Nobel de Literatura: Saiba todos os vencedores do século XXI
Ao longo das últimas duas décadas, prêmio consagrou nomes como o peruano Mario Vargas Llosa, a romena Herta Müller e o compositor Bob Dylan A Academia Sueca anunciou nesta quinta-feira a vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2024. A escritora Han Kang se tornou a primeira da Coréia do Sul a receber o prêmio, se juntando a nomes como Harold Pinter, Mario Vargas Llosa e Annie Ernaux. Veja abaixo todos os vencedores do Nobel no Século XXI. Beijo da morte: O Nobel de Literatura pode ser uma maldição? 2023: Jon Fosse (Noruega) Em 2023, o vencedor foi o escritor norueguês Jon Fosse. Considerado um dos grandes autores de sua geração, Fosse é celebrado por transitar entre a prosa e a poesia, o ensaio e a ficção, o teatro e os títulos infantis. Sua obra é permeada por investigações existenciais sobre a morte, o amor, a fé e o desespero. 2022: Annie Ernaux (França) Nascida em Lillebonne e crescida na Normandia, a autora de 83 anos baseou sua obra em experiências autobiográficas. Seu primeiro romance, "Les Armoires Vides", é de 1974. Foi destaque na programação da Flip de 2022. 2021: Abdulrazak Gurnah (Tanzânia) Refugiou na Inglaterra nos anos 1960 e foi escolhido pela academia em 2021 por “penetração intransigente e compassiva dos efeitos do colonialismo e os destinos dos refugiados na lacuna entre culturas e continentes” na sua obra. 2020: Louise Glück (Estados Unidos) A poeta norte-americana estreou na literatura em 1968. De lá para cá, já escreveu 12 coletâneas de poemas e alguns volumes de ensaios sobre o fazer poético. Após o Nobel, dois livros publicados no Brasil pela Companhia das Letras: "Poemas" e "Receitas de inverno da comunidade". 2019: Peter Handke (Áustria) O escritor austríaco é um dos nomes mais controversos a ganhar o Nobel nos últimos anos, devido a seu apoio ao regime genocida do sérvio Slobodan Milosevic na década de 1990. Além dos livros “Ensaio sobre a jukebox”, de 1990, e "Ensaio sobre o louco por cogumelos”, de 2013, lançados no Brasil pela Estação Liberdade, o autor também assina o roteiro do filme “Asas do desejo” (1987), de Wim Wenders. 2018: Olga Tokarczuk (Polônia) A romancista de esquerda, ecologista e vegetariana é uma forte crítica do governo conservador da Polônia. Sua produção vai da obra policial “Sobre os ossos dos mortos” (2009), lançada no Brasil pela Todavia, ao romance histórico “Escrituras de Jacó” (2014), ainda não publicado no país. O livro lhe rendeu ameaças de morte por parte de grupos extremistas poloneses. 2017: Kazuo Ishiguro (Reino Unido) Nascido em Nagazaki, no Japão, em 1954, Ishiguro se mudou para a Inglaterra aos cinco anos de idade. Seus romances vão da ficção científica à história para tratar de temas ligados à memória e ao absurdo — nem sempre percebido — da condição humana. Seu livro “Não me abandone jamais”, de 2005, foi adaptado para o cinema. No Brasil, o autor foi publicado pela Companhia das Letras. 2016: Bob Dylan (Estados Unidos) Numa das maiores polêmicas do prêmio Nobel nos últimos anos, o compositor norte-americano foi laureado "por criar novas expressões poéticas dentro da grande tradição da música americana", como justifica o site do evento. Além de canções como “Blowin’ in the wind” e “Like a rolling stone”, Dylan também já lançou um livro de ficção: “Tarântula”, de 1971, publicado no Brasil pela Planeta. 2015: Svetlana Alexiévitch (Bielorrússia) Um dos raros nomes de não-ficção a vencer o Nobel, a escritora lançou seu primeiro livro, “A guerra não tem rosto de mulher”, em 1985. Na obra, Alexiévitch narra as vidas de mulheres que lutaram durante a 2ª Guerra Mundial. A autora também se destacou por “Vozes de Tchernóbil: crônica do futuro” (1997), onde traz testemunhos de sobreviventes do maior desastre nuclear da história. Ambos os livros foram publicados pela Companhia das Letras. 2014: Patrick Modiano (França) Filho de um comerciante judeu e uma atriz belga, Modiano escreve sobre temas como a memória, o esquecimento e a identidade a partir de traumas da história francesa, como a ocupação nazista durante a 2ª Guerra Mundial. Entre suas obras lançadas no Brasil, estão “Dora Bruder” (1997), “Ronda da noite” (1969) e “Uma rua de roma” (1978), publicadas pela Rocco. 2013: Alice Munro (Canadá) A escritora foi a primeira pessoa especializada em contos a levar o Nobel. Suas obras inspiraram o curta “Boys and girls”, vencedor do Oscar em 1983, e o longa “Julieta” (2006), de Pedro Almodóvar, entre outras produções. Sua obra inédita mais recente é “Vida querida” (2012), publicada no Brasil pela Companhia das Letras. 2012: Mo Yan (China) Nascido Guan Moye, em 1955, o escritor adotou o pseudônimo “Mo Yan”, que significa “não fale”, inspirado pelos conselhos que ouvia dos pais durante a infância na China comunista. Sua escolha para o Nobel foi alvo de críticas , devido à proximidade entre o autor e o regime chinês. Seu romance “As rãs”, de 2009, foi publicado no Brasil pela Companhia das Letras. 2011: Tomas Tranströmer (Suécia) O último autor su
Ao longo das últimas duas décadas, prêmio consagrou nomes como o peruano Mario Vargas Llosa, a romena Herta Müller e o compositor Bob Dylan A Academia Sueca anunciou nesta quinta-feira a vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2024. A escritora Han Kang se tornou a primeira da Coréia do Sul a receber o prêmio, se juntando a nomes como Harold Pinter, Mario Vargas Llosa e Annie Ernaux. Veja abaixo todos os vencedores do Nobel no Século XXI. Beijo da morte: O Nobel de Literatura pode ser uma maldição? 2023: Jon Fosse (Noruega) Em 2023, o vencedor foi o escritor norueguês Jon Fosse. Considerado um dos grandes autores de sua geração, Fosse é celebrado por transitar entre a prosa e a poesia, o ensaio e a ficção, o teatro e os títulos infantis. Sua obra é permeada por investigações existenciais sobre a morte, o amor, a fé e o desespero. 2022: Annie Ernaux (França) Nascida em Lillebonne e crescida na Normandia, a autora de 83 anos baseou sua obra em experiências autobiográficas. Seu primeiro romance, "Les Armoires Vides", é de 1974. Foi destaque na programação da Flip de 2022. 2021: Abdulrazak Gurnah (Tanzânia) Refugiou na Inglaterra nos anos 1960 e foi escolhido pela academia em 2021 por “penetração intransigente e compassiva dos efeitos do colonialismo e os destinos dos refugiados na lacuna entre culturas e continentes” na sua obra. 2020: Louise Glück (Estados Unidos) A poeta norte-americana estreou na literatura em 1968. De lá para cá, já escreveu 12 coletâneas de poemas e alguns volumes de ensaios sobre o fazer poético. Após o Nobel, dois livros publicados no Brasil pela Companhia das Letras: "Poemas" e "Receitas de inverno da comunidade". 2019: Peter Handke (Áustria) O escritor austríaco é um dos nomes mais controversos a ganhar o Nobel nos últimos anos, devido a seu apoio ao regime genocida do sérvio Slobodan Milosevic na década de 1990. Além dos livros “Ensaio sobre a jukebox”, de 1990, e "Ensaio sobre o louco por cogumelos”, de 2013, lançados no Brasil pela Estação Liberdade, o autor também assina o roteiro do filme “Asas do desejo” (1987), de Wim Wenders. 2018: Olga Tokarczuk (Polônia) A romancista de esquerda, ecologista e vegetariana é uma forte crítica do governo conservador da Polônia. Sua produção vai da obra policial “Sobre os ossos dos mortos” (2009), lançada no Brasil pela Todavia, ao romance histórico “Escrituras de Jacó” (2014), ainda não publicado no país. O livro lhe rendeu ameaças de morte por parte de grupos extremistas poloneses. 2017: Kazuo Ishiguro (Reino Unido) Nascido em Nagazaki, no Japão, em 1954, Ishiguro se mudou para a Inglaterra aos cinco anos de idade. Seus romances vão da ficção científica à história para tratar de temas ligados à memória e ao absurdo — nem sempre percebido — da condição humana. Seu livro “Não me abandone jamais”, de 2005, foi adaptado para o cinema. No Brasil, o autor foi publicado pela Companhia das Letras. 2016: Bob Dylan (Estados Unidos) Numa das maiores polêmicas do prêmio Nobel nos últimos anos, o compositor norte-americano foi laureado "por criar novas expressões poéticas dentro da grande tradição da música americana", como justifica o site do evento. Além de canções como “Blowin’ in the wind” e “Like a rolling stone”, Dylan também já lançou um livro de ficção: “Tarântula”, de 1971, publicado no Brasil pela Planeta. 2015: Svetlana Alexiévitch (Bielorrússia) Um dos raros nomes de não-ficção a vencer o Nobel, a escritora lançou seu primeiro livro, “A guerra não tem rosto de mulher”, em 1985. Na obra, Alexiévitch narra as vidas de mulheres que lutaram durante a 2ª Guerra Mundial. A autora também se destacou por “Vozes de Tchernóbil: crônica do futuro” (1997), onde traz testemunhos de sobreviventes do maior desastre nuclear da história. Ambos os livros foram publicados pela Companhia das Letras. 2014: Patrick Modiano (França) Filho de um comerciante judeu e uma atriz belga, Modiano escreve sobre temas como a memória, o esquecimento e a identidade a partir de traumas da história francesa, como a ocupação nazista durante a 2ª Guerra Mundial. Entre suas obras lançadas no Brasil, estão “Dora Bruder” (1997), “Ronda da noite” (1969) e “Uma rua de roma” (1978), publicadas pela Rocco. 2013: Alice Munro (Canadá) A escritora foi a primeira pessoa especializada em contos a levar o Nobel. Suas obras inspiraram o curta “Boys and girls”, vencedor do Oscar em 1983, e o longa “Julieta” (2006), de Pedro Almodóvar, entre outras produções. Sua obra inédita mais recente é “Vida querida” (2012), publicada no Brasil pela Companhia das Letras. 2012: Mo Yan (China) Nascido Guan Moye, em 1955, o escritor adotou o pseudônimo “Mo Yan”, que significa “não fale”, inspirado pelos conselhos que ouvia dos pais durante a infância na China comunista. Sua escolha para o Nobel foi alvo de críticas , devido à proximidade entre o autor e o regime chinês. Seu romance “As rãs”, de 2009, foi publicado no Brasil pela Companhia das Letras. 2011: Tomas Tranströmer (Suécia) O último autor sueco a receber a láurea se destacou por sua poesia. Psicólogo de formação, ele continuou a escrever mesmo depois de sofrer um acidente vascular cerebral que o deixou incapaz de falar, em 1990. Traduzido para mais de 50 línguas, teve a antologia “Mares do leste e outros poemas” publicada no Brasil pela Ayiné em 2018, três anos após sua morte. 2010: Mario Vargas Llosa (Peru) O escritor peruano foi o último autor da América Latina a vencer o Nobel de Literatura. Nascido em 1936, alcançou fama internacional na década de 1960 com livros como “A cidade e os cachorros” (1963) e “A casa verde” (1966), publicados no Brasil pela Companhia das Letras. 2009: Herta Müller (Alemanha) A autora, nascida na Romênia em 1953, é conhecida pela forte carga de oralidade de seus romances, contos e ensaios. Seu primeiro livro, “Depressões” (1982), publicado no Brasil pela Globo Livros, foi censurado pelo regime do ditador romeno Nicolae Ceausescu. A perseguição polícia a levou ao exílio na Alemanha, onde vive desde 1987. 2008: Jean-Marie Gustave Le Clézio (França) Nascido em 1940, o escritor já explorou temas como a loucura, a infância e a própria linguagem em suas mais de quarenta obras publicadas. Entre os livros lançados no Brasil, está “O africano” (2004, publicado pela Cosac & Naify), em que Le Clézio retoma a experiência de morar na África, quando ainda era criança. 2007: Doris Lessing (Reino Unido) Morta em 2013, aos 94 anos, a autora foi a pessoa mais velha a ganhar o Nobel de Literatura. Ao longo da carreira, Lessing passou por temas como justiça social, ficção científica e feminismo — embora rejeitasse o rótulo de “feminista”. Sua principal obra é o romance “O carnê dourado” (1962), publicado no Brasil pela Record. 2006: Orhan Pamuk (Turquia) Nascido em 1952, Pamuk é considerado o principal romancista turco de seu tempo e um dos maiores defensores dos direitos políticos dos curdos. Já foi traduzido para mais de 40 idiomas. “Meu nome é vermelho” (1998) e “Uma sensação estranha” (2017) são algumas de suas obras publicadas no Brasil, pela Companhia das Letras. 2005: Harold Pinter (Reino Unido) Ao longo de mais de 50 anos de carreira, o dramaturgo britânico, morto em 2008, escreveu peças como “Festa de aniversário” (1957), “Volta ao lar” (1964) e “Traição” (1978), também adaptadas para o cinema. Foi um dos maiores representantes do teatro do absurdo, e teve trabalhos publicados no Brasil pela José Olympio. 2004: Elfriede Jelinek (Áustria) Nascida em 1946, a dramaturga e romancista foi a 10ª mulher a ganhar o Nobel de Literatura. Suas obras, que tratam de temas ligados à sexualidade feminina e à opressão contra a mulher, já foram alvo de críticas no país natal da escritora devido a seu caráter supostamente pornográfico. No Brasil, Jelinek foi publicada pela Tordesilhas. 2003: J. M. Coetzee (África do Sul) Nascido na Cidade do Cabo em 1940, J. M. Coetzee foi o primeiro autor a receber dois Booker Prize, um dos principais prêmios de literatura da Inglaterra, por “Vida e época de Michael K.”, em 1983, e “Desonra”, em 1999. As obras narram dilemas humanos na África do Sul durante e após a guerra civil, e foram publicadas no Brasil pela Companhia das Letras. 2002: Imre Kertész (Hungria) Imre Kertész (1929 - 2016) foi um sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, para onde foi levado quando tinha apenas 15 anos. A experiência o inspirou a escrever seu livro mais famoso, “Sem destino” (esgotado no Brasil), onde narra a vida de um adolescente nos campos de extermínio nazistas. Produzida ao longo de 13 anos, a obra foi publicada em 1975. 2001: V. S. Naipaul (Reino Unido) V.S. Naipaul (1932 - 2018) nasceu em Trinidad e Tobago, no Caribe, neto de imigrantes indianos. Estudou na Inglaterra e trabalhou como jornalista na BBC, antes de se dedicar integralmente à literatura. Suas obras “Entre fiéis” (1981) e “Além da fé” (1998), escritas após uma viagem na década de 1980 a países muçulmanos, são abertamente críticas ao fundamentalismo islâmico. No Brasil, o autor foi publicado pela Companhia das Letras. 2000: Gao Xingjian (França) Nascido em Ganzhou, na China, em 1940, Gao Xingjian naturalizou-se francês depois de se exilar na Europa, em 1988, devido à perseguição do regime comunista. Considerado um dos pioneiros do teatro do absurdo chinês, o dramaturgo, novelista e tradutor chegou a ser mandado para um campo de reeducação e obrigado a queimar seus manuscritos. Uma de suas principais obras é “A montanha da alma”, publicada no Brasil pela Alfaguara e escrita ao longo de uma caminhada de dez meses pelo interior da China.
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