma suavização no discurso de Trump após a vitória como um elemento a ajudar a frear a alta do dólar. Gustavo Okuyama, gestor de renda fixa da Porto Asset, aponta que Trump atenuou suas falas sobretudo no que diz respeito à imigração. Initial plugin text
Moeda americana subiu com força nos últimos dias e chegou a ser negociada a R$ 5,8619 na manhã desta quarta-feira. No início da tarde, operava abaixo de R$ 5,70 Depois de subir com força nos últimos dias e chegar a ser negociado a R$ 5,8619, perto de suas máximas históricas, na manhã desta quarta-feira, após o anúncio da vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais americanas, o dólar comercial no Brasil passou a operar em queda e chegou a ser vendido por R$ 5,6647. Tarifas, deportação e 'instinto sobre juros': o que esperar da economia dos EUA sob Trump? Míriam Leitão: Políticas de Trump vão gerar inflação e déficit maiores, ainda assim dólar ficará mais forte. Entenda a dinâmica da moeda Mas, afinal, por que a moeda americana passou a ceder? E o que explica o comportamento do dólar nas últimas semanas? Analistas avaliam que, em certa medida, o alívio do dólar na tarde de hoje é um movimento de refugo, após uma disparada exagerada das cotações nos dias anteriores. Afinal, em menos de um mês, o dólar saiu de R$ 5,55 para R$ 5,86. Barry Eichengreen: 'Coisas ruins que acontecem nos EUA não ficam só nos EUA', avalia ex-FMI A alta nas últimas semanas foi provocada também por incertezas no mercado doméstico, com dúvidas sobre o ajuste fiscal do governo. Mas, como os investidores internacionais já se preparavam para uma vitória de Trump, fazendo as operações que ficaram conhecidas como "Trump trade", o real foi uma das moedas emergentes que mais sofreram. Para Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, a inversão de sentido do dólar a partir da tarde veio da confirmação daquilo que já estava embutido no valor da divisa nos últimos dias: uma possível (e confirmada) vitória de Donald Trump nas eleições americanas. — Essa vitória já estava precificada, principalmente pela performance que vimos do câmbio nos últimos dias. Subir na abertura (o dólar quase alcançou os 2% de alta) foi por movimento de proteção, no aguardo do que ia acontecer. Mas já estava no preço. O dólar foi se ajustando ao longo do dia ao que estava anteriormente precificado — afirma Quartaroli. Eleições nos EUA: 'Vai ser uma luta de olhos vendados num campo minado', diz operador de mercado O Brasil tem um dos mercados emergentes com maior volume de negociação, então é comum que operações de proteção (hedge) com divisas de países periféricos sejam realizadas em maior volume com ativos brasileiros. Ao mesmo tempo, analistas apontam uma suavização no discurso de Trump após a vitória como um elemento a ajudar a frear a alta do dólar. Gustavo Okuyama, gestor de renda fixa da Porto Asset, aponta que Trump atenuou suas falas sobretudo no que diz respeito à imigração. Initial plugin text
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