Morre Thomas Kurtz, co-inventor da linguagem de programação BASIC, aos 96 anos
Em Dartmouth, nos EUA, muito antes da era dos laptops e smartphones, ele trabalhou para proporcionar a mais estudantes o acesso aos computadores Morreu na última terça-feira o matemático Thomas E. Kurtz, um pioneiro do Dartmouth College e co-inventor da linguagem de programação simplificada conhecida como BASIC, que permitiu que estudantes operassem computadores antigos com facilidade e impulsionou gerações ao mundo da computação pessoal, morreu na terça-feira Ele tinha 96 anos. R$ 36 milhões: Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's por fraude fiscal CEO do TikTok: Segurança de dados pessoais 'não é negociável' A causa da morte, em uma unidade de cuidados paliativos em Lebanon, New Hampshire, nos Estados Unidos, foi falência múltipla dos órgãos devido à septicemia, informou Agnes Kurtz, sua esposa. No início dos anos 1960, antes da era dos laptops e smartphones, os computadores tinham o tamanho de um carro pequeno, e instituições como Dartmouth, onde Kurtz lecionava, tinham apenas um. Programar um computador era tarefa de cientistas e matemáticos, especialistas que dominavam os comandos não intuitivos usados para manipular dados nas máquinas robustas, que processavam informações em lotes grandes, em um esforço que às vezes demorava dias ou semanas para ser concluído. Kurtz e John G. Kemeny, então chefe do departamento de matemática de Dartmouth, acreditavam que os estudantes dependeriam cada vez mais dos computadores e se beneficiariam ao aprender a utilizá-los. — Tivemos a ideia maluca de que nossos alunos, nossos estudantes de graduação que não trabalharão tecnicamente no futuro, estudantes de ciências sociais e humanas, deveriam aprender a usar o computador — disse Kurtz em uma entrevista para Dartmouth em 2014. — Completamente insano. Os dois matemáticos criaram o Dartmouth Time-Sharing System, que permitia que vários usuários compartilhassem simultaneamente o poder de processamento de um único computador. Esse sistema substituiu o modelo em que uma pessoa precisava reservar horário para usar o computador e liberá-lo antes que outra pudesse utilizá-lo. — Era mais sobre tornar os computadores utilizáveis por todo tipo de pessoa, mesmo sem formação técnica — disse John McGeachie, que ajudou a desenvolver o sistema, em uma entrevista. Mas a arquitetura de um sistema de compartilhamento de recursos não era suficiente. Kurtz e Kemeny também queriam oferecer aos estudantes uma plataforma mais acessível para entender como os computadores funcionavam e permitir que eles criassem e executassem seus próprios programas no computador de Dartmouth. — Eu acho que poderíamos projetar uma maneira completamente diferente de usar computadores que tornaria possível dar instrução sobre computadores a centenas de estudantes — lembrou Kemeny sobre Kurtz. Kemeny chamou a proposta de "radical". Kemeny, que mais tarde se tornou o 13º presidente de Dartmouth, trabalhou com Kurtz e estudantes de graduação para desenvolver uma linguagem de programação intuitiva e amigável para iniciantes, chamada BASIC (sigla para Beginner’s All-Purpose Symbolic Instruction Code). Era uma linguagem de alto nível projetada para ser de fácil utilização, que funcionava com o sistema de compartilhamento de tempo. A linguagem era simples. Digitar o comando "RUN" iniciava um programa. "PRINT" imprimia uma palavra ou sequência de letras. "STOP" interrompia o programa. Às 4h da manhã do dia 1º de maio de 1964, no porão do College Hall no campus de Dartmouth, o sistema de compartilhamento de tempo e o BASIC foram testados. Um professor e um estudante programador digitaram o comando “RUN” em terminais Teletype vizinhos e observaram ambos receberem a mesma resposta simultaneamente. Funcionou. Os estudantes podiam usar outras linguagens populares da época, como Algol e Fortran, mas o BASIC, que exigia apenas dois seminários de uma hora para aprender o básico, tornou-se a linguagem preferida não só pelos alunos de Dartmouth, mas por estudantes de programação em todo o mundo. — Se Fortran é a lingua franca, certamente o BASIC é o parquinho de diversões — disse Kurtz certa vez. A capacidade de acessar um computador e processar dados de múltiplos usuários ao mesmo tempo foi revolucionária. Permitir que esses mesmos usuários escrevessem facilmente seus próprios programas foi ainda mais ousado. — Nos primórdios, se você fizesse algo, o computador apenas olhava para você. O BASIC era interativo. Você sabia na hora. Foi um ponto de virada — disse Charles C. Palmer, professor sênior do programa de ciência da computação em Dartmouth. A linguagem de programação forneceu os blocos intelectuais para o desenvolvimento de softwares posteriores e continua sendo uma ferramenta fundamental no ensino de programação. Um estudante que mais tarde se beneficiou do BASIC foi Bill Gates, que usou uma variação da linguagem como base para os primeiros sistemas operacionais da Microsoft. Versões do BASIC ainda operam sistemas de computador hoje. Thomas Eugene Kurtz
Em Dartmouth, nos EUA, muito antes da era dos laptops e smartphones, ele trabalhou para proporcionar a mais estudantes o acesso aos computadores Morreu na última terça-feira o matemático Thomas E. Kurtz, um pioneiro do Dartmouth College e co-inventor da linguagem de programação simplificada conhecida como BASIC, que permitiu que estudantes operassem computadores antigos com facilidade e impulsionou gerações ao mundo da computação pessoal, morreu na terça-feira Ele tinha 96 anos. R$ 36 milhões: Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's por fraude fiscal CEO do TikTok: Segurança de dados pessoais 'não é negociável' A causa da morte, em uma unidade de cuidados paliativos em Lebanon, New Hampshire, nos Estados Unidos, foi falência múltipla dos órgãos devido à septicemia, informou Agnes Kurtz, sua esposa. No início dos anos 1960, antes da era dos laptops e smartphones, os computadores tinham o tamanho de um carro pequeno, e instituições como Dartmouth, onde Kurtz lecionava, tinham apenas um. Programar um computador era tarefa de cientistas e matemáticos, especialistas que dominavam os comandos não intuitivos usados para manipular dados nas máquinas robustas, que processavam informações em lotes grandes, em um esforço que às vezes demorava dias ou semanas para ser concluído. Kurtz e John G. Kemeny, então chefe do departamento de matemática de Dartmouth, acreditavam que os estudantes dependeriam cada vez mais dos computadores e se beneficiariam ao aprender a utilizá-los. — Tivemos a ideia maluca de que nossos alunos, nossos estudantes de graduação que não trabalharão tecnicamente no futuro, estudantes de ciências sociais e humanas, deveriam aprender a usar o computador — disse Kurtz em uma entrevista para Dartmouth em 2014. — Completamente insano. Os dois matemáticos criaram o Dartmouth Time-Sharing System, que permitia que vários usuários compartilhassem simultaneamente o poder de processamento de um único computador. Esse sistema substituiu o modelo em que uma pessoa precisava reservar horário para usar o computador e liberá-lo antes que outra pudesse utilizá-lo. — Era mais sobre tornar os computadores utilizáveis por todo tipo de pessoa, mesmo sem formação técnica — disse John McGeachie, que ajudou a desenvolver o sistema, em uma entrevista. Mas a arquitetura de um sistema de compartilhamento de recursos não era suficiente. Kurtz e Kemeny também queriam oferecer aos estudantes uma plataforma mais acessível para entender como os computadores funcionavam e permitir que eles criassem e executassem seus próprios programas no computador de Dartmouth. — Eu acho que poderíamos projetar uma maneira completamente diferente de usar computadores que tornaria possível dar instrução sobre computadores a centenas de estudantes — lembrou Kemeny sobre Kurtz. Kemeny chamou a proposta de "radical". Kemeny, que mais tarde se tornou o 13º presidente de Dartmouth, trabalhou com Kurtz e estudantes de graduação para desenvolver uma linguagem de programação intuitiva e amigável para iniciantes, chamada BASIC (sigla para Beginner’s All-Purpose Symbolic Instruction Code). Era uma linguagem de alto nível projetada para ser de fácil utilização, que funcionava com o sistema de compartilhamento de tempo. A linguagem era simples. Digitar o comando "RUN" iniciava um programa. "PRINT" imprimia uma palavra ou sequência de letras. "STOP" interrompia o programa. Às 4h da manhã do dia 1º de maio de 1964, no porão do College Hall no campus de Dartmouth, o sistema de compartilhamento de tempo e o BASIC foram testados. Um professor e um estudante programador digitaram o comando “RUN” em terminais Teletype vizinhos e observaram ambos receberem a mesma resposta simultaneamente. Funcionou. Os estudantes podiam usar outras linguagens populares da época, como Algol e Fortran, mas o BASIC, que exigia apenas dois seminários de uma hora para aprender o básico, tornou-se a linguagem preferida não só pelos alunos de Dartmouth, mas por estudantes de programação em todo o mundo. — Se Fortran é a lingua franca, certamente o BASIC é o parquinho de diversões — disse Kurtz certa vez. A capacidade de acessar um computador e processar dados de múltiplos usuários ao mesmo tempo foi revolucionária. Permitir que esses mesmos usuários escrevessem facilmente seus próprios programas foi ainda mais ousado. — Nos primórdios, se você fizesse algo, o computador apenas olhava para você. O BASIC era interativo. Você sabia na hora. Foi um ponto de virada — disse Charles C. Palmer, professor sênior do programa de ciência da computação em Dartmouth. A linguagem de programação forneceu os blocos intelectuais para o desenvolvimento de softwares posteriores e continua sendo uma ferramenta fundamental no ensino de programação. Um estudante que mais tarde se beneficiou do BASIC foi Bill Gates, que usou uma variação da linguagem como base para os primeiros sistemas operacionais da Microsoft. Versões do BASIC ainda operam sistemas de computador hoje. Thomas Eugene Kurtz nasceu em 22 de fevereiro de 1928, em Oak Park, Illinois, filho de Oscar Christ Kurtz, que trabalhou para a Lions Clubs International, editando uma publicação interna e mais tarde supervisionando o desenvolvimento de membros, e Helen (Bell) Kurtz, que cuidava da casa. Ele se formou no Knox College, em Galesburg, Illinois, em 1950, e obteve mestrado e doutorado em estatística pela Universidade de Princeton. Em 1956, ano em que concluiu seu doutorado, foi contratado por Kemeny para integrar o departamento de matemática de Dartmouth. Passou o restante de sua carreira em Hanover, New Hampshire. Em 1953, Kurtz casou-se com Patricia Barr. O casal teve três filhos e se divorciou em 1973. Ele conheceu Agnes Seelye Bixler enquanto caminhava, uma de suas atividades favoritas fora do trabalho em ciências computacionais. Eles se casaram em 1974. Ele deixa mulher, três filhos — Daniel, Timothy e Beth Louise —, irmão, nove netos e 17 bisnetos.
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