PF informa omissões da delação de Mauro Cid, e STF deve analisar se rescinde acordo
Corte ouvirá Procuradoria-Geral da República antes de decisão A Polícia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório com informações sobre omissões de Mauro Cid, o que pode prejudicar o acordo de delação premiada firmado entre a corporação e o tenente-coronel. Agora, a Corte decidirá pela manutenção ou rescisão do acordo. Se a delação perder a validade, os benefícios concedidos a ele parem de valer. O relatório da PF chegou ao Supremo e foi encaminhado pelo ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso, para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá se manifestar sobre o caso. No documento que chegou ao STF, a PF diz que Mauro Cid descumpriu as cláusulas do acordo firmado em setembro de 2023. Na época, a PGR – ainda sob a batuta de Augusto Aras – se manifestou de forma contrária à delação, seguindo um posicionamento consolidado do Ministério Público contrário às delações firmadas pela PF. Do ponto de vista da PF, segundo O GLOBO apurou, se o Moraes decidir pela rescisão, as provas e os depoimentos colhidos a partir da colaboração de Cid seguem válidos – o que significa que apenas o tenente-coronel perde os benefícios a ele concedidos quando da assinatura do acordo. Depoimento Em depoimento prestado na sede da PF nesta terça-feira, Cid, que era ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou desconhecer um plano golpista que incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Cid, que assinou colaboração premiada com a PF em setembro do ano passado prestou depoimento de 3 horas na sede da corporação. O acordo foi homologado por Moraes. Uma operação deflagrada na manhã desta terça-feira prendeu quatro militares e um policial federal sob suspeita de envolvimento em um plano golpista que envolvia o assassinato de autoridades. A investigação apontou que o grupo trocava mensagens com Cid sobre os preparativos da ação, que incluiu o monitoramento da localização de Moraes. A PF recuperou dados que haviam sido apagados de aparelhos eletrônicos de Cid, como mostrou o blog de Daniela Lima, do G1. Na audiência, ele foi questionado sobre omissões de sua colaboração premiada, que está sendo reanalisada pelos investigadores. Mauro Cid admitiu ter apagado mensagens e arquivos, porém justificou que "até então, jamais imaginou estar cometendo alguma ilegalidade em apagar suas mensagens". Em nota, a defesa do coronel disse que ele "sempre esteve à disposição da Justiça, respondendo a tudo que lhe perguntado". "Se ainda há algo a ser esclarecido, ele o fará, com toda presteza", acrescenta o texto. Um acordo de colaboração prevê o compromisso do delator em falar tudo o que sabe sobre o caso sob apuração. Caso não cumpra esse pacto, ele corre o risco de ter os benefícios da delação anulados.
Corte ouvirá Procuradoria-Geral da República antes de decisão A Polícia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório com informações sobre omissões de Mauro Cid, o que pode prejudicar o acordo de delação premiada firmado entre a corporação e o tenente-coronel. Agora, a Corte decidirá pela manutenção ou rescisão do acordo. Se a delação perder a validade, os benefícios concedidos a ele parem de valer. O relatório da PF chegou ao Supremo e foi encaminhado pelo ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso, para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá se manifestar sobre o caso. No documento que chegou ao STF, a PF diz que Mauro Cid descumpriu as cláusulas do acordo firmado em setembro de 2023. Na época, a PGR – ainda sob a batuta de Augusto Aras – se manifestou de forma contrária à delação, seguindo um posicionamento consolidado do Ministério Público contrário às delações firmadas pela PF. Do ponto de vista da PF, segundo O GLOBO apurou, se o Moraes decidir pela rescisão, as provas e os depoimentos colhidos a partir da colaboração de Cid seguem válidos – o que significa que apenas o tenente-coronel perde os benefícios a ele concedidos quando da assinatura do acordo. Depoimento Em depoimento prestado na sede da PF nesta terça-feira, Cid, que era ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou desconhecer um plano golpista que incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Cid, que assinou colaboração premiada com a PF em setembro do ano passado prestou depoimento de 3 horas na sede da corporação. O acordo foi homologado por Moraes. Uma operação deflagrada na manhã desta terça-feira prendeu quatro militares e um policial federal sob suspeita de envolvimento em um plano golpista que envolvia o assassinato de autoridades. A investigação apontou que o grupo trocava mensagens com Cid sobre os preparativos da ação, que incluiu o monitoramento da localização de Moraes. A PF recuperou dados que haviam sido apagados de aparelhos eletrônicos de Cid, como mostrou o blog de Daniela Lima, do G1. Na audiência, ele foi questionado sobre omissões de sua colaboração premiada, que está sendo reanalisada pelos investigadores. Mauro Cid admitiu ter apagado mensagens e arquivos, porém justificou que "até então, jamais imaginou estar cometendo alguma ilegalidade em apagar suas mensagens". Em nota, a defesa do coronel disse que ele "sempre esteve à disposição da Justiça, respondendo a tudo que lhe perguntado". "Se ainda há algo a ser esclarecido, ele o fará, com toda presteza", acrescenta o texto. Um acordo de colaboração prevê o compromisso do delator em falar tudo o que sabe sobre o caso sob apuração. Caso não cumpra esse pacto, ele corre o risco de ter os benefícios da delação anulados.
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