Lula faz reunião de emergência para discutir cerco à embaixada argentina na Venezuela, com proteção do Brasil

Governo de Maduro revogou a custódia do Brasil sobre a embaixada argentina em Caracas, mas Itamaraty já avisou ao regime que manterá os trabalhos até a designação de outro país para a função

Sep 8, 2024 - 23:14
Sep 8, 2024 - 23:16
 0  3
Lula faz reunião de emergência para discutir cerco à embaixada argentina na Venezuela, com proteção do Brasil

O assessor especial Audo Faleiro representou Celso Amorim, de quem é braço-direito. O chefe da Assessoria Especial da Presidência para Assuntos Internacionais está na Rússia. A percepção geral no governo Lula é que Maduro está em franca escalada autoritária. A diplomacia brasileira afirma estar assustada com a disposição do ditador de até mesmo revogar a autorizar o Brasil de representar os interesses argentinos, diante do histórico de diálogo entre o Planalto e o Palácio de Miraflores.

Em nota divulgada neste sábado (7), a pasta se disse surpresa com a decisão da Venezuela. “De acordo com o que estabelecem as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, o Brasil permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos até que o governo argentino indique outro Estado aceitável para o governo venezuelano para exercer as referidas funções”, diz o texto.

O governo brasileiro ressaltou, na mesma nota, “a inviolabilidade das instalações da missão diplomática argentina, que atualmente abrigam seis asilados venezuelanos além de bens e arquivos.” A ditadura chavista cercou a embaixada e revogou a custódia do Brasil alegando suposto uso do prédio para o planejamento de atividades terroristas e “atos malignos” contra Nicolás Maduro.

São argumentos que estão na cartilha do regime para justificar a opressão aos críticos. Esse é o desdobramento mais recente da crise que se arrasta desde a eleição venezuelana, marcada por suspeitas de fraude e repressão aos opositores. Na sexta-feira (6), o presidente Lula afirmou que o processo eleitoral na Venezuela não foi correto e, por isso, segue sem reconhecer os resultados, mas descartou romper relações e criticou as sanções econômicas contra Caracas.

“Eu me senti no direito de não reconhecer, porque não estava correto. Da mesma forma que eu também não reconheço o fato de que a oposição ganhou”, disse Lula em entrevista à rádio Difusora Goiânia, lembrando que exigiu apenas a divulgação dos dados de votação pelo Conselho Nacional Eleitoral, o que nunca aconteceu. Estados Unidos, União Europeia e dez países latino-americanos – incluindo a Argentina – rejeitaram a validação da eleição de Maduro. O Brasil, no entanto, não se manifestou.

Qual é a sua reação?

like

dislike

love

funny

angry

sad

wow