Hezbollah nega ter escolhido Hashem Safi al-Din como substituto de Nasrallah

Líder foi morto em um bombardeio israelense ao quartel-general do grupo xiita libanês na sexta-feira, no sul de Beirute O Hezbollah negou a informação sobre uma nova liderança do grupo xiita divulgada neste domingo pela mídia israelense com base em informações da imprensa saudita. O Haaretz havia informado mais cedo que o Conselho Shura do Hezbollah, o órgão central de tomada de decisões do grupo, teria escolhido Hashem Safi al-Din (também chamado de Safieddine) para substituir Hassan Nasrallah na liderança do grupo xiita libanês. Nasrallah foi morto em um bombardeio israelense ao quartel-general do grupo xiita libanês na sexta-feira, no sul de Beirute. Ainda não se sabe quem ocupará o vácuo deixado pelo ex-líder no movimento islamista, embora Safi al-Din seja um dos mais cotados para tal função. Análise: Morte de Nasrallah é golpe contra Hezbollah e 'Eixo da Resistência', mas impactos no Oriente Médio são incertos Guga Chacra: Impacto de morte de Nasrallah é maior do que a de Saddam e Bin Laden A mídia libanesa diz que Safi al-Din, que atualmente lidera o conselho executivo da organização, já havia sido designado como sucessor de Nasrallah, seu primo, em 2008, mas qualquer decisão oficial do tipo exige uma ratificação do Conselho Shura do Hezbollah. Assim como Nasrallah, ele também usa turbante preto, o que denota a descendência do profeta Maomé no islamismo. Ainda segundo o Haaretz, Safi al-Din é de Deir Qanoun al-Nahr, uma vila no sul do Líbano, nascido em uma família xiita proeminente conhecida por produzir clérigos e parlamentares influentes. Além da proximidade com Nasrallah, ele também tem laços familiares com Qassem Soleimani — o ex-comandante da Força Quds do Irã, morto em um ataque aéreo dos EUA no Iraque em 2020. Segundo o jornal, o filho de Safi al-Din é casado com a filha de Soleimani, Zeinab. O chefe do Conselho Executivo do Hezbollah, Hashem Safieddine, comparece ao funeral de membros do grupo muçulmano xiita nos subúrbios ao sul de Beirute, em 18 de setembro de 2024 ANWAR AMRO/AFP Além das conexões com Soleimani, seu irmão, Abdullah, é o representante oficial do Hezbollah no Irã e é acusado de envolvimento em atividades ilegais, como lavagem de dinheiro e contrabando de drogas, segundo fontes ocidentais citadas pelo jornal. Morte de líder do Hezbollah: Veja quem pode substituir Hassan Nasrallah, morto em ataque de Israel a Beirute Safi al-Din ingressou no Hezbollah nos anos 1980 e, em 1994, assumiu o cargo de chefe do conselho executivo da organização, controlando assuntos administrativos e financeiros. Isso lhe deu poder sobre o financiamento e diversos centros de influência, interagindo com empresas e organizações ligadas ao Hezbollah no Líbano, África e América Latina. Em 2017, foi incluído na lista de sanções dos EUA por alegado envolvimento em atividades terroristas. Safi al-Din ocupou vários cargos diplomáticos e militares no Hezbollah, liderando o distrito de Beirute nos anos 1990 e integrando o Conselho Shura em 1998. Em 1999, tornou-se chefe do Conselho de Resistência, mantendo contato com altos oficiais da ala militar, como Imad Mughniyeh, morto por Israel em 2008, e seu sucessor, Fuad Shukr, também morto por Israel em julho. Em junho deste ano, durante o funeral de Taleb Abdallah, outro comandante do Hezbollah morto em um ataque israelense, prometeu que o grupo "aumentaria a intensidade, a força, a quantidade e a qualidade de nossos ataques". Galerias Relacionadas Reveses consecutivos Neste domingo, o grupo reconheceu a morte de outro dirigente sênior, Nabil Qaouk, alvo em um ataque de Israel no sul de Beirute. Qaouk, que também era cotado como substituto de Nasrallah, foi apontado pelas forças do Estado judeu como comandante da unidade de segurança interna e membro do conselho executivo da organização político-militar, que confirmou a morte, sem oferecer mais detalhes. O anúncio veio um dia após o Hezbollah confirmar a morte de Nasrallah, em um bombardeio israelense contra o quartel-general do grupo na capital do Líbano. À AFP, uma fonte próxima ao grupo xiita confirmou que Qaouk morreu em um ataque e que o libanês era um membro sênior da organização. Nas últimas semanas, vários comandantes seniores do Hezbollah foram mortos em ataques israelenses, incluindo membros fundadores do grupo que conseguiram escapar da morte ou da prisão por décadas e que eram próximos de Nasrallah. Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas de suas casas no Líbano devido aos últimos ataques. O governo estima que cerca de 250 mil estão em abrigos, com três a quatro vezes mais permanecendo com amigos ou parentes, ou acampando nas ruas, segundo o ministro do Meio Ambiente, Nasser Yassin. ERRATA: Atualizamos o texto às 19h40, após o Hezbollah negar que nomeou uma nova liderança, conforme publicado inicialmente pela mídia israelense.

Sep 30, 2024 - 02:10
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Hezbollah nega ter escolhido Hashem Safi al-Din como substituto de Nasrallah

Líder foi morto em um bombardeio israelense ao quartel-general do grupo xiita libanês na sexta-feira, no sul de Beirute O Hezbollah negou a informação sobre uma nova liderança do grupo xiita divulgada neste domingo pela mídia israelense com base em informações da imprensa saudita. O Haaretz havia informado mais cedo que o Conselho Shura do Hezbollah, o órgão central de tomada de decisões do grupo, teria escolhido Hashem Safi al-Din (também chamado de Safieddine) para substituir Hassan Nasrallah na liderança do grupo xiita libanês. Nasrallah foi morto em um bombardeio israelense ao quartel-general do grupo xiita libanês na sexta-feira, no sul de Beirute. Ainda não se sabe quem ocupará o vácuo deixado pelo ex-líder no movimento islamista, embora Safi al-Din seja um dos mais cotados para tal função. Análise: Morte de Nasrallah é golpe contra Hezbollah e 'Eixo da Resistência', mas impactos no Oriente Médio são incertos Guga Chacra: Impacto de morte de Nasrallah é maior do que a de Saddam e Bin Laden A mídia libanesa diz que Safi al-Din, que atualmente lidera o conselho executivo da organização, já havia sido designado como sucessor de Nasrallah, seu primo, em 2008, mas qualquer decisão oficial do tipo exige uma ratificação do Conselho Shura do Hezbollah. Assim como Nasrallah, ele também usa turbante preto, o que denota a descendência do profeta Maomé no islamismo. Ainda segundo o Haaretz, Safi al-Din é de Deir Qanoun al-Nahr, uma vila no sul do Líbano, nascido em uma família xiita proeminente conhecida por produzir clérigos e parlamentares influentes. Além da proximidade com Nasrallah, ele também tem laços familiares com Qassem Soleimani — o ex-comandante da Força Quds do Irã, morto em um ataque aéreo dos EUA no Iraque em 2020. Segundo o jornal, o filho de Safi al-Din é casado com a filha de Soleimani, Zeinab. O chefe do Conselho Executivo do Hezbollah, Hashem Safieddine, comparece ao funeral de membros do grupo muçulmano xiita nos subúrbios ao sul de Beirute, em 18 de setembro de 2024 ANWAR AMRO/AFP Além das conexões com Soleimani, seu irmão, Abdullah, é o representante oficial do Hezbollah no Irã e é acusado de envolvimento em atividades ilegais, como lavagem de dinheiro e contrabando de drogas, segundo fontes ocidentais citadas pelo jornal. Morte de líder do Hezbollah: Veja quem pode substituir Hassan Nasrallah, morto em ataque de Israel a Beirute Safi al-Din ingressou no Hezbollah nos anos 1980 e, em 1994, assumiu o cargo de chefe do conselho executivo da organização, controlando assuntos administrativos e financeiros. Isso lhe deu poder sobre o financiamento e diversos centros de influência, interagindo com empresas e organizações ligadas ao Hezbollah no Líbano, África e América Latina. Em 2017, foi incluído na lista de sanções dos EUA por alegado envolvimento em atividades terroristas. Safi al-Din ocupou vários cargos diplomáticos e militares no Hezbollah, liderando o distrito de Beirute nos anos 1990 e integrando o Conselho Shura em 1998. Em 1999, tornou-se chefe do Conselho de Resistência, mantendo contato com altos oficiais da ala militar, como Imad Mughniyeh, morto por Israel em 2008, e seu sucessor, Fuad Shukr, também morto por Israel em julho. Em junho deste ano, durante o funeral de Taleb Abdallah, outro comandante do Hezbollah morto em um ataque israelense, prometeu que o grupo "aumentaria a intensidade, a força, a quantidade e a qualidade de nossos ataques". Galerias Relacionadas Reveses consecutivos Neste domingo, o grupo reconheceu a morte de outro dirigente sênior, Nabil Qaouk, alvo em um ataque de Israel no sul de Beirute. Qaouk, que também era cotado como substituto de Nasrallah, foi apontado pelas forças do Estado judeu como comandante da unidade de segurança interna e membro do conselho executivo da organização político-militar, que confirmou a morte, sem oferecer mais detalhes. O anúncio veio um dia após o Hezbollah confirmar a morte de Nasrallah, em um bombardeio israelense contra o quartel-general do grupo na capital do Líbano. À AFP, uma fonte próxima ao grupo xiita confirmou que Qaouk morreu em um ataque e que o libanês era um membro sênior da organização. Nas últimas semanas, vários comandantes seniores do Hezbollah foram mortos em ataques israelenses, incluindo membros fundadores do grupo que conseguiram escapar da morte ou da prisão por décadas e que eram próximos de Nasrallah. Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas de suas casas no Líbano devido aos últimos ataques. O governo estima que cerca de 250 mil estão em abrigos, com três a quatro vezes mais permanecendo com amigos ou parentes, ou acampando nas ruas, segundo o ministro do Meio Ambiente, Nasser Yassin. ERRATA: Atualizamos o texto às 19h40, após o Hezbollah negar que nomeou uma nova liderança, conforme publicado inicialmente pela mídia israelense.

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