'Onde há fumaça...': Boulos provoca Nunes após Justiça autorizar investigação contra prefeito na 'máfia das creches'
Prefeito, que derrotou psolista nas eleições municipais, nega irregularidades e diz que a empresa da família recebeu dinheiro de investigada por serviços de dedetização O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) provocou Ricardo Nunes (MDB) depois de a Justiça Federal autorizar a Polícia Federal a abrir inquérito contra o prefeito reeleito em São Paulo no caso que ficou conhecido como a "máfia das creches". Em publicação nas redes sociais, o psolista insinua que as suspeitas de que Nunes teria participado de um esquema de desvio de verba pública por entidades conveniadas da prefeitura, enquanto ainda era vereador, tem fundamento. "Onde há fumaça... Além de Nunes, a Polícia Federal vai investigar uma empresa da família do prefeito. São Paulo merece respeito!", escreveu Boulos ao republicar notícia do g1 sobre o assunto. Outros adversários do prefeito, como a deputada federal Tabata Amaral (PSB) e o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB) não tinham publicações ativas sobre o tema nesta quarta-feira (20). O caso das "máfia das creches" foi exaustivamente explorado por Boulos e outros candidatos na campanha eleitoral pela prefeitura de São Paulo. Em dado momento nos debates, o deputado passou a desafiar Nunes a abrir o sigilo bancário. O prefeito respondeu que o adversário agia por desespero. Initial plugin text PSOL: Vereadores de São Paulo denunciam ameaças de morte por e-mail que citam autor de ataque em Brasília Entrevista: 'O MDB não tem dono, mesmo que seja prefeito de São Paulo', diz Renan Calheiros No relatório final da Operação Daycare, a PF citou um possível envolvimento da empresa Nikkei Serviços S/S, que está no nome da mulher e da filha de Nunes, ao constatar cheques e transferências bancárias de R$ 31,5 mil pagos por meio de uma das empresas que abasteceriam o esquema com notas frias, denominada Francisca Jacqueline Oliveira Braz Eireli. Duas transações foram depositadas na conta do prefeito, nos valores de R$ 5.795,08 cada. Outros R$ 20 mil foram pagos à Nikkei. As transferências ocorreram em 2018, quando o político exercia o segundo mandato de vereador na Câmara Municipal de São Paulo. A defesa do prefeito nega irregularidades, diz que o dinheiro se origina de serviços efetivamente prestados e se declarou "inconformada" com a decisão que permitiu a continuidade das investigações contra Nunes. "Exaustivamente, durante cinco anos, diversas pessoas foram investigadas e indiciadas, se descartando qualquer ato, direto ou indireto, que pudesse relacionar o prefeito aos fatos", argumenta nota enviada ao GLOBO pelo advogado Daniel Bialski. O escritório pretende impetrar harbeas corpus em instâncias superiores pedindo o trancamento do inquérito. Em nota, a prefeitura de São Paulo disse que "nada se comprovou" contra Nunes e a apuração da PF "sequer incluiu o nome do prefeito" entre os indiciados. "Portanto, é de se estranhar tal decisão num processo em que o prefeito já prestou todos os esclarecimentos às autoridades. Por fim, reitera que não há nenhuma relação dele ou de sua empresa com a empresa envolvida em suposto ilícito", completa. Entenda o caso Alvo de investigação da Polícia Federal, o esquema de desvio de verbas em creches administradas por organizações sociais em São Paulo movimentou, ao todo, aproximadamente R$ 1,5 bilhão entre 2016 e 2020. Conforme aponta o inquérito, fruto de averiguação iniciada em 2021, o caso envolveria escritórios de contabilidade e empresas de fachada especializadas em emitir notas frias, chamadas pela PF de “noteiras”. Dessa forma, serviços que nunca foram prestados acabam onerando os cofres públicos, com parte do suposto valor devido retornando para as OS. Initial plugin text A investigação original da PF encontrou indícios de irregularidades em 112 de 152 unidades investigadas, envolvendo R$ 14,4 milhões. Apesar de o nome de Nunes não constar entre os 116 indiciados no caso, relatório da PF apontou a necessidade de continuidade da apuração por suspeitas de lavagem de dinheiro. Segundo a PF, Nunes manteria relações com a Associação Amiga da Criança e do Adolescente (Acria), cuja presidente é Elaine Targino da Silva. Elaine foi funcionária da Nikkey, empresa de controle de pragas da família de Nunes. A polícia entende, em razão dos cheques identificados através da quebra do sigilo bancário de pessoas investigadas no caso, que "é suspeita essa relação do então vereador com uma das principais empresas atuantes do esquema criminoso". O prefeito, por sua vez, alegou em depoimento que a Nikkei prestou serviço de dedetização para a Acria.
Prefeito, que derrotou psolista nas eleições municipais, nega irregularidades e diz que a empresa da família recebeu dinheiro de investigada por serviços de dedetização O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) provocou Ricardo Nunes (MDB) depois de a Justiça Federal autorizar a Polícia Federal a abrir inquérito contra o prefeito reeleito em São Paulo no caso que ficou conhecido como a "máfia das creches". Em publicação nas redes sociais, o psolista insinua que as suspeitas de que Nunes teria participado de um esquema de desvio de verba pública por entidades conveniadas da prefeitura, enquanto ainda era vereador, tem fundamento. "Onde há fumaça... Além de Nunes, a Polícia Federal vai investigar uma empresa da família do prefeito. São Paulo merece respeito!", escreveu Boulos ao republicar notícia do g1 sobre o assunto. Outros adversários do prefeito, como a deputada federal Tabata Amaral (PSB) e o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB) não tinham publicações ativas sobre o tema nesta quarta-feira (20). O caso das "máfia das creches" foi exaustivamente explorado por Boulos e outros candidatos na campanha eleitoral pela prefeitura de São Paulo. Em dado momento nos debates, o deputado passou a desafiar Nunes a abrir o sigilo bancário. O prefeito respondeu que o adversário agia por desespero. Initial plugin text PSOL: Vereadores de São Paulo denunciam ameaças de morte por e-mail que citam autor de ataque em Brasília Entrevista: 'O MDB não tem dono, mesmo que seja prefeito de São Paulo', diz Renan Calheiros No relatório final da Operação Daycare, a PF citou um possível envolvimento da empresa Nikkei Serviços S/S, que está no nome da mulher e da filha de Nunes, ao constatar cheques e transferências bancárias de R$ 31,5 mil pagos por meio de uma das empresas que abasteceriam o esquema com notas frias, denominada Francisca Jacqueline Oliveira Braz Eireli. Duas transações foram depositadas na conta do prefeito, nos valores de R$ 5.795,08 cada. Outros R$ 20 mil foram pagos à Nikkei. As transferências ocorreram em 2018, quando o político exercia o segundo mandato de vereador na Câmara Municipal de São Paulo. A defesa do prefeito nega irregularidades, diz que o dinheiro se origina de serviços efetivamente prestados e se declarou "inconformada" com a decisão que permitiu a continuidade das investigações contra Nunes. "Exaustivamente, durante cinco anos, diversas pessoas foram investigadas e indiciadas, se descartando qualquer ato, direto ou indireto, que pudesse relacionar o prefeito aos fatos", argumenta nota enviada ao GLOBO pelo advogado Daniel Bialski. O escritório pretende impetrar harbeas corpus em instâncias superiores pedindo o trancamento do inquérito. Em nota, a prefeitura de São Paulo disse que "nada se comprovou" contra Nunes e a apuração da PF "sequer incluiu o nome do prefeito" entre os indiciados. "Portanto, é de se estranhar tal decisão num processo em que o prefeito já prestou todos os esclarecimentos às autoridades. Por fim, reitera que não há nenhuma relação dele ou de sua empresa com a empresa envolvida em suposto ilícito", completa. Entenda o caso Alvo de investigação da Polícia Federal, o esquema de desvio de verbas em creches administradas por organizações sociais em São Paulo movimentou, ao todo, aproximadamente R$ 1,5 bilhão entre 2016 e 2020. Conforme aponta o inquérito, fruto de averiguação iniciada em 2021, o caso envolveria escritórios de contabilidade e empresas de fachada especializadas em emitir notas frias, chamadas pela PF de “noteiras”. Dessa forma, serviços que nunca foram prestados acabam onerando os cofres públicos, com parte do suposto valor devido retornando para as OS. Initial plugin text A investigação original da PF encontrou indícios de irregularidades em 112 de 152 unidades investigadas, envolvendo R$ 14,4 milhões. Apesar de o nome de Nunes não constar entre os 116 indiciados no caso, relatório da PF apontou a necessidade de continuidade da apuração por suspeitas de lavagem de dinheiro. Segundo a PF, Nunes manteria relações com a Associação Amiga da Criança e do Adolescente (Acria), cuja presidente é Elaine Targino da Silva. Elaine foi funcionária da Nikkey, empresa de controle de pragas da família de Nunes. A polícia entende, em razão dos cheques identificados através da quebra do sigilo bancário de pessoas investigadas no caso, que "é suspeita essa relação do então vereador com uma das principais empresas atuantes do esquema criminoso". O prefeito, por sua vez, alegou em depoimento que a Nikkei prestou serviço de dedetização para a Acria.
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