Haddad se reúne hoje com Lira para discutir pacote de corte de gastos
Dia é de reuniões; Fazenda já teve conversa com militares sobre medidas O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, se reúne nesta quarta-feira, na Residência Oficial da Câmara, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após às 14h, para conversar sobre a proposta de corte de despesas do governo Nesta quarta, Haddad já se reuniu pela parte da manhã com os comandantes das Forças Armadas, e o ministro da Defesa, José Múcio, para discutir medidas de cortes de gastos na pasta. No encontro, ficou acertado que as equipes técnicas vão se reunir para fazer cálculos e detalhar as medidas de ajuste sobre os militares, que farão parte do pacote fiscal em discussão há semanas pelo governo. O ministro da Fazenda fez um apelo para que a Defesa colaborasse com o ajuste fiscal do governo. As reuniões entre os técnicos dos ministérios devem começar ainda nesta quarta e se estender nos próximos dias. O martelo deve ser batido na próxima semana. No governo, são discutidas alterações na previdência dos militares. Entre elas, o fim da pensão vitalícia para as filhas solteiras, considerado um benefício polêmico. Do lado dos militares, os comandantes admitem que a pensão às famílias de militares expulsos das fileiras deve acabar. E para não deixar dependentes desamparados, que o governo deve passar a pagar o auxílio-reclusão via INSS. Enquanto isso... Após ata do Copom, analistas já veem alta maior de juros em dezembro caso pacote fiscal frustre mercado Para o anúncio público das medidas fiscais, porém, a equipe de Lula não trabalha sequer com uma previsão de data e está focada nas agendas e encontros bilaterais que o presidente terá durante sua participação na Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, na próxima semana. Embora ainda não existam detalhes sobre como e quando ocorrerá esse anúncio, interlocutores do presidente afirmam que a palavra "corte" deverá ser evitada, sendo substituída pelo termo "ajustes". Integrantes do governo envolvidos nas discussões afirmam que mudanças nos cálculos dos pisos de Saúde e Educação continuam na pauta de Lula e são vistas como uma possibilidade provável. Também vem ganhando força no Planalto um "pente-fino" que o governo pretende implementar no Benefício de Prestação Continuada (BPC) — um salário mínimo mensal pago a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda. Como mostrou O GLOBO, o governo vai propor ao Congresso Nacional um projeto de lei com novas regras de acesso e manutenção para os beneficiários. A ideia é que o BPC adote critérios de adesão e permanência semelhantes aos do Bolsa Família, incluindo, por exemplo, um cruzamento mensal de dados, o que atualmente não ocorre. Segundo o projeto do governo, será exigida prova de vida anual (como no INSS para aposentados), além de reconhecimento facial e biometria para concessão e manutenção dos pagamentos. O objetivo é garantir que apenas pessoas que realmente se enquadram no benefício permaneçam no programa. No próximo ano, o programa custará R$ 118 bilhões.
Dia é de reuniões; Fazenda já teve conversa com militares sobre medidas O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, se reúne nesta quarta-feira, na Residência Oficial da Câmara, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após às 14h, para conversar sobre a proposta de corte de despesas do governo Nesta quarta, Haddad já se reuniu pela parte da manhã com os comandantes das Forças Armadas, e o ministro da Defesa, José Múcio, para discutir medidas de cortes de gastos na pasta. No encontro, ficou acertado que as equipes técnicas vão se reunir para fazer cálculos e detalhar as medidas de ajuste sobre os militares, que farão parte do pacote fiscal em discussão há semanas pelo governo. O ministro da Fazenda fez um apelo para que a Defesa colaborasse com o ajuste fiscal do governo. As reuniões entre os técnicos dos ministérios devem começar ainda nesta quarta e se estender nos próximos dias. O martelo deve ser batido na próxima semana. No governo, são discutidas alterações na previdência dos militares. Entre elas, o fim da pensão vitalícia para as filhas solteiras, considerado um benefício polêmico. Do lado dos militares, os comandantes admitem que a pensão às famílias de militares expulsos das fileiras deve acabar. E para não deixar dependentes desamparados, que o governo deve passar a pagar o auxílio-reclusão via INSS. Enquanto isso... Após ata do Copom, analistas já veem alta maior de juros em dezembro caso pacote fiscal frustre mercado Para o anúncio público das medidas fiscais, porém, a equipe de Lula não trabalha sequer com uma previsão de data e está focada nas agendas e encontros bilaterais que o presidente terá durante sua participação na Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, na próxima semana. Embora ainda não existam detalhes sobre como e quando ocorrerá esse anúncio, interlocutores do presidente afirmam que a palavra "corte" deverá ser evitada, sendo substituída pelo termo "ajustes". Integrantes do governo envolvidos nas discussões afirmam que mudanças nos cálculos dos pisos de Saúde e Educação continuam na pauta de Lula e são vistas como uma possibilidade provável. Também vem ganhando força no Planalto um "pente-fino" que o governo pretende implementar no Benefício de Prestação Continuada (BPC) — um salário mínimo mensal pago a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda. Como mostrou O GLOBO, o governo vai propor ao Congresso Nacional um projeto de lei com novas regras de acesso e manutenção para os beneficiários. A ideia é que o BPC adote critérios de adesão e permanência semelhantes aos do Bolsa Família, incluindo, por exemplo, um cruzamento mensal de dados, o que atualmente não ocorre. Segundo o projeto do governo, será exigida prova de vida anual (como no INSS para aposentados), além de reconhecimento facial e biometria para concessão e manutenção dos pagamentos. O objetivo é garantir que apenas pessoas que realmente se enquadram no benefício permaneçam no programa. No próximo ano, o programa custará R$ 118 bilhões.
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