Palmeiras x Botafogo: Estêvão e Luiz Henrique podem ser fatores de desequilíbrio

Atacantes são destaques de seus times, que hoje duelam em espécie de 'final' dos pontos corridos no Brasileirão Quis o destino que Botafogo e Palmeiras, ambos com 70 pontos, se encontrassem hoje, às 21h30, na Allianz Parque, para uma espécie de “final” nos pontos corridos do Brasileirão 2024 a três rodadas do fim — os paulistas lideram pelo número de vitórias, primeiro critério de desempate. E quis o acaso que a esperança maior pela vitória esteja nas pernas esquerdas de dois jovens de características semelhantes e personalidades próprias. Artilheiros do alvinegro e do alviverde, respectivamente, Luiz Henrique e Estêvão terão os holofotes para si esta noite. As luzes sabem qual caminho iluminar: a ponta-direita. Ambos os atacantes desfilam seu talento sobretudo por aquele setor do campo. É por ali que quebram linhas e derrubam zagueiros, com a velocidade e os dribles que têm encantado o futebol brasileiro — e o técnico da seleção Dorival Júnior, que os escolheu para disputar vaga no ataque na última convocação. —São dois belíssimos jogadores, dos melhores que existem no Campeonato Brasileiro. Dois jogadores de grandíssima qualidade, dois desequilibradores, que fazem diferença para cada uma das equipes, que têm um papel importante a desempenhar em cada uma delas. E que têm a oportunidade de dar o melhor para acrescentar às próprias equipes aquilo que os seus treinadores vão pedir e aquilo que nós precisamos de cada um — diz o técnico do Botafogo, Artur Jorge. O futebol de Luiz Henrique, 23 anos, não é exatamente um velho conhecido. Tampouco é novidade. A qualidade do canhoto despontou na base de Xerém e teve seus primeiros momentos de brilho na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2020. Foi o suficiente para o então técnico do tricolor Odair Hellmann promovê-lo ao time profissional. Repertório variado Há quatro anos, as principais qualidades do artilheiro do Botafogo no Campeonato Brasileiro, com sete gols, já estavam ali. A passagem de uma temporada e meia pelo Betis-ESP aprimorou o talento e, principalmente, o físico. Hoje, Luiz Henrique é jogador com status de decisivo, que intimida o adversário. Seja com bolas nas redes ou belas assistências. Dos 53 gols do alvinegro no torneio, o atacante participou de dez (19%). Odair, hoje no comando do time saudita Al-Raed, ressalta que Luiz Henrique já mostrava um repertório além da ótima finalização e do drible (o jogador tem 62% de acertos no fundamento nos 32 jogos que ele disputou no Brasileiro). Ele destaca os cruzamentos, o cabeceio e a capacidade de driblar para dentro e em profundidade. O refinamento dessas qualidades o tornou um atacante difícil de marcar para qualquer zagueiro. — Ele tem bom passe com a perna direita, que não é a dominante, então é difícil de marcar. Também é um jogador que ataca a área e se torna muito perigoso porque ele agrega o cabeceio. Amadureceu, está em ótimo momento e com a confiança em alta. Isso tudo ajuda as ótimas características que ele tem. Por isso, ele se torna muito decisivo a favor do seu time, porque o repertorio de ataque é alto. Não é um jogador de uma jogada somente. Não é um jogador de uma nota só — diz Odair. Joia de 17 anos Os elogios não ficam por menos quando o tema é Estêvão, mais uma joia do futebol brasileiro que, antes mesmo da maioridade, já deslumbrou o mundo. O jovem de 17 anos, vendido ao Chelsea por 65 milhões de euros (mais de R$ 375 milhões), tem sido o fator desequilibrante do Palmeiras, que busca o tricampeonato consecutivo do Brasileirão — o 13º da sua história. Em 28 partidas disputadas na competição, o garoto tem nos números a prova do seu poder de decisão. Artilheiro do campeonato com 12 gols, Estêvão também deu nove assistências a seus companheiros. Ou seja, participou de 21 dos 57 gols da equipe paulista (37%). O aspecto de menino não impede Estêvão de furar bloqueios. Assim como Luiz Henrique, a rápida tomada de decisão tem sido fundamental para surpreender os adversários. Os dribles têm objetivo claro. Em poucos toques na bola, um chute certeiro acerta o gol rival. — Hoje ele tem ainda mais confiança e mais tranquilidade de fazer o futebol dele. Ele traz, desde criança, uma alegria para jogar futebol com mais irreverência e potencial de decisão. O mundo busca hoje um jogador que seja capaz de driblar, de oferecer espetáculo aos torcedores e também ser decisivo. Nas condições que se tem de defesas muito baixas e duras, é um recurso importantíssimo — analisa Lucas Andrade, técnico do sub-20 do Palmeiras. É também nas diferenças entre eles que Botafogo e Palmeiras vão buscar superar a defesa um do outro. Luiz Henrique tem a seu favor a força física e a capacidade de atuar em ambos os lados do campo. Estêvão, com a técnica apurada, pode surpreender em posição mais centralizada. — O Luiz Henrique tem um drible mais longo, com um pouco mais de espaço ; o Estêvão é capaz de driblar em espaços mais curtos. Essa é a principal diferença entre eles, e, de acordo com os modelos das suas equipes, iss

Nov 26, 2024 - 04:09
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Palmeiras x Botafogo: Estêvão e Luiz Henrique podem ser fatores de desequilíbrio

Atacantes são destaques de seus times, que hoje duelam em espécie de 'final' dos pontos corridos no Brasileirão Quis o destino que Botafogo e Palmeiras, ambos com 70 pontos, se encontrassem hoje, às 21h30, na Allianz Parque, para uma espécie de “final” nos pontos corridos do Brasileirão 2024 a três rodadas do fim — os paulistas lideram pelo número de vitórias, primeiro critério de desempate. E quis o acaso que a esperança maior pela vitória esteja nas pernas esquerdas de dois jovens de características semelhantes e personalidades próprias. Artilheiros do alvinegro e do alviverde, respectivamente, Luiz Henrique e Estêvão terão os holofotes para si esta noite. As luzes sabem qual caminho iluminar: a ponta-direita. Ambos os atacantes desfilam seu talento sobretudo por aquele setor do campo. É por ali que quebram linhas e derrubam zagueiros, com a velocidade e os dribles que têm encantado o futebol brasileiro — e o técnico da seleção Dorival Júnior, que os escolheu para disputar vaga no ataque na última convocação. —São dois belíssimos jogadores, dos melhores que existem no Campeonato Brasileiro. Dois jogadores de grandíssima qualidade, dois desequilibradores, que fazem diferença para cada uma das equipes, que têm um papel importante a desempenhar em cada uma delas. E que têm a oportunidade de dar o melhor para acrescentar às próprias equipes aquilo que os seus treinadores vão pedir e aquilo que nós precisamos de cada um — diz o técnico do Botafogo, Artur Jorge. O futebol de Luiz Henrique, 23 anos, não é exatamente um velho conhecido. Tampouco é novidade. A qualidade do canhoto despontou na base de Xerém e teve seus primeiros momentos de brilho na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2020. Foi o suficiente para o então técnico do tricolor Odair Hellmann promovê-lo ao time profissional. Repertório variado Há quatro anos, as principais qualidades do artilheiro do Botafogo no Campeonato Brasileiro, com sete gols, já estavam ali. A passagem de uma temporada e meia pelo Betis-ESP aprimorou o talento e, principalmente, o físico. Hoje, Luiz Henrique é jogador com status de decisivo, que intimida o adversário. Seja com bolas nas redes ou belas assistências. Dos 53 gols do alvinegro no torneio, o atacante participou de dez (19%). Odair, hoje no comando do time saudita Al-Raed, ressalta que Luiz Henrique já mostrava um repertório além da ótima finalização e do drible (o jogador tem 62% de acertos no fundamento nos 32 jogos que ele disputou no Brasileiro). Ele destaca os cruzamentos, o cabeceio e a capacidade de driblar para dentro e em profundidade. O refinamento dessas qualidades o tornou um atacante difícil de marcar para qualquer zagueiro. — Ele tem bom passe com a perna direita, que não é a dominante, então é difícil de marcar. Também é um jogador que ataca a área e se torna muito perigoso porque ele agrega o cabeceio. Amadureceu, está em ótimo momento e com a confiança em alta. Isso tudo ajuda as ótimas características que ele tem. Por isso, ele se torna muito decisivo a favor do seu time, porque o repertorio de ataque é alto. Não é um jogador de uma jogada somente. Não é um jogador de uma nota só — diz Odair. Joia de 17 anos Os elogios não ficam por menos quando o tema é Estêvão, mais uma joia do futebol brasileiro que, antes mesmo da maioridade, já deslumbrou o mundo. O jovem de 17 anos, vendido ao Chelsea por 65 milhões de euros (mais de R$ 375 milhões), tem sido o fator desequilibrante do Palmeiras, que busca o tricampeonato consecutivo do Brasileirão — o 13º da sua história. Em 28 partidas disputadas na competição, o garoto tem nos números a prova do seu poder de decisão. Artilheiro do campeonato com 12 gols, Estêvão também deu nove assistências a seus companheiros. Ou seja, participou de 21 dos 57 gols da equipe paulista (37%). O aspecto de menino não impede Estêvão de furar bloqueios. Assim como Luiz Henrique, a rápida tomada de decisão tem sido fundamental para surpreender os adversários. Os dribles têm objetivo claro. Em poucos toques na bola, um chute certeiro acerta o gol rival. — Hoje ele tem ainda mais confiança e mais tranquilidade de fazer o futebol dele. Ele traz, desde criança, uma alegria para jogar futebol com mais irreverência e potencial de decisão. O mundo busca hoje um jogador que seja capaz de driblar, de oferecer espetáculo aos torcedores e também ser decisivo. Nas condições que se tem de defesas muito baixas e duras, é um recurso importantíssimo — analisa Lucas Andrade, técnico do sub-20 do Palmeiras. É também nas diferenças entre eles que Botafogo e Palmeiras vão buscar superar a defesa um do outro. Luiz Henrique tem a seu favor a força física e a capacidade de atuar em ambos os lados do campo. Estêvão, com a técnica apurada, pode surpreender em posição mais centralizada. — O Luiz Henrique tem um drible mais longo, com um pouco mais de espaço ; o Estêvão é capaz de driblar em espaços mais curtos. Essa é a principal diferença entre eles, e, de acordo com os modelos das suas equipes, isso gera uma vantagem para eles — diz Lucas Andrade.

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