'Maré vermelha': mais de 70 baleias aparecem mortas na Argentina; entenda
Especialistas acreditam que a situação se deve a uma toxina relacionada à primavera e ao aumento das temperaturas marítimas Um cenário desolador está afetando a Península Valdés, em Chubut, onde, nos últimos dias, foram registradas dezenas de mortes de baleias da espécie franca austral. Até esta quarta-feira, foram contados 71 cadáveres nas costas dessa região patagônica. Veja: Homem tenta urinar em árvore e é atacado por cerca de 150 vespas na Argentina 'Sagitário A*': entenda se buraco negro a 26 mil anos-luz seria capaz de engolir a Terra Embora os especialistas afirmem que esse tipo de episódio seja "natural" e "ocorra em todos os mares", preocupa o forte aumento no número de mortes, já que, em 2022, foram registrados 13 casos e, em 2023, o número subiu para 30, conforme informa o jornal Tiempo Sur. Foto ilustrativa: fenômeno deixa maré vermelha com algas no Rio, em 2018 Márcia Foletto / Agência O GLOBO Nesse sentido, a presidente do Conselho Deliberativo de Puerto Pirámides — local de onde partem as embarcações turísticas para a observação desses mamíferos — e integrante da rede de encalhes, Gabriela Bellazzi, sugeriu que a situação poderia estar relacionada a uma toxina natural associada ao fenômeno conhecido como “maré vermelha”. Segundo ela, a presença dessa toxina está relacionada à primavera e ao aumento das temperaturas marítimas, sendo posteriormente “absorvida pelos organismos que as baleias consomem”. Quando esses organismos são filtrados pelas baleias, explicou Bellazzi, elas ficam expostas a níveis letais da substância. Outro aspecto que aumenta a preocupação é o impacto causado pelo acúmulo dos animais na costa, além da existência de empresas e organizações que ajudam na relocação para evitar que cheguem às zonas turísticas. Isso ocorre porque o processo de decomposição “produz gases que podem fazer com que os corpos explodam”. Nesse contexto, o jornal El Chubut informou que o Ministério do Turismo provincial “está realizando trabalhos junto a outros órgãos para a relocação dos mamíferos encalhados”. Baleias jubartes atingem cerca de 14 metros de comprimento e pesam em torno de 35 toneladas Reprodução Na remoção dos exemplares, participam a Direção de Flora e Fauna, a Administração de Vialidade Provincial, a Administração da Área Natural Protegida Península Valdés, o município de Puerto Pirámides, a Rede Fauna e os barqueiros que prestam o serviço de observação. Por sua vez, o governo liderado por Ignacio Torres destacou que o relatório elaborado pelo Programa de Monitoramento Sanitário da Baleia Franca Austral indica que, entre os dias 19 e 29 de outubro, foram registradas um total de 21 baleias mortas, incluindo duas crias. O relatório também aponta que uma das principais hipóteses é que o ocorrido tenha origem “no consumo de algas tóxicas durante uma floração algal nociva no Golfo Nuevo”.
Especialistas acreditam que a situação se deve a uma toxina relacionada à primavera e ao aumento das temperaturas marítimas Um cenário desolador está afetando a Península Valdés, em Chubut, onde, nos últimos dias, foram registradas dezenas de mortes de baleias da espécie franca austral. Até esta quarta-feira, foram contados 71 cadáveres nas costas dessa região patagônica. Veja: Homem tenta urinar em árvore e é atacado por cerca de 150 vespas na Argentina 'Sagitário A*': entenda se buraco negro a 26 mil anos-luz seria capaz de engolir a Terra Embora os especialistas afirmem que esse tipo de episódio seja "natural" e "ocorra em todos os mares", preocupa o forte aumento no número de mortes, já que, em 2022, foram registrados 13 casos e, em 2023, o número subiu para 30, conforme informa o jornal Tiempo Sur. Foto ilustrativa: fenômeno deixa maré vermelha com algas no Rio, em 2018 Márcia Foletto / Agência O GLOBO Nesse sentido, a presidente do Conselho Deliberativo de Puerto Pirámides — local de onde partem as embarcações turísticas para a observação desses mamíferos — e integrante da rede de encalhes, Gabriela Bellazzi, sugeriu que a situação poderia estar relacionada a uma toxina natural associada ao fenômeno conhecido como “maré vermelha”. Segundo ela, a presença dessa toxina está relacionada à primavera e ao aumento das temperaturas marítimas, sendo posteriormente “absorvida pelos organismos que as baleias consomem”. Quando esses organismos são filtrados pelas baleias, explicou Bellazzi, elas ficam expostas a níveis letais da substância. Outro aspecto que aumenta a preocupação é o impacto causado pelo acúmulo dos animais na costa, além da existência de empresas e organizações que ajudam na relocação para evitar que cheguem às zonas turísticas. Isso ocorre porque o processo de decomposição “produz gases que podem fazer com que os corpos explodam”. Nesse contexto, o jornal El Chubut informou que o Ministério do Turismo provincial “está realizando trabalhos junto a outros órgãos para a relocação dos mamíferos encalhados”. Baleias jubartes atingem cerca de 14 metros de comprimento e pesam em torno de 35 toneladas Reprodução Na remoção dos exemplares, participam a Direção de Flora e Fauna, a Administração de Vialidade Provincial, a Administração da Área Natural Protegida Península Valdés, o município de Puerto Pirámides, a Rede Fauna e os barqueiros que prestam o serviço de observação. Por sua vez, o governo liderado por Ignacio Torres destacou que o relatório elaborado pelo Programa de Monitoramento Sanitário da Baleia Franca Austral indica que, entre os dias 19 e 29 de outubro, foram registradas um total de 21 baleias mortas, incluindo duas crias. O relatório também aponta que uma das principais hipóteses é que o ocorrido tenha origem “no consumo de algas tóxicas durante uma floração algal nociva no Golfo Nuevo”.
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