PF apreendeu R$ 20 milhões em dinheiro vivo em ações de crime eleitoral
Valor chega a R$ 46 milhões considerando também bens apreendidos A Polícia Federal (PF) informou neste sábado que apreendeu R$ 46 milhões em bens e valores durante ações de combate a crimes eleitorais nesta campanha. Desse total, R$ 20 milhões são de dinheiro vivo. Uma das maiores apreensões ocorreu na sexta-feira, na cidade de Castanhal (PA). Três homens foram presos após sacarem R$ 4,98 milhões de uma agência bancária. Dois deles são servidores públicos. Uma investigação preliminar da PF apontou que o dinheiro seria utilizado para a compra de votos. Outro episódio ocorreu na noite desta quinta-feira, quando cerca de R$ 1,8 milhão em espécie foi encontrado dentro de veículos estacionados em um centro empresarial na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Um dos investigados é suspeito de praticar corrupção eleitoral e lavagem de dinheiro. Nos seis dias que antecedem as eleições, a PF abriu 201 inquéritos por suspeita de crime eleitoral, uma média de 33 a cada 24 horas. Desde o início oficial do pleito, em 16 de agosto, foram 748 investigações. A maioria dos casos envolve suspeita de falsidade ideológica eleitoral, que engloba caixa 2 de campanha (recursos não declarados), e compra de votos. R$ 1,8 milhão em espécie na Barra Até quinta-feira, a PF havia apreendido mais de R$ 11 milhões em dinheiro em espécie em ações que apuram crimes eleitorais. No dia, a corporação apreendeu R$ 1,8 milhão em espécie que estavam em dois veículos estacionados na garagem de um centro empresarial na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A suspeita é de crime eleitoral e lavagem de dinheiro Também na quinta-feira, a PF apreendeu R$ 150 mil em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O dinheiro estava com um candidato a vereador e seu segurança. A suspeita é que a verba seria usada para praticar corrupção eleitoral. Nesta sexta, em Campina Grande, na Paraíba, a PF aprendeu 377 cestas básicas que seriam usadas por um candidato a vereador para comprar votos, conforme suspeita da polícia. Também foram apreendidas anotações, material de campanha e R$ 3,7 mil. Em Aracaju (SE), a polícia conduziu 54 pessoas ao posto da PF para que fossem ouvidas por suspeita de envolvimento em um esquema de compra de votos. O grupo engloba aqueles que teriam oferecido dinheiro em troca de voto, e aqueles que teriam vendido o voto. Também no estado, na cidade de Estância, a PF apreendeu na quinta-feira R$ 449 mil durante uma abordagem após receber denúncia anônima. O suspeito que estava com o dinheiro também portava uma arma de fogo, e por isso foi preso. Já em Fortaleza, na mesma data, a polícia apreendeu R$ 133 mil em espécie durante abordagem e a suspeita é de caixa 2 de campanha. A PF também combate crime de inscrição fraudulenta de eleitor. Em dois municípios de Minas Gerais, a polícia cumpriu nesta quinta-feira oito mandados de busca e apreensão no âmbito de uma investigação que revelou um esquema de recrutamento de eleitores. A ação criminosa ocorria por meio de pagamento em dinheiro, e entre dezembro de 2023 e maio de 2024 foram transferidos cerca de mil títulos de Governador Valadares e municípios vizinhos para o Divino das Laranjeiras, afirmou a polícia. As mudanças representaram um aumento de 25% de eleitores nesse colégio eleitoral. "Foram utilizados documentos falsos para comprovar a residência e o intuito da organização é que os eleitores transferidos votem em candidatos pré-indicados nas eleições municipais. O Ministério Público Eleitoral pediu a suspensão imediata do direito de votar dos eleitores que tiveram a fraude comprovada", informou a PF. No Ceará, a polícia prendeu quatro pessoas na última quinta-feira por suspeita de envolvimento em um esquema de compra de votos por meio de exames médicos no Ceará. Já em Rondônia, a corporação prendeu em flagrante um candidato que transportava R$ 30 mil em espécie que não estavam declarados à Justiça Eleitoral. O candidato em questão foi abordado em uma ação de rotina da Polícia Militar em Nova Mamoré, interior do estado. A PF afirmou que, por se tratar de candidato com foro por prerrogativa, ele foi apresentado ao Tribunal Regional Eleitoral. A omissão de recursos para fins eleitorais é chamado de "caixa 2", e é um crime que pode levar a cinco anos de prisão e multa. Facções na mira Há atuação da PF também no combate à atuação de facções criminosas nas eleições. Na quinta-feira, a corporação deflagrou uma operação em Parintins, no Amazonas, para desarticular a associação entre integrantes de facção criminosa e agentes públicos suspeitos de cometimento de crime eleitoral em apoio a uma candidatura na cidade. Conforme investigação, policiais militares estavam atuando junto com o grupo em apoio a uma chapa que disputa a prefeitura do município. Em entrevista ao GLOBO, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, disse que diante da preocupação da relação entre crime organizado e candidaturas, constituiu um núcleo de especialistas do Ministério Público e da Polícia Federal para
Valor chega a R$ 46 milhões considerando também bens apreendidos A Polícia Federal (PF) informou neste sábado que apreendeu R$ 46 milhões em bens e valores durante ações de combate a crimes eleitorais nesta campanha. Desse total, R$ 20 milhões são de dinheiro vivo. Uma das maiores apreensões ocorreu na sexta-feira, na cidade de Castanhal (PA). Três homens foram presos após sacarem R$ 4,98 milhões de uma agência bancária. Dois deles são servidores públicos. Uma investigação preliminar da PF apontou que o dinheiro seria utilizado para a compra de votos. Outro episódio ocorreu na noite desta quinta-feira, quando cerca de R$ 1,8 milhão em espécie foi encontrado dentro de veículos estacionados em um centro empresarial na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Um dos investigados é suspeito de praticar corrupção eleitoral e lavagem de dinheiro. Nos seis dias que antecedem as eleições, a PF abriu 201 inquéritos por suspeita de crime eleitoral, uma média de 33 a cada 24 horas. Desde o início oficial do pleito, em 16 de agosto, foram 748 investigações. A maioria dos casos envolve suspeita de falsidade ideológica eleitoral, que engloba caixa 2 de campanha (recursos não declarados), e compra de votos. R$ 1,8 milhão em espécie na Barra Até quinta-feira, a PF havia apreendido mais de R$ 11 milhões em dinheiro em espécie em ações que apuram crimes eleitorais. No dia, a corporação apreendeu R$ 1,8 milhão em espécie que estavam em dois veículos estacionados na garagem de um centro empresarial na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A suspeita é de crime eleitoral e lavagem de dinheiro Também na quinta-feira, a PF apreendeu R$ 150 mil em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O dinheiro estava com um candidato a vereador e seu segurança. A suspeita é que a verba seria usada para praticar corrupção eleitoral. Nesta sexta, em Campina Grande, na Paraíba, a PF aprendeu 377 cestas básicas que seriam usadas por um candidato a vereador para comprar votos, conforme suspeita da polícia. Também foram apreendidas anotações, material de campanha e R$ 3,7 mil. Em Aracaju (SE), a polícia conduziu 54 pessoas ao posto da PF para que fossem ouvidas por suspeita de envolvimento em um esquema de compra de votos. O grupo engloba aqueles que teriam oferecido dinheiro em troca de voto, e aqueles que teriam vendido o voto. Também no estado, na cidade de Estância, a PF apreendeu na quinta-feira R$ 449 mil durante uma abordagem após receber denúncia anônima. O suspeito que estava com o dinheiro também portava uma arma de fogo, e por isso foi preso. Já em Fortaleza, na mesma data, a polícia apreendeu R$ 133 mil em espécie durante abordagem e a suspeita é de caixa 2 de campanha. A PF também combate crime de inscrição fraudulenta de eleitor. Em dois municípios de Minas Gerais, a polícia cumpriu nesta quinta-feira oito mandados de busca e apreensão no âmbito de uma investigação que revelou um esquema de recrutamento de eleitores. A ação criminosa ocorria por meio de pagamento em dinheiro, e entre dezembro de 2023 e maio de 2024 foram transferidos cerca de mil títulos de Governador Valadares e municípios vizinhos para o Divino das Laranjeiras, afirmou a polícia. As mudanças representaram um aumento de 25% de eleitores nesse colégio eleitoral. "Foram utilizados documentos falsos para comprovar a residência e o intuito da organização é que os eleitores transferidos votem em candidatos pré-indicados nas eleições municipais. O Ministério Público Eleitoral pediu a suspensão imediata do direito de votar dos eleitores que tiveram a fraude comprovada", informou a PF. No Ceará, a polícia prendeu quatro pessoas na última quinta-feira por suspeita de envolvimento em um esquema de compra de votos por meio de exames médicos no Ceará. Já em Rondônia, a corporação prendeu em flagrante um candidato que transportava R$ 30 mil em espécie que não estavam declarados à Justiça Eleitoral. O candidato em questão foi abordado em uma ação de rotina da Polícia Militar em Nova Mamoré, interior do estado. A PF afirmou que, por se tratar de candidato com foro por prerrogativa, ele foi apresentado ao Tribunal Regional Eleitoral. A omissão de recursos para fins eleitorais é chamado de "caixa 2", e é um crime que pode levar a cinco anos de prisão e multa. Facções na mira Há atuação da PF também no combate à atuação de facções criminosas nas eleições. Na quinta-feira, a corporação deflagrou uma operação em Parintins, no Amazonas, para desarticular a associação entre integrantes de facção criminosa e agentes públicos suspeitos de cometimento de crime eleitoral em apoio a uma candidatura na cidade. Conforme investigação, policiais militares estavam atuando junto com o grupo em apoio a uma chapa que disputa a prefeitura do município. Em entrevista ao GLOBO, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, disse que diante da preocupação da relação entre crime organizado e candidaturas, constituiu um núcleo de especialistas do Ministério Público e da Polícia Federal para verificar, a partir dos pedidos de registro de candidatura, se havia pessoas envolvidas em processos relacionados a organizações criminosas. — Isso nunca foi feito antes, mas, diante das notícias de possíveis infiltrações de organizações criminosas nos órgãos estatais, a Justiça Eleitoral tomou o cuidado de realizar essa verificação com a ajuda de especialistas. Por um lado, existe o direito de votar e ser votado, e os casos de inelegibilidade são definidos pela lei. No entanto, a Justiça Eleitoral não pode ignorar essas questões — afirmou.
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