Metade dos candidatos apoiados por Bolsonaro em viagens pelo país se elegeu ou avançou ao 2º turno
Levantamento do GLOBO mostra que ex-presidente passou por 56 cidades durante a campanha. Nas 17 por onde passou antes do pleito, Lula elegeu dois prefeitos e viu dois aliados avançarem à próxima fase Em meio às eleições municipais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou 56 cidades para apoiar candidatos a prefeito escolhidos por seu partido desde o início da campanha eleitoral, em 16 de agosto. Dos nomes apoiados por Bolsonaro durante as viagens, 18 foram eleitos no primeiro turno e outros 11 disputam o segundo. O levantamento foi realizado pelo GLOBO com base na agenda presidencial, publicações no Instagram e notícias de portais regionais sobre as visitas dos rivais políticos. Descubra: com qual candidato a vereador você mais se identifica? Futebol e política: Em BH, mecenas do Atlético-MG doam para campanhas rivais à do candidato apoiado por Kalil, ex-presidente do clube O número de cidades visitadas por Bolsonaro é mais de três vezes maior que o de municípios contemplados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agendas durante a campanha. O petista aproveitou sua agenda oficial para visitar 17 municípios estratégicos para o PT. Aliados do petista venceram no primeiro turno em dois deles e, em outros dois, disputam o segundo turno. No período, Lula chegou a ser criticado por aliados que se sentiram preteridos, já que o líder petista participou oficialmente apenas da campanha de Guilherme Boulos (PSOL), que disputa com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) o segundo turno em São Paulo. Bolsonaro totalizou visitas a 14 estados, de Norte a Sul do país, seguindo a “rota 22” — nome que deu às incursões estrategicamente escolhidas em municípios onde candidatos apoiados pelo PL disputaram prefeituras. No dia de eleição ele permaneceu no Rio e viu o seu apadrinhado, Alexandre Ramagem (PL) perder a corrida pela capital fluminense para o prefeito reeleito e apoiado por Lula, Eduardo Paes (PSD), no primeiro turno (60% a 31%), mas também a vitória de seu aliado Netinho Reis (MDB) em Duque de Caxias — segundo maior colégio eleitoral do estado — sobre o ex-prefeito Zito, que tem como vice a petista Aline Rangel. Já em Angra dos Reis (RJ), onde esteve quatro dias antes do pleito, Bolsonaro não conseguiu emplacar seu candidato, Renato Araújo (PL). O nome do PL recebeu 41,27% dos votos válidos, e ficou atrás de Cláudio Ferreti (MDB), nome do atual prefeito, Fernando Jordão (MDB). Em Paraty, Cel. Rodrigues (PL) foi derrotado por Zezé Porto, do Republicanos. No Centro-Oeste, Bolsonaro visitou sete cidades entre Goiás (5) e Mato Grosso (2) que tinham candidatos do PL. Conseguiu eleger, em primeiro turno, o Sérgio Machnic (60%) em Primavera do Leste (MT). Mas ainda aguarda o segundo turno de outras três cidades goianas: Aparecida de Goiânia, Anápolis e Goiânia, que tem como representantes Professor Alcides, Márcio Corrêa e Fred Rodrigues, respectivamente. Durante comício, Rodrigues foi citado por Bolsonaro como único candidato de direita na capital goiana, em meio à disputa com Sandro Mabel (União), aliado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União). Bolsonaro chamou Caiado de "covarde" durante visita ao estado. Confira a lista completa das cidades visitadas por Bolsonaro Rota nacional de Bolsonaro durante campanha eleitoral Das 15 incursões que realizou no Sul do país, o ex-presidente passou por oito cidades no Paraná e cinco em Santa Catarina. Ao todo, sete candidatos que receberam o clã bolsonarista durante a campanha, venceram no primeiro turno e seis perderam. No Rio Grande do Sul, Léo Almeida (PP) perdeu em primeiro turno a disputa pela cidade de Panambi, enquanto Roberta Leitão (PL) segue no segundo turno contra Valdeci (PSDB), pelo prefeitura de Santa Maria. Os resultados em Santa Catarina foram mais positivos. Dos cinco candidatos contemplados no roteiro, quatro venceram no primeiro turno e somente Rogério de Equilíbrios (PL), que disputava pela prefeitura de Navegantes, perdeu. No Paraná, governado por Ratinho Junior (PSD) — cotado para a disputa para o executivo em 2026 —, uma das vitórias de aliados de Bolsonaro aconteceu em Maringá, com Silvio Barros (PP), que desbancou Edson Scabora (PSD), apoiado pelo governador e pelo atual prefeito, Ulisses Maia (PSD), que está em segundo mandato. O candidato eleito tem como vice Sandra Jacovós, do PL. O ex-presidente visitou três estados no Nordeste na busca por emplacar nomes na região que historicamente vota no PT em eleições presidenciais. Os resultados foram negativos até o momento. Em seis cidades visitadas por Bolsonaro, seus aliados perderam em três municípios — São Luis (MA), Parnamirim (CE) e Mossoró (RN). Em Fortaleza (CE) e Imperatriz (MA), ainda há chances de vitória no segundo turno. Na capital cearense, André Fernandes (PL) terminou o primeiro turno à frente de Evandro Leitão (PT). A única vitória foi da correligionária Jussara Sales que venceu em Parnamirim (RN), com 60% dos votos. Bolsonaro também realizou investidas em seis
Levantamento do GLOBO mostra que ex-presidente passou por 56 cidades durante a campanha. Nas 17 por onde passou antes do pleito, Lula elegeu dois prefeitos e viu dois aliados avançarem à próxima fase Em meio às eleições municipais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou 56 cidades para apoiar candidatos a prefeito escolhidos por seu partido desde o início da campanha eleitoral, em 16 de agosto. Dos nomes apoiados por Bolsonaro durante as viagens, 18 foram eleitos no primeiro turno e outros 11 disputam o segundo. O levantamento foi realizado pelo GLOBO com base na agenda presidencial, publicações no Instagram e notícias de portais regionais sobre as visitas dos rivais políticos. Descubra: com qual candidato a vereador você mais se identifica? Futebol e política: Em BH, mecenas do Atlético-MG doam para campanhas rivais à do candidato apoiado por Kalil, ex-presidente do clube O número de cidades visitadas por Bolsonaro é mais de três vezes maior que o de municípios contemplados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agendas durante a campanha. O petista aproveitou sua agenda oficial para visitar 17 municípios estratégicos para o PT. Aliados do petista venceram no primeiro turno em dois deles e, em outros dois, disputam o segundo turno. No período, Lula chegou a ser criticado por aliados que se sentiram preteridos, já que o líder petista participou oficialmente apenas da campanha de Guilherme Boulos (PSOL), que disputa com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) o segundo turno em São Paulo. Bolsonaro totalizou visitas a 14 estados, de Norte a Sul do país, seguindo a “rota 22” — nome que deu às incursões estrategicamente escolhidas em municípios onde candidatos apoiados pelo PL disputaram prefeituras. No dia de eleição ele permaneceu no Rio e viu o seu apadrinhado, Alexandre Ramagem (PL) perder a corrida pela capital fluminense para o prefeito reeleito e apoiado por Lula, Eduardo Paes (PSD), no primeiro turno (60% a 31%), mas também a vitória de seu aliado Netinho Reis (MDB) em Duque de Caxias — segundo maior colégio eleitoral do estado — sobre o ex-prefeito Zito, que tem como vice a petista Aline Rangel. Já em Angra dos Reis (RJ), onde esteve quatro dias antes do pleito, Bolsonaro não conseguiu emplacar seu candidato, Renato Araújo (PL). O nome do PL recebeu 41,27% dos votos válidos, e ficou atrás de Cláudio Ferreti (MDB), nome do atual prefeito, Fernando Jordão (MDB). Em Paraty, Cel. Rodrigues (PL) foi derrotado por Zezé Porto, do Republicanos. No Centro-Oeste, Bolsonaro visitou sete cidades entre Goiás (5) e Mato Grosso (2) que tinham candidatos do PL. Conseguiu eleger, em primeiro turno, o Sérgio Machnic (60%) em Primavera do Leste (MT). Mas ainda aguarda o segundo turno de outras três cidades goianas: Aparecida de Goiânia, Anápolis e Goiânia, que tem como representantes Professor Alcides, Márcio Corrêa e Fred Rodrigues, respectivamente. Durante comício, Rodrigues foi citado por Bolsonaro como único candidato de direita na capital goiana, em meio à disputa com Sandro Mabel (União), aliado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União). Bolsonaro chamou Caiado de "covarde" durante visita ao estado. Confira a lista completa das cidades visitadas por Bolsonaro Rota nacional de Bolsonaro durante campanha eleitoral Das 15 incursões que realizou no Sul do país, o ex-presidente passou por oito cidades no Paraná e cinco em Santa Catarina. Ao todo, sete candidatos que receberam o clã bolsonarista durante a campanha, venceram no primeiro turno e seis perderam. No Rio Grande do Sul, Léo Almeida (PP) perdeu em primeiro turno a disputa pela cidade de Panambi, enquanto Roberta Leitão (PL) segue no segundo turno contra Valdeci (PSDB), pelo prefeitura de Santa Maria. Os resultados em Santa Catarina foram mais positivos. Dos cinco candidatos contemplados no roteiro, quatro venceram no primeiro turno e somente Rogério de Equilíbrios (PL), que disputava pela prefeitura de Navegantes, perdeu. No Paraná, governado por Ratinho Junior (PSD) — cotado para a disputa para o executivo em 2026 —, uma das vitórias de aliados de Bolsonaro aconteceu em Maringá, com Silvio Barros (PP), que desbancou Edson Scabora (PSD), apoiado pelo governador e pelo atual prefeito, Ulisses Maia (PSD), que está em segundo mandato. O candidato eleito tem como vice Sandra Jacovós, do PL. O ex-presidente visitou três estados no Nordeste na busca por emplacar nomes na região que historicamente vota no PT em eleições presidenciais. Os resultados foram negativos até o momento. Em seis cidades visitadas por Bolsonaro, seus aliados perderam em três municípios — São Luis (MA), Parnamirim (CE) e Mossoró (RN). Em Fortaleza (CE) e Imperatriz (MA), ainda há chances de vitória no segundo turno. Na capital cearense, André Fernandes (PL) terminou o primeiro turno à frente de Evandro Leitão (PT). A única vitória foi da correligionária Jussara Sales que venceu em Parnamirim (RN), com 60% dos votos. Bolsonaro também realizou investidas em seis cidades de Rondônia. Nelas, três candidatos do União foram os escolhidos, todos buscando reeleição. Os outros três são correligionários do ex-presidente. Rota de Lula Em ritmo menor que o capitão reformado, Lula adicionou, em sua “rota 13”, oito estados. Ao visitá-los para inaugurar obras ou outras agendas presidenciais, o petista aproveitou os encontros para elogiar seus candidatos. No Rio, em meados de setembro, Lula visitou a inauguração de obras em Belford Roxo, para apoiar o prefeito Waguinho (Republicanos) — que tentava emplacar o seu sobrinho e correligionário, Matheus do Waguinho —, em troca ao mesmo aceno positivo que o político realizou durante a campanha presidencial em 2022. O presidente também participou da reinauguração do Complexo de Energias Boaventura”, antigo Comperj, em Itaboraí, que vivia uma disputa bipartidária entre PT e PL, personificadas pelo petista Jair Dias e Marcelo Delaroli. Tanto Matheus do Waguinho quanto Jair Dias perderam a disputa, respectivamente, para Márcio Canella (60% dos votos), do União Brasil, e Marcelo Delaroli (93%), do PL. Confira a lista completa das cidades visitada por Lula Rota nacional de Lula durante campanha eleitoral A petista delegada Adriana Accosi era um dos nomes cotados para ir ao segundo turno em Goiânia, mas terminou em terceiro lugar, com 24,44% dos votos. Lula chegou a visitar o município no início do mês passado e, em entrevista à rádio Difusora, afirmou que “Adriana é uma pessoa que merece ser levada em conta pelo povo de Goiás”. Já, em ida ao Rio Grande do Sul, no primeiro dia de campanha eleitoral, Lula visitou inaugurações de obras em São Leopoldo e Porto Alegre. No primeiro município, o atual prefeito é petista — Ary Vanazzi. Mesmo não citando o nome de seu candidato — Nelson Spoloar —, Lula fez questão de atacar nomes do outro lado do espectro político, afirmando que “não sabem discutir” propostas a favor do país. Seu partido não conseguiu se manter no poder e perdeu a disputa para Delegado Heliomar (PL), que terminou com 51% dos votos. Em Porto Alegre, Maria do Rosário (PT) vai ao segundo turno com o prefeito Sebastião Melo (MDB), mas em situação desfavorável. Melo terminou com 49% dos votos, contra 26% da petista. * Estagiário sob supervisão de Marlen Couto
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