Lula lança oficialmente a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza na Cúpula do G20
Iniciativa da presidência brasileira à frente do fórum global já conta com a adesão de mais de 80 países; Argentina ficou de fora O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou oficialmente nesta segunda-feira a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza na Cúpula do G20, principal iniciativa da presidência brasileira à frente do fórum global, que já conta com a adesão de mais de 80 países. Em seu discurso de abertura da cúpula de chefes de Estado, o presidente agradeceu a "generosidade" dos líderes presentes, que transformarão "o Rio de Janeiro na capital do mundo" nestes dois dias cúpula. A Argentina de Javier Milei foi o único país presente na cúpula que ficou de fora da aliança. Infográfico: Veja quais os temas sensíveis que devem causar saia-justa na cúpula do G20 no Rio De fora: Argentina é o único país do G20 fora da aliança global contra a fome — A Aliança nasce no G20, mas seu destino é global. Que esta cúpula seja marcada pela coragem de agir. Por isso quero declarar oficialmente lançada a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza — disse. — É muito importante o que vamos discutir aqui, e eu tenho certeza que, se nós assumirmos a responsabilidade por esses assuntos da fome e da pobreza, poderemos ter sucesso em pouco tempo. Ao todo, 81 países, 26 organizações internacionais, nove instituições financeiras globais e 31 fundações filantrópicas e ONGs do Brasil e do mundo já aderiram à aliança. E o número pode até passar disso, segundo fontes que acompanham as negociações. Contexto: Ataque massivo da Rússia à Ucrânia às vésperas da cúpula trava trecho crucial da declaração final No lançamento da iniciativa, o presidente brasileiro descreveu a capital fluminense, "que é conhecida como Cidade Maravilhosa", como a "síntese dos contrastes que caracterizam o Brasil, a América Latina e o mundo": — De um lado, a beleza exuberante da natureza sob os braços abertos do Cristo Redentor, um povo diverso, vibrante, criativo e acolhedor. De outro, injustiças sociais profundas. O retrato vivo de desigualdades históricas e persistentes. Geopolítica: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes Segundo relatório recente da FAO, cerca de 733 milhões de pessoas passaram fome no mundo em 2023. O contingente equivale às populações de Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá juntos, destacou Lula. — São mulheres, homens e crianças, cujo direito à vida e à educação, ao desenvolvimento e à alimentação são diariamente violados — acrescentou Lula. — Em um mundo no qual os gatos militares chegam a dois trilhões e quatrocentos bilhões de dólares, isso é inaceitável. De acordo com o presidente brasileiro, o G20 representa 85% dos US$ 110 trilhões do PIB mundial e responde por 75% dos US$ 32 trilhões do comércio de bem de serviço, além de dois terços dos 8 bilhões de habitantes do planeta Terra. — Compete aos que estão aqui, em volta desta mesa, a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade. Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamento de uma aliança global contra a fome e a pobreza. Este será o nosso maior legado. Não se trata apenas de fazer justiça. Esta é uma condição imprescindível para construir uma sociedade mais próspera e um mundo de paz. Argentina de fora A Argentina foi o único país membro do G20 que não aderiu à aliança global contra a fome e a pobreza. O governo brasileiro já sabia desde o início da semana passada que a Argentina não apoiaria as principais bandeiras da presidência brasileira no G20, entre elas a aliança global. Interlocutores do governo Milei informaram a representantes do governo Lula que seu país não poderia respaldar iniciativas que remetam à Agenda 2030 das Nações Unidas, que prevê objetivos e metas para combater a desigualdade e a pobreza. — Sua adesão está em negociação — disse à AFP uma fonte da Presidência brasileira. Relações comerciais: Após rejeitar ‘pactos com comunistas’, Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20 no Rio Os representantes do governo Milei explicaram a seus pares brasileiros que a política externa da Argentina tem como um de seus eixos centrais o combate ao globalismo e aos organismos multilaterais, em sintonia com as posições do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. O Brasil já estava avisado e não é surpresa que Milei tenha decidido não aderir ao que será o principal anúncio de Lula, nesta segunda-feira, na cúpula. Para o Brasil, com esta decisão, disseram fontes, “a Argentina está se isolando na região e no mundo”. Milei e Lula, cujos países fazem fronteira, têm uma relação tensa desde antes de o governante argentino assumir o poder em dezembro. O presidente argentino é crítico do multilateralismo e lidera em seu país uma forte política de corte de gastos públicos em meio ao combate à inflação. O outro lado do seu ajuste foi uma forte recessão econômica e um aumento de 11 pontos na pobreza, que afetou 53% dos cida
Iniciativa da presidência brasileira à frente do fórum global já conta com a adesão de mais de 80 países; Argentina ficou de fora O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou oficialmente nesta segunda-feira a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza na Cúpula do G20, principal iniciativa da presidência brasileira à frente do fórum global, que já conta com a adesão de mais de 80 países. Em seu discurso de abertura da cúpula de chefes de Estado, o presidente agradeceu a "generosidade" dos líderes presentes, que transformarão "o Rio de Janeiro na capital do mundo" nestes dois dias cúpula. A Argentina de Javier Milei foi o único país presente na cúpula que ficou de fora da aliança. Infográfico: Veja quais os temas sensíveis que devem causar saia-justa na cúpula do G20 no Rio De fora: Argentina é o único país do G20 fora da aliança global contra a fome — A Aliança nasce no G20, mas seu destino é global. Que esta cúpula seja marcada pela coragem de agir. Por isso quero declarar oficialmente lançada a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza — disse. — É muito importante o que vamos discutir aqui, e eu tenho certeza que, se nós assumirmos a responsabilidade por esses assuntos da fome e da pobreza, poderemos ter sucesso em pouco tempo. Ao todo, 81 países, 26 organizações internacionais, nove instituições financeiras globais e 31 fundações filantrópicas e ONGs do Brasil e do mundo já aderiram à aliança. E o número pode até passar disso, segundo fontes que acompanham as negociações. Contexto: Ataque massivo da Rússia à Ucrânia às vésperas da cúpula trava trecho crucial da declaração final No lançamento da iniciativa, o presidente brasileiro descreveu a capital fluminense, "que é conhecida como Cidade Maravilhosa", como a "síntese dos contrastes que caracterizam o Brasil, a América Latina e o mundo": — De um lado, a beleza exuberante da natureza sob os braços abertos do Cristo Redentor, um povo diverso, vibrante, criativo e acolhedor. De outro, injustiças sociais profundas. O retrato vivo de desigualdades históricas e persistentes. Geopolítica: Guerra na Ucrânia e conflito em Gaza dificultam consensos na cúpula de líderes Segundo relatório recente da FAO, cerca de 733 milhões de pessoas passaram fome no mundo em 2023. O contingente equivale às populações de Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá juntos, destacou Lula. — São mulheres, homens e crianças, cujo direito à vida e à educação, ao desenvolvimento e à alimentação são diariamente violados — acrescentou Lula. — Em um mundo no qual os gatos militares chegam a dois trilhões e quatrocentos bilhões de dólares, isso é inaceitável. De acordo com o presidente brasileiro, o G20 representa 85% dos US$ 110 trilhões do PIB mundial e responde por 75% dos US$ 32 trilhões do comércio de bem de serviço, além de dois terços dos 8 bilhões de habitantes do planeta Terra. — Compete aos que estão aqui, em volta desta mesa, a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade. Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamento de uma aliança global contra a fome e a pobreza. Este será o nosso maior legado. Não se trata apenas de fazer justiça. Esta é uma condição imprescindível para construir uma sociedade mais próspera e um mundo de paz. Argentina de fora A Argentina foi o único país membro do G20 que não aderiu à aliança global contra a fome e a pobreza. O governo brasileiro já sabia desde o início da semana passada que a Argentina não apoiaria as principais bandeiras da presidência brasileira no G20, entre elas a aliança global. Interlocutores do governo Milei informaram a representantes do governo Lula que seu país não poderia respaldar iniciativas que remetam à Agenda 2030 das Nações Unidas, que prevê objetivos e metas para combater a desigualdade e a pobreza. — Sua adesão está em negociação — disse à AFP uma fonte da Presidência brasileira. Relações comerciais: Após rejeitar ‘pactos com comunistas’, Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20 no Rio Os representantes do governo Milei explicaram a seus pares brasileiros que a política externa da Argentina tem como um de seus eixos centrais o combate ao globalismo e aos organismos multilaterais, em sintonia com as posições do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. O Brasil já estava avisado e não é surpresa que Milei tenha decidido não aderir ao que será o principal anúncio de Lula, nesta segunda-feira, na cúpula. Para o Brasil, com esta decisão, disseram fontes, “a Argentina está se isolando na região e no mundo”. Milei e Lula, cujos países fazem fronteira, têm uma relação tensa desde antes de o governante argentino assumir o poder em dezembro. O presidente argentino é crítico do multilateralismo e lidera em seu país uma forte política de corte de gastos públicos em meio ao combate à inflação. O outro lado do seu ajuste foi uma forte recessão econômica e um aumento de 11 pontos na pobreza, que afetou 53% dos cidadãos argentinos durante o primeiro semestre de 2024, segundo dados oficiais.
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