Novo presidente da Vale assume em meio a 'empurrão' da China. Entenda
Ações da empresa acumularam alta de 11,5% na semana passada, após governo chinês anunciar um pacote de estímulo à economia, o que vai elevar a demanda por minério de ferro O futuro presidente da Vale, Gustavo Pimenta, tomará posse nesta terça-feira já com um novo vento a favor. No início da semana passada, o anúncio de estímulos à economia pelo governo da China, maior pacote do tipo desde a pandemia, levou as cotações do minério de ferro acima de US$ 100 a tonelada e poderá ajudar a aliviar um pouco o peso de um dos desafios enfrentados pela mineradora, a perspectiva de moderação da demanda chinesa. Conheça: Quem é o novo CEO da Vale Antes de tomar posse: Novo CEO da Vale procura autoridades por acordos sobre ferrovias e Mariana O anúncio se traduziu em alta nas ações da Vale na B3. Até quinta-feira, os papéis da mineradora acumularam alta de 12% na semana, o que significou um aumento de cerca de R$ 30 bilhões no valor de mercado da companhia. Na sexta-feira, as ações voltaram a subir ao longo do dia, mas a notícia de que a Cosan poderia vender sua participação acionária na mineradora, divulgada no fim do pregão pela agência Bloomberg, fez os papéis fecharem em queda. Mesmo com a queda de sexta, as ações acumularam alta de 11,5% na semana passada. No ano, a mineradora ainda registra desvalorização de 11% na Bolsa, o que serve de lembrete sobre os desafios que Pimenta enfrentará em sua gestão. Comércio: China de olho no Mercosul Segundo analistas, além da incerteza sobre a demanda chinesa por minério, a Vale tem dois obstáculos, que terão que ser logo enfrentados por Pimenta: encerrar uma renegociação sobre concessões de ferrovias e fechar um acordo para a reparação pelos danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), em 2015. Initial plugin text Para Igor Guedes, analista da gestora e corretora Genial Investimentos, a reação positiva das ações da Vale ao pacote da China parece ter sido exagerada. Em parte, a alta expressiva poderia ser explicada pelo fato de que as cotações estavam abaixo até mesmo do seu potencial, devido aos outros obstáculos enfrentados pela companhia, marcados pelo risco político. 'Muda pouco', diz analista O ponto de Guedes é que, por mais que seja expressivo, o novo pacote chinês de estímulos não parece mudar estruturalmente o desafio de ter que lidar com uma demanda mais moderada por minério de ferro: — Para mim, muda pouco. A reação do mercado até me surpreende, por ser tão positiva. Para mim, o mercado já tinha feito a leitura de que o problema é mais estrutural, não é cíclico e não vai ser resolver com política de redução de taxas de juros. 'Não tem dono': Lula critica modelo de controle da Vale um dia após escolha de CEO O anúncio pode impulsionar a cotação da matéria-prima no curto prazo, e assim melhorar um pouco as receitas da Vale nos próximos trimestres, o que não fará mal ao início da gestão de Pimenta, mas, no longo prazo, o problema seguirá no radar. Com ou sem pacote, a China crescerá mais lentamente daqui para a frente, afirmou Guedes. Por isso, o analista vê uma perspectiva desafiadora para a Vale no longo prazo. Gustavo Pimenta, novo presidente da Vale, tomará posse nesta terça-feira, dia 1o Ben Hider/DivulgaçãoVale Em relatório sobre empresas produtoras de commodities, publicado antes do pacote da China ser anunciado, analistas do banco Itaú BBA comentaram que a mineradora brasileira aposta na “demanda crescente de outros países do sul da Ásia e do Oriente Médio”, o que poderia “mitigar, pelo menos parcialmente, o movimento”. Já há tempos a Vale tem comunicado uma estratégia de focar na qualidade de seu minério, em vez de perseguir aumentos de produção. “Os fundamentos do minério de ferro continuam desafiadores, especialmente à medida que o modelo de crescimento econômico da China se torna menos intensivo em aço”, diz outro relatório, do Bradesco BBI, também de antes do pacote da China. Capital: Futuro CEO da Vale quer acordo para encerrar processo na CVM Apesar disso, o principal ponto dos analistas do Bradesco BBI é que o cenário para a Vale melhorou nas últimas semanas, com a antecipação da indicação do futuro presidente e uma melhora nas perspectivas de curto prazo para a produção de minério de ferro neste ano. Posse sem cerimônia A posse de Pimenta na terça-feira não terá qualquer tipo de cerimônia, como costuma ocorrer nas empresas privadas. A primeira aparição pública do executivo como o novo presidente da Vale está prevista para daqui a um mês, apurou O GLOBO. A ideia é que, em 25 de outubro, Pimenta conceda uma entrevista coletiva, no Rio, na apresentação dos resultados financeiros do terceiro trimestre. que já estava marcada para essa data, no calendário de divulgação de informações públicas pela Vale, algo comum no caso de companhias abertas. Na semana passada, o colunista do GLOBO Lauro Jardim informou que haverá uma reformulação na diretoria da Vale com a chegada de Pimenta ao comando. Segundo o jornal Valor, é esperad
Ações da empresa acumularam alta de 11,5% na semana passada, após governo chinês anunciar um pacote de estímulo à economia, o que vai elevar a demanda por minério de ferro O futuro presidente da Vale, Gustavo Pimenta, tomará posse nesta terça-feira já com um novo vento a favor. No início da semana passada, o anúncio de estímulos à economia pelo governo da China, maior pacote do tipo desde a pandemia, levou as cotações do minério de ferro acima de US$ 100 a tonelada e poderá ajudar a aliviar um pouco o peso de um dos desafios enfrentados pela mineradora, a perspectiva de moderação da demanda chinesa. Conheça: Quem é o novo CEO da Vale Antes de tomar posse: Novo CEO da Vale procura autoridades por acordos sobre ferrovias e Mariana O anúncio se traduziu em alta nas ações da Vale na B3. Até quinta-feira, os papéis da mineradora acumularam alta de 12% na semana, o que significou um aumento de cerca de R$ 30 bilhões no valor de mercado da companhia. Na sexta-feira, as ações voltaram a subir ao longo do dia, mas a notícia de que a Cosan poderia vender sua participação acionária na mineradora, divulgada no fim do pregão pela agência Bloomberg, fez os papéis fecharem em queda. Mesmo com a queda de sexta, as ações acumularam alta de 11,5% na semana passada. No ano, a mineradora ainda registra desvalorização de 11% na Bolsa, o que serve de lembrete sobre os desafios que Pimenta enfrentará em sua gestão. Comércio: China de olho no Mercosul Segundo analistas, além da incerteza sobre a demanda chinesa por minério, a Vale tem dois obstáculos, que terão que ser logo enfrentados por Pimenta: encerrar uma renegociação sobre concessões de ferrovias e fechar um acordo para a reparação pelos danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), em 2015. Initial plugin text Para Igor Guedes, analista da gestora e corretora Genial Investimentos, a reação positiva das ações da Vale ao pacote da China parece ter sido exagerada. Em parte, a alta expressiva poderia ser explicada pelo fato de que as cotações estavam abaixo até mesmo do seu potencial, devido aos outros obstáculos enfrentados pela companhia, marcados pelo risco político. 'Muda pouco', diz analista O ponto de Guedes é que, por mais que seja expressivo, o novo pacote chinês de estímulos não parece mudar estruturalmente o desafio de ter que lidar com uma demanda mais moderada por minério de ferro: — Para mim, muda pouco. A reação do mercado até me surpreende, por ser tão positiva. Para mim, o mercado já tinha feito a leitura de que o problema é mais estrutural, não é cíclico e não vai ser resolver com política de redução de taxas de juros. 'Não tem dono': Lula critica modelo de controle da Vale um dia após escolha de CEO O anúncio pode impulsionar a cotação da matéria-prima no curto prazo, e assim melhorar um pouco as receitas da Vale nos próximos trimestres, o que não fará mal ao início da gestão de Pimenta, mas, no longo prazo, o problema seguirá no radar. Com ou sem pacote, a China crescerá mais lentamente daqui para a frente, afirmou Guedes. Por isso, o analista vê uma perspectiva desafiadora para a Vale no longo prazo. Gustavo Pimenta, novo presidente da Vale, tomará posse nesta terça-feira, dia 1o Ben Hider/DivulgaçãoVale Em relatório sobre empresas produtoras de commodities, publicado antes do pacote da China ser anunciado, analistas do banco Itaú BBA comentaram que a mineradora brasileira aposta na “demanda crescente de outros países do sul da Ásia e do Oriente Médio”, o que poderia “mitigar, pelo menos parcialmente, o movimento”. Já há tempos a Vale tem comunicado uma estratégia de focar na qualidade de seu minério, em vez de perseguir aumentos de produção. “Os fundamentos do minério de ferro continuam desafiadores, especialmente à medida que o modelo de crescimento econômico da China se torna menos intensivo em aço”, diz outro relatório, do Bradesco BBI, também de antes do pacote da China. Capital: Futuro CEO da Vale quer acordo para encerrar processo na CVM Apesar disso, o principal ponto dos analistas do Bradesco BBI é que o cenário para a Vale melhorou nas últimas semanas, com a antecipação da indicação do futuro presidente e uma melhora nas perspectivas de curto prazo para a produção de minério de ferro neste ano. Posse sem cerimônia A posse de Pimenta na terça-feira não terá qualquer tipo de cerimônia, como costuma ocorrer nas empresas privadas. A primeira aparição pública do executivo como o novo presidente da Vale está prevista para daqui a um mês, apurou O GLOBO. A ideia é que, em 25 de outubro, Pimenta conceda uma entrevista coletiva, no Rio, na apresentação dos resultados financeiros do terceiro trimestre. que já estava marcada para essa data, no calendário de divulgação de informações públicas pela Vale, algo comum no caso de companhias abertas. Na semana passada, o colunista do GLOBO Lauro Jardim informou que haverá uma reformulação na diretoria da Vale com a chegada de Pimenta ao comando. Segundo o jornal Valor, é esperado que sejam trocados de três a quatro dos nove diretores.
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