G20 no Brasil: seminário discute transição energética justa para conter crise climática. Veja como foi
Evento, promovido por GLOBO, Valor e CBN, reuniu especialistas e representantes de empresas do setor Uma transição energética justa, eficiente e com emissão zero de carbono precisa de menos combustíveis fósseis, mas com a indústria petrolífera integrada à expansão das fontes renováveis, que devem se complementar. A avaliação é de especialistas que participaram de um debate sobre a a crise global do clima promovido pelo projeto G20 no Brasil, que reúne O GLOBO, Valor e rádio CBN na cobertura da presidência do Brasil do grupo dos países mais ricos do mundo. Gerente de Sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Carlos Victal destacou que para que haja descarbonização na matriz energética é fundamental que novas tecnologias sejam desenvolvidas, mas lembrou que algumas já dão resultados, como a captura e estocagem de gás carbônico nos reservatórios de petróleo, "processo que o Brasil domina" Ele também defendeu que o setor é estratégico na transição energética não apenas na redução da pegada de carbono em seus processos, mas para atrair investimentos: – Um mundo descarbonizado não é um mundo sem hidrocarbonetos. O setor é também parte da solução. Não há democracia no mundo que vá manter essa pegada em energias renováveis se não conseguir entregar isso para a população. Nesse processo, quem dá lastro às energias renováveis é petróleo e gás. Tem que ter uma integração energética, um planejamento para saber utilizar a melhor fonte naquele local, naquele momento. Mas para Ricardo Baitelo, gerente de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), transição energética passa por recursos e um cronograma de substituição do uso de petróleo e derivados, para dar espaço às fontes limpas de energia. Ele também destacou que, para isso, é preciso usar soluções tecnológicas em escala, e citou o setor elétrico como um dos que caminha neste sentido, como o armazenamento de energia para substituir, no médio prazo, o acionamento de usinas térmicas, que queimam combustível e emitem gases poluentes. Mas ainda é preciso avanço, principalmente no sentido de integração das matrizes. – Em outubro e novembro, a temporada do vento acaba, e, todo dia, a geração solar acaba quando o sol se põe. De onde vem a energia das 18 às 22 horas? O Brasil não tem problema de geração, mas para atender especificamente determinados horários, e é perfeitamente possível fazer esse rearranjo. As hidrelétricas tem um papel de base, acompanhando a energia solar e eólica quando essas fontes estão intermitentes – cita: – O interessante para o Brasil é ter uma complementação das renováveis. Temos um parque essencialmente hidrelétrico, mas a biomassa, enquanto uma térmica renovável e despachável, tem um papel que está sendo completamente subexplorado. A gerente da área de Responsabilidade Social e Meio Ambiente da Engie, Flavia Teixeira, reforçou que a transição energética precisa ser justa, mas tem custos. Para isso, é preciso atrair capital privado. Além disso, estratégias podem otimizar os processos. Ela cita, por exemplo, a instalação de data centers, gigantes no consumo de energia, na região Nordeste, grande produtora de energia eólica. – Isso traz um desenvolvimento do que chamamos de power sharing, que é a busca de lugares que têm oferta significativa de energia renovável a um bom preço. Mas, para isso, temos alguns gargalos para resolver, como infraestrutura e capacidade de licenciamento ambiental e marco regulatório compatível. Não é só transição energética, mas também tecnológica – diz. Assessora de engajamento e mobilização do Observatório do Clima, Isvilaine da Silva indicou que, a nível global, uma das saídas é a transferência de tecnologia e conhecimento entre os países mais desenvolvidos e com mais recursos: – A Europa depende menos do que alguns outros países de petróleo, por exemplo. Então, como é que a gente consegue trazer todo esse conhecimento que eles têm? É uma das coisas que os países mais ricos podem fazer pelos menos desenvolvidos, uma das principais saídas para a gente conseguir ter essa melhor conduta e também transparência dentro dos espaços de transição energética. Medida pela editora-assistente de Economia do GLOBO, Danielle Nogueira, a discussão sobre transição energética foi a segunda mesa do evento, realizado presencialmente, no auditório da Editora Globo (Rua Marquês de Pombal 25, Cidade Nova), a partir das 10h. Mas que contou também com transmissão ao vivo pela página do GLOBO no YouTube. Veja como foi: O projeto G20 no Brasil tem o Governo do Estado do Rio de Janeiro como estado anfitrião, Rio capital do G20 como cidade anfitriã, patrocínio de JBS, apoio do BNDES e realização dos jornais O GLOBO e Valor Econômico e rádio CBN.
Evento, promovido por GLOBO, Valor e CBN, reuniu especialistas e representantes de empresas do setor Uma transição energética justa, eficiente e com emissão zero de carbono precisa de menos combustíveis fósseis, mas com a indústria petrolífera integrada à expansão das fontes renováveis, que devem se complementar. A avaliação é de especialistas que participaram de um debate sobre a a crise global do clima promovido pelo projeto G20 no Brasil, que reúne O GLOBO, Valor e rádio CBN na cobertura da presidência do Brasil do grupo dos países mais ricos do mundo. Gerente de Sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Carlos Victal destacou que para que haja descarbonização na matriz energética é fundamental que novas tecnologias sejam desenvolvidas, mas lembrou que algumas já dão resultados, como a captura e estocagem de gás carbônico nos reservatórios de petróleo, "processo que o Brasil domina" Ele também defendeu que o setor é estratégico na transição energética não apenas na redução da pegada de carbono em seus processos, mas para atrair investimentos: – Um mundo descarbonizado não é um mundo sem hidrocarbonetos. O setor é também parte da solução. Não há democracia no mundo que vá manter essa pegada em energias renováveis se não conseguir entregar isso para a população. Nesse processo, quem dá lastro às energias renováveis é petróleo e gás. Tem que ter uma integração energética, um planejamento para saber utilizar a melhor fonte naquele local, naquele momento. Mas para Ricardo Baitelo, gerente de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), transição energética passa por recursos e um cronograma de substituição do uso de petróleo e derivados, para dar espaço às fontes limpas de energia. Ele também destacou que, para isso, é preciso usar soluções tecnológicas em escala, e citou o setor elétrico como um dos que caminha neste sentido, como o armazenamento de energia para substituir, no médio prazo, o acionamento de usinas térmicas, que queimam combustível e emitem gases poluentes. Mas ainda é preciso avanço, principalmente no sentido de integração das matrizes. – Em outubro e novembro, a temporada do vento acaba, e, todo dia, a geração solar acaba quando o sol se põe. De onde vem a energia das 18 às 22 horas? O Brasil não tem problema de geração, mas para atender especificamente determinados horários, e é perfeitamente possível fazer esse rearranjo. As hidrelétricas tem um papel de base, acompanhando a energia solar e eólica quando essas fontes estão intermitentes – cita: – O interessante para o Brasil é ter uma complementação das renováveis. Temos um parque essencialmente hidrelétrico, mas a biomassa, enquanto uma térmica renovável e despachável, tem um papel que está sendo completamente subexplorado. A gerente da área de Responsabilidade Social e Meio Ambiente da Engie, Flavia Teixeira, reforçou que a transição energética precisa ser justa, mas tem custos. Para isso, é preciso atrair capital privado. Além disso, estratégias podem otimizar os processos. Ela cita, por exemplo, a instalação de data centers, gigantes no consumo de energia, na região Nordeste, grande produtora de energia eólica. – Isso traz um desenvolvimento do que chamamos de power sharing, que é a busca de lugares que têm oferta significativa de energia renovável a um bom preço. Mas, para isso, temos alguns gargalos para resolver, como infraestrutura e capacidade de licenciamento ambiental e marco regulatório compatível. Não é só transição energética, mas também tecnológica – diz. Assessora de engajamento e mobilização do Observatório do Clima, Isvilaine da Silva indicou que, a nível global, uma das saídas é a transferência de tecnologia e conhecimento entre os países mais desenvolvidos e com mais recursos: – A Europa depende menos do que alguns outros países de petróleo, por exemplo. Então, como é que a gente consegue trazer todo esse conhecimento que eles têm? É uma das coisas que os países mais ricos podem fazer pelos menos desenvolvidos, uma das principais saídas para a gente conseguir ter essa melhor conduta e também transparência dentro dos espaços de transição energética. Medida pela editora-assistente de Economia do GLOBO, Danielle Nogueira, a discussão sobre transição energética foi a segunda mesa do evento, realizado presencialmente, no auditório da Editora Globo (Rua Marquês de Pombal 25, Cidade Nova), a partir das 10h. Mas que contou também com transmissão ao vivo pela página do GLOBO no YouTube. Veja como foi: O projeto G20 no Brasil tem o Governo do Estado do Rio de Janeiro como estado anfitrião, Rio capital do G20 como cidade anfitriã, patrocínio de JBS, apoio do BNDES e realização dos jornais O GLOBO e Valor Econômico e rádio CBN.
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