Fundador do Teatro Casa Grande, Moyses Ajhaenblat morre aos 89 anos
Produtor estava internado no Hospital Samaritano e não resistiu a um quadro de pneumonia Um dos fundadores do Teatro Casa Grande, no Leblon, Zona Sul do Rio, e nome importante na cena teatral carioca, Moyses Ajhaenblat morreu nesta quinta-feira (10), aos 89 anos. Ele estava internado no Hospital Samaritano desde terça-feira (8), com um quadro de pneumonia, e não resistiu. Ajhaenblat aproximou-se dsas artes aos 9 de anos de idade, após ganhar um violino do pai. Tocou na Orquestra de Câmara do Rio, em apresentações em teatros e na Rádio Roquete Pinto. A partir de 1959, passou a atuar no teatro amador em grupos criados por ele, numa entidade chamada Bibsa (Biblioteca Israelita Brasileira Scholem Aleichem). Em 1966, Ajhaenblat se uniu ao produtor Max Haus (1935-2013) para inaugurar o Café Teatro, depois Teatro Casa Grande, numa sociedade que, inicialmente, ainda contou com os jornalistas Moisés Fuks e Sérgio Cabral (1937- 2024). O local abrigou shows memoráveis de nomes como Elis Regina, Nara Leão, Chico Buarque e Milton Nascimento, e espetáculos históricos, como o “O mistério de Irma Vap”, com Marco Nanini e Ney Latorraca. O espaço também ficou marcado na História pela contribuição para a redemocratização do Brasil. Nos anos 1970, houve uma tentativa dos militares de fechar o teatro, que foi salvo por um grande movimento de resistência da classe artística. Com o governo militar chegando ao fim, o teatro tornou-se um ponto importante para debates a favor da democracia. Lá aconteceu o primeiro ato em favor da anistia no Rio, a primeira reunião do movimento Diretas Já e a assinatura do fim da censura no Brasil, ficando marcado como um símbolo nacional que Tancredo Neves batizou de “Território livre da democracia no Brasil”. Em 1997, o espaço foi atingido por um incêndio, sendo reinaugurado em 2008 como Oi Casa Grande. A partir de então, passou a ser palco de grandes produções musicais, como "Hairspray", “A noviça rebelde”, "A gaiola das loucas", "Um violinista no telhado" e "Tim Maia – O musical". Moyses Ajhaenblat foi enterrado nesta sexta-feira (11) no Cemitério Israelita do Rio, no Caju, Zona Norte da cidade. O presidente Lula publicou uma nota de pesar lembrando a luta do produtor pela democracia: "Vou sempre carregar com carinho os vários atos que participei no Teatro Casagrande, que nunca vacilou em dar espaço e guarida para causas nobres e populares do nosso país".
Produtor estava internado no Hospital Samaritano e não resistiu a um quadro de pneumonia Um dos fundadores do Teatro Casa Grande, no Leblon, Zona Sul do Rio, e nome importante na cena teatral carioca, Moyses Ajhaenblat morreu nesta quinta-feira (10), aos 89 anos. Ele estava internado no Hospital Samaritano desde terça-feira (8), com um quadro de pneumonia, e não resistiu. Ajhaenblat aproximou-se dsas artes aos 9 de anos de idade, após ganhar um violino do pai. Tocou na Orquestra de Câmara do Rio, em apresentações em teatros e na Rádio Roquete Pinto. A partir de 1959, passou a atuar no teatro amador em grupos criados por ele, numa entidade chamada Bibsa (Biblioteca Israelita Brasileira Scholem Aleichem). Em 1966, Ajhaenblat se uniu ao produtor Max Haus (1935-2013) para inaugurar o Café Teatro, depois Teatro Casa Grande, numa sociedade que, inicialmente, ainda contou com os jornalistas Moisés Fuks e Sérgio Cabral (1937- 2024). O local abrigou shows memoráveis de nomes como Elis Regina, Nara Leão, Chico Buarque e Milton Nascimento, e espetáculos históricos, como o “O mistério de Irma Vap”, com Marco Nanini e Ney Latorraca. O espaço também ficou marcado na História pela contribuição para a redemocratização do Brasil. Nos anos 1970, houve uma tentativa dos militares de fechar o teatro, que foi salvo por um grande movimento de resistência da classe artística. Com o governo militar chegando ao fim, o teatro tornou-se um ponto importante para debates a favor da democracia. Lá aconteceu o primeiro ato em favor da anistia no Rio, a primeira reunião do movimento Diretas Já e a assinatura do fim da censura no Brasil, ficando marcado como um símbolo nacional que Tancredo Neves batizou de “Território livre da democracia no Brasil”. Em 1997, o espaço foi atingido por um incêndio, sendo reinaugurado em 2008 como Oi Casa Grande. A partir de então, passou a ser palco de grandes produções musicais, como "Hairspray", “A noviça rebelde”, "A gaiola das loucas", "Um violinista no telhado" e "Tim Maia – O musical". Moyses Ajhaenblat foi enterrado nesta sexta-feira (11) no Cemitério Israelita do Rio, no Caju, Zona Norte da cidade. O presidente Lula publicou uma nota de pesar lembrando a luta do produtor pela democracia: "Vou sempre carregar com carinho os vários atos que participei no Teatro Casagrande, que nunca vacilou em dar espaço e guarida para causas nobres e populares do nosso país".
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