O Flamengo de Filipe Luís e seu efeito borboleta
Lance do gol do título da Copa do Brasil é símbolo de uma conquista que tem cara de objetivo cumprido e futuro promissor O jogo já entrara na tensa zona temporal do “só faltam dez”. A vantagem, vinda do primeiro jogo no ato final de um triunfal Gabigol, era grande, e não é lá do feitio otimista do rubro-negro acreditar nessa história de “quem não faz, leva”. Mas as chances atrás de chances desperdiçadas graças a um goleiro inspirado davam ao rubro-negro uma estranha sensação de um roteiro que não conseguia chegar no seu triunfante encerramento. Faltava um clímax para que a história desta Copa do Brasil chegasse ao final feliz. O título: Flamengo confirma penta sobre o Atlético-MG e se torna segundo maior campeão da Copa do Brasil Leia mais: Gabigol, Arrascaeta e Bruno Henrique se tornam jogadores com mais títulos na história do Flamengo E ele começou em um escanteio para o Galo. Nos milésimos de segundo em que Alan Kardec parecia ter a faca, o queijo e o isqueiro na mão para incendiar a Arena MRV marcando um gol, não deu tempo de pensar no que aconteceria se a bola de fato entrasse. Dá para supor: a um gol de levar a decisão para os pênaltis, o Atlético-MG, que não fez por onde em momento algum, teria a chance que precisava para pelo menos colocar tensão num jogo e campeonato que já tinham um dono. O atacante do Atlético, debaixo das traves, não foi capaz de marcar, e em poucos segundos a bola já foi de Bruno Henrique para Gonzalo Plata que, em drible e toque magistrais, marcou um gol do título com cara, cheiro e gosto de gol de título. Da chance mais clara do adversário em toda a partida ao momento mais aguardado do campeão, no mesmo lance, sem a bola nem mesmo descansar num lateral, num enfadonho tiro de meta. Coisa de vencedor. Tipicamente Flamengo. Nome de filme famoso, “efeito borboleta” é uma metáfora de um professor americano do fim da década de 60 para explicar a impossibilidade de se prever fenômenos atmosféricos, mas também pode valer para o futebol. Se o cientista achava que o simples bater de asas de uma borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e provocar um tufão do outro lado do mundo, uma chance clara perdida numa baliza provoca um gol de campeonato do outro lado do campo. O Flamengo é um fenômeno raro da natureza em que os efeitos borboletas parecem surgir sempre para favorecê-lo. Se é impossível afirmar que o título escaparia com o gol de Kardec — afinal, o Galo ainda teria muita asa para bater —, é mais plausível entender que a decisão de demitir Tite possibilitou um final feliz para a temporada rubro-negra. A escolha do ex-técnico da seleção, que parecia certa, se demonstrou errada, e a opção fortuita de dar a um novato o comando do time mudou o curso atmosférico das coisas. O Flamengo, que flertou com a chance de não ter nada na temporada, agora não só tem um título, como ganhou um futuro mais animador. Campeonatos, taças e gols do título, usualmente, são um fim. Para o Flamengo de Filipe Luís, tudo soa como um começo promissor.
Lance do gol do título da Copa do Brasil é símbolo de uma conquista que tem cara de objetivo cumprido e futuro promissor O jogo já entrara na tensa zona temporal do “só faltam dez”. A vantagem, vinda do primeiro jogo no ato final de um triunfal Gabigol, era grande, e não é lá do feitio otimista do rubro-negro acreditar nessa história de “quem não faz, leva”. Mas as chances atrás de chances desperdiçadas graças a um goleiro inspirado davam ao rubro-negro uma estranha sensação de um roteiro que não conseguia chegar no seu triunfante encerramento. Faltava um clímax para que a história desta Copa do Brasil chegasse ao final feliz. O título: Flamengo confirma penta sobre o Atlético-MG e se torna segundo maior campeão da Copa do Brasil Leia mais: Gabigol, Arrascaeta e Bruno Henrique se tornam jogadores com mais títulos na história do Flamengo E ele começou em um escanteio para o Galo. Nos milésimos de segundo em que Alan Kardec parecia ter a faca, o queijo e o isqueiro na mão para incendiar a Arena MRV marcando um gol, não deu tempo de pensar no que aconteceria se a bola de fato entrasse. Dá para supor: a um gol de levar a decisão para os pênaltis, o Atlético-MG, que não fez por onde em momento algum, teria a chance que precisava para pelo menos colocar tensão num jogo e campeonato que já tinham um dono. O atacante do Atlético, debaixo das traves, não foi capaz de marcar, e em poucos segundos a bola já foi de Bruno Henrique para Gonzalo Plata que, em drible e toque magistrais, marcou um gol do título com cara, cheiro e gosto de gol de título. Da chance mais clara do adversário em toda a partida ao momento mais aguardado do campeão, no mesmo lance, sem a bola nem mesmo descansar num lateral, num enfadonho tiro de meta. Coisa de vencedor. Tipicamente Flamengo. Nome de filme famoso, “efeito borboleta” é uma metáfora de um professor americano do fim da década de 60 para explicar a impossibilidade de se prever fenômenos atmosféricos, mas também pode valer para o futebol. Se o cientista achava que o simples bater de asas de uma borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e provocar um tufão do outro lado do mundo, uma chance clara perdida numa baliza provoca um gol de campeonato do outro lado do campo. O Flamengo é um fenômeno raro da natureza em que os efeitos borboletas parecem surgir sempre para favorecê-lo. Se é impossível afirmar que o título escaparia com o gol de Kardec — afinal, o Galo ainda teria muita asa para bater —, é mais plausível entender que a decisão de demitir Tite possibilitou um final feliz para a temporada rubro-negra. A escolha do ex-técnico da seleção, que parecia certa, se demonstrou errada, e a opção fortuita de dar a um novato o comando do time mudou o curso atmosférico das coisas. O Flamengo, que flertou com a chance de não ter nada na temporada, agora não só tem um título, como ganhou um futuro mais animador. Campeonatos, taças e gols do título, usualmente, são um fim. Para o Flamengo de Filipe Luís, tudo soa como um começo promissor.
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