Os benefícios da reposição hormonal
Os estudos relacionados a hormônios são bastante afirmativos no sentido que a reposição hormonal ajuda muito as mulheres a preservar a massa muscular e reduzir o risco de doença cardiovascular Sempre recebo dúvidas das mulheres sobre reposição hormonal. É segura? Vale pra todo mundo? A partir de que idade? Quais as vantagens? Conversei sobre o assunto com a médica Lidia Myung, de São Paulo, especialista em ginecologia integrativa. A ideia é compartilhar aqui as últimas pesquisas em relação aos benefícios da reposição hormonal. — Os estudos relacionados a hormônios são bastante afirmativos no sentido que a reposição hormonal ajuda muito as mulheres a preservar a massa muscular e reduzir o risco de doença cardiovascular. E o fato de ela preservar a massa muscular e reduzir o risco cardiovascular acaba diminuindo a taxa de inflamação sistêmica — diz Lidia. E completa: — Com a inflamação sistêmica baixa diminui o risco de todas as doenças, inclusive câncer, doenças autoimunes e infecciosas, porque o músculo é o grande órgão imunomodulador. Ela também vai adoecer muito menos de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e demência. Além do que, muitos idosos acabam falecendo de consequência de quedas e fraturas e os músculos ajudam a prevenir esse tipo de acidente, reduzindo a mortalidade decorrente dessas causas. Hoje sabemos que músculos, cérebro, células imunológicas, intestino, ossos, ou seja, o corpo inteiro, tem receptores pró-hormônios. — Então, quando não fazemos reposição hormonal, não estamos dando condições para esses tecidos trabalharem normalmente — diz. Se anos atrás a literatura médica descrevia apenas ondas de calor e ressecamento vaginal como sintomas da pré-menopausa e menopausa, hoje sabemos que os sintomas e desconfortos vão muito além. Só para lembrar: a menopausa é a ausência de menstruação por 12 meses seguidos. O período anterior à menopausa, quando já aparecem sintomas e desconfortos decorrentes da queda hormonal, é chamado de perimenopausa, pré-menopausa ou transição menopausal. Esse período varia de mulher para mulher, mas pode começar até dez anos antes da menopausa. Anos antes de a menstruação cessar muitas mulheres já começam a sofrer com insônia, sono de má qualidade, dores musculares e articulares, perda de memória, sintomas de depressão, ansiedade e alteração emocional, redução de libido, fadiga, perda de massa muscular e dificuldade de manutenção do peso corporal, além das ondas de calor e do ressecamento. — Também pode haver piora dos níveis de colesterol e de insulina por conta da da queda hormonal e olhos secos, que chegam a inflamar por conta do ressecamento dessa fase — conta Lidia. A mulher faz exames com resultado “normal”, e acaba indo ao psiquiatra, ao reumatologista… — Quando se dá conta, está com pelo menos cinco remédios: colírio, antidepressivo, remédio para memória, para TDAH etc, quando na verdade só está faltando hormônio. E tem as questões óssea e cardiovascular: quem tem osteopenia e colesterol alto antes da menopausa, a tendência é de agravamento desses quadros com as quedas hormonais. — Tanto que as sociedades internacionais de cardiologia estão fazendo um apelo para as sociedade de ginecologia prescreverem reposição hormonal para as mulheres enquanto estão na janela de oportunidade, que é nos primeiros cinco anos a contar da última menstruação, porque o risco de doença cardiovascular diminui drasticamente. A principal causa de morte das mulheres hoje é doença cardiovascular. E a mulher perde o fator protetor hormonal quando entra na menopausa. Lidia afirma que hoje as sociedades médicas consideram que a reposição hormonal não deve ser restrita à janela de oportunidade. — Não tem mais aquela história de que, a partir de determinada idade, não pode mais repor. Mas o ideal é avaliar caso a caso, pois, com o passar do tempo, a mulher vai perdendo receptores hormonais. Os estudos mostram que, que nos primeiros cinco anos da menopausa, as mulheres têm muito mais benefícios na preservação da massa muscular, óssea e na proteção cardiovascular. — Há estudo que sugerem, inclusive, que a reposição pode ser benéfica mesmo antes de a menstruação parar de vez. A recomendação é ficar atenta. — Quando começar a ter um conjunto de sintomas, que é quase uma síndrome, a recomendação é procurar um ginecologista para discutir se é o caso de começar uma complementação ou reposição hormonal. O que vai determinar a hora de iniciar são os níveis de estrógeno e progesterona. Sintomas da Perimenopausa Ciclos menstruais irregulares Oscilações de humor Falhas de memória Sono de má qualidade ou insônia Dor de cabeça Fadiga Redução da libido Ressecamento vaginal Ondas de calor Sudorese intensa — A reposição hormonal não é recomendada para mulheres com histórico de câncer de mama. Aquelas com endometriose e mioma precisam discutir com um especialista, pois essas condições proliferam com o estado hormonal pleno. Lidia destaca a importância de as mulheres adotarem um estilo de vi
Os estudos relacionados a hormônios são bastante afirmativos no sentido que a reposição hormonal ajuda muito as mulheres a preservar a massa muscular e reduzir o risco de doença cardiovascular Sempre recebo dúvidas das mulheres sobre reposição hormonal. É segura? Vale pra todo mundo? A partir de que idade? Quais as vantagens? Conversei sobre o assunto com a médica Lidia Myung, de São Paulo, especialista em ginecologia integrativa. A ideia é compartilhar aqui as últimas pesquisas em relação aos benefícios da reposição hormonal. — Os estudos relacionados a hormônios são bastante afirmativos no sentido que a reposição hormonal ajuda muito as mulheres a preservar a massa muscular e reduzir o risco de doença cardiovascular. E o fato de ela preservar a massa muscular e reduzir o risco cardiovascular acaba diminuindo a taxa de inflamação sistêmica — diz Lidia. E completa: — Com a inflamação sistêmica baixa diminui o risco de todas as doenças, inclusive câncer, doenças autoimunes e infecciosas, porque o músculo é o grande órgão imunomodulador. Ela também vai adoecer muito menos de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e demência. Além do que, muitos idosos acabam falecendo de consequência de quedas e fraturas e os músculos ajudam a prevenir esse tipo de acidente, reduzindo a mortalidade decorrente dessas causas. Hoje sabemos que músculos, cérebro, células imunológicas, intestino, ossos, ou seja, o corpo inteiro, tem receptores pró-hormônios. — Então, quando não fazemos reposição hormonal, não estamos dando condições para esses tecidos trabalharem normalmente — diz. Se anos atrás a literatura médica descrevia apenas ondas de calor e ressecamento vaginal como sintomas da pré-menopausa e menopausa, hoje sabemos que os sintomas e desconfortos vão muito além. Só para lembrar: a menopausa é a ausência de menstruação por 12 meses seguidos. O período anterior à menopausa, quando já aparecem sintomas e desconfortos decorrentes da queda hormonal, é chamado de perimenopausa, pré-menopausa ou transição menopausal. Esse período varia de mulher para mulher, mas pode começar até dez anos antes da menopausa. Anos antes de a menstruação cessar muitas mulheres já começam a sofrer com insônia, sono de má qualidade, dores musculares e articulares, perda de memória, sintomas de depressão, ansiedade e alteração emocional, redução de libido, fadiga, perda de massa muscular e dificuldade de manutenção do peso corporal, além das ondas de calor e do ressecamento. — Também pode haver piora dos níveis de colesterol e de insulina por conta da da queda hormonal e olhos secos, que chegam a inflamar por conta do ressecamento dessa fase — conta Lidia. A mulher faz exames com resultado “normal”, e acaba indo ao psiquiatra, ao reumatologista… — Quando se dá conta, está com pelo menos cinco remédios: colírio, antidepressivo, remédio para memória, para TDAH etc, quando na verdade só está faltando hormônio. E tem as questões óssea e cardiovascular: quem tem osteopenia e colesterol alto antes da menopausa, a tendência é de agravamento desses quadros com as quedas hormonais. — Tanto que as sociedades internacionais de cardiologia estão fazendo um apelo para as sociedade de ginecologia prescreverem reposição hormonal para as mulheres enquanto estão na janela de oportunidade, que é nos primeiros cinco anos a contar da última menstruação, porque o risco de doença cardiovascular diminui drasticamente. A principal causa de morte das mulheres hoje é doença cardiovascular. E a mulher perde o fator protetor hormonal quando entra na menopausa. Lidia afirma que hoje as sociedades médicas consideram que a reposição hormonal não deve ser restrita à janela de oportunidade. — Não tem mais aquela história de que, a partir de determinada idade, não pode mais repor. Mas o ideal é avaliar caso a caso, pois, com o passar do tempo, a mulher vai perdendo receptores hormonais. Os estudos mostram que, que nos primeiros cinco anos da menopausa, as mulheres têm muito mais benefícios na preservação da massa muscular, óssea e na proteção cardiovascular. — Há estudo que sugerem, inclusive, que a reposição pode ser benéfica mesmo antes de a menstruação parar de vez. A recomendação é ficar atenta. — Quando começar a ter um conjunto de sintomas, que é quase uma síndrome, a recomendação é procurar um ginecologista para discutir se é o caso de começar uma complementação ou reposição hormonal. O que vai determinar a hora de iniciar são os níveis de estrógeno e progesterona. Sintomas da Perimenopausa Ciclos menstruais irregulares Oscilações de humor Falhas de memória Sono de má qualidade ou insônia Dor de cabeça Fadiga Redução da libido Ressecamento vaginal Ondas de calor Sudorese intensa — A reposição hormonal não é recomendada para mulheres com histórico de câncer de mama. Aquelas com endometriose e mioma precisam discutir com um especialista, pois essas condições proliferam com o estado hormonal pleno. Lidia destaca a importância de as mulheres adotarem um estilo de vida saudável, com alimentação rica em frutas, legumes e grãos integrais, musculação e atividades aeróbicas, cuidado com a qualidade do sono, gerenciamento do estresse, controle do consumo de álcool e não fumar. — Tem muita mulher que acha que vai repor hormônios e continuar com a vida sem cuidados. E isso é perigoso, porque a pessoa que não cuida dos pilares da saúde que citamos acima aumenta potencialmente o risco de câncer —afirma. E conclui: — Não é só a reposição: é uma revisão do estilo de vida. Porque quem está querendo viver mais e melhor tem que fazer a sua parte.
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