'Policiais que faziam escolta são secundários na investigação', diz delegado sobre execução em Guarulhos
Em entrevista ao GLOBO, presidente da Associação de Delegados de São Paulo, André Santos Pereira, analisou morte do empresário ligado ao PCC na última sexta-feira O delegado da Polícia Civil e presidente da Associação de Delegados do Estado de São Paulo, André Santos Pereira, concedeu uma entrevista ao GLOBO sobre a execução do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos na última sexta-feira. Monitorando as investigações em uma posição institucional, Pereira afirma que os policiais militares que deveriam estar escoltando Gritzbach são secundários na trama. Execução em Guarulhos: Polícia Civil afasta agentes citados na delação de Gritzbach Veja quem é quem no caso Vinicius Gritzbach, delator do PCC e de policiais executado em aeroporto de SP — Precisamos partir dos primeiros suspeitos, identificar essas três pessoas: os dois que dispararam os fuzis e o motorista que dirigiu o gol preto em que eles evadiram a cena do crime. É preciso focar nesse núcleo. Os policiais que faziam a escolta são secundários — diz o delegado. Os quatro agentes que foram contratados para proteger a vítima na saída do aeroporto alegaram falha mecânica no carro como o motivo para não terem chegado a tempo. Eles foram afastados de suas funções e são investigados no inquérito da Polícia Civil e internamente pela corregedoria. André Santos Pereira classifica o caso como complexo, pelo histórico de envolvimento da vítima com a facção criminosa. — A vítima tem envolvimento com o PCC, era uma peça chave por ter participado da lavagem de dinheiro. O próprio empresário assumiu que realizava a compra e venda de imóveis de integrantes da organização criminosa. Ele tentava minimizar que apenas fazia a mediação e não conhecia os criminosos, o que é inconsistente. O delegado reparte a linha de investigação em quatro grupos: os autores diretos, o núcleo próximo a vítima que envolve os policiais militares que faziam sua escolta, os autores intelectuais que devem estar atrelados ao PCC e o caso das joias. Este último grupo diz respeito a joias recebidas por Gritzbach durante uma viagem à Maceió logo antes de morrer. Os itens de luxo, avaliados em R$ 1 milhão, foram entregues às autoridades. O fato pode estar associado ao homicídio, mas a hipótese de que seja um indicativo de lavagem de dinheiro cometida pela vítima não é descartada. De toda forma, quem entregou as joias e o policial militar que acompanhou a viagem são tidos como suspeitos. A corporação trabalha com a linha de que o crime teria mais de um mandante. Jurado de morte pela facção, o empresário já havia sido condenado no "tribunal do crime". A sentença pode ter sido reestabelecida, culminando em sua execução. O empresário tinha desavenças com o PCC. Ele havia sido acusado de desviar R$ 40 milhões e de ser o mandante da morte de Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta. Em vida, sempre negou qualquer relação com homicídios. Em sua delação premiada, firmada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em abril deste ano, Gritzbach citava policiais civis como parte de um esquema com o PCC. Os agentes ligados ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ao 24º Distrito Policial (Ermelino Matarazzo) e ao 30º DP (Tatuapé) foram afastados.
Em entrevista ao GLOBO, presidente da Associação de Delegados de São Paulo, André Santos Pereira, analisou morte do empresário ligado ao PCC na última sexta-feira O delegado da Polícia Civil e presidente da Associação de Delegados do Estado de São Paulo, André Santos Pereira, concedeu uma entrevista ao GLOBO sobre a execução do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos na última sexta-feira. Monitorando as investigações em uma posição institucional, Pereira afirma que os policiais militares que deveriam estar escoltando Gritzbach são secundários na trama. Execução em Guarulhos: Polícia Civil afasta agentes citados na delação de Gritzbach Veja quem é quem no caso Vinicius Gritzbach, delator do PCC e de policiais executado em aeroporto de SP — Precisamos partir dos primeiros suspeitos, identificar essas três pessoas: os dois que dispararam os fuzis e o motorista que dirigiu o gol preto em que eles evadiram a cena do crime. É preciso focar nesse núcleo. Os policiais que faziam a escolta são secundários — diz o delegado. Os quatro agentes que foram contratados para proteger a vítima na saída do aeroporto alegaram falha mecânica no carro como o motivo para não terem chegado a tempo. Eles foram afastados de suas funções e são investigados no inquérito da Polícia Civil e internamente pela corregedoria. André Santos Pereira classifica o caso como complexo, pelo histórico de envolvimento da vítima com a facção criminosa. — A vítima tem envolvimento com o PCC, era uma peça chave por ter participado da lavagem de dinheiro. O próprio empresário assumiu que realizava a compra e venda de imóveis de integrantes da organização criminosa. Ele tentava minimizar que apenas fazia a mediação e não conhecia os criminosos, o que é inconsistente. O delegado reparte a linha de investigação em quatro grupos: os autores diretos, o núcleo próximo a vítima que envolve os policiais militares que faziam sua escolta, os autores intelectuais que devem estar atrelados ao PCC e o caso das joias. Este último grupo diz respeito a joias recebidas por Gritzbach durante uma viagem à Maceió logo antes de morrer. Os itens de luxo, avaliados em R$ 1 milhão, foram entregues às autoridades. O fato pode estar associado ao homicídio, mas a hipótese de que seja um indicativo de lavagem de dinheiro cometida pela vítima não é descartada. De toda forma, quem entregou as joias e o policial militar que acompanhou a viagem são tidos como suspeitos. A corporação trabalha com a linha de que o crime teria mais de um mandante. Jurado de morte pela facção, o empresário já havia sido condenado no "tribunal do crime". A sentença pode ter sido reestabelecida, culminando em sua execução. O empresário tinha desavenças com o PCC. Ele havia sido acusado de desviar R$ 40 milhões e de ser o mandante da morte de Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta. Em vida, sempre negou qualquer relação com homicídios. Em sua delação premiada, firmada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em abril deste ano, Gritzbach citava policiais civis como parte de um esquema com o PCC. Os agentes ligados ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ao 24º Distrito Policial (Ermelino Matarazzo) e ao 30º DP (Tatuapé) foram afastados.
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